032

223 26 7
                                    

Segunda-Feira || 03:01 AM || 15/06/1978 


ROBIN ARELLANO


Nós estávamos conversando na sala, fazia muitas horas, e a Gwen não acordava por nada. 

- GENTE! VAMOS LOGO! EU SEI ONDE A SOPHIE TÁ! EU JÁ LIGUEI PARA A POLÍCIA! - Gwen exclama, aparecendo ali do nosso lado. 

- JESUS, GWENDOLLYN?! ESSA HORA? - Finney fala. 

- A GENTE ESQUECEU DO PRINCIPAL! VAMOS LOGO! - Me levanto, pegando as chaves do carro do  Bruce. 

Nós saímos da casa dos Blakes em total desespero. Gwen estava dando as coordenadas para Bruce, que estava no comando do volante. 

- É AQUELA ALI! - Ela aponta para uma das casas. 

Os números eram 7741. 


SOPHIE YAMADA


Quando abro a porta daquele porão, me deparo com um lance de escada íngreme. 

Subo todos os degraus com o maior cuidado, chegando em uma porta de madeira. 

Giro a maçaneta devagar, abrindo a porta, com medo do que poderia acontecer a partir dali. 

Tenho a visão do sequestrador, dormindo em um sono profundo, com a sua máscara no rosto, e a camiseta aberta, expondo o seu tronco nada musculoso. 

Passo pelo lado da cadeira, muito devagar e com o coração na mão. 

Vou em direção a porta da casa, abrindo a porta de madeira que havia na frente. 

Havia uma "porta", feita por uma rede. Lá estava o cadeado. 

Tento a primeira opção. 2 33 17. 

Puxo o cadeado para baixo, senha incorreta. 

Olho para trás, para conferir se o velho ainda estava a dormir. Estava. 

Tento outra opção. 23, 3, 17. 

Senha incorreta. 

Minha última esperança, e, tinha que ser, a senha correta. 

23, 31, 7. 

Puxo o cadeado para baixo, que abre na hora. 

Aquele maldito cachorro acorda e começa a latir desesperadamente. 

Nessa hora, o sequestrador acorda junto com o cachorro e eu tenho a minha reação automática.

Para impedir um pouco a perseguição, coloco a grade certinha na porta, pulando por cima e CORRENDO.

Corro muito rápido daquela casa, vendo um carro muito familiar estacionado na casa a frente. 

- BRUCE?! -  Pergunto, saindo correndo até o meu irmão.

- SOPHIE! - Ele me abraça com força. 

O sequestrador tropeçou na grade e caiu de cara no chão, fazendo seu nariz sangrar. 

- SUA FILHA DA PUTA! - Ele aponta uma faca apara mim, que estava do outro lado da rua. 

- ACABOU PARA VOCÊ! VOCÊ VAI APODRECER NA CADEIA! - Digo, ainda abraçada no meu irmão. 

A gritaria acordou a vizinhança. Todos começaram a sair de suas casas, de pijamas mesmo, para ver o  que estava acontecendo. 

As viaturas começaram a chegar e estacionar seus carros na rua. 

- VOCÊ! MÃO NA CABEÇA! AJOELHA NO CHÃO E LARGA A FACA! - O detetive Wright grita, saindo da viatura com uma pistola na mão. 

O sequestrador não teve escolha, só fez o que os policiais falaram. 

E então ele foi levado pela viatura até a delegacia, algemado. 

Finalmente. Acabou. 

Robin vem correndo até nós, juntamente dos irmãos Blake. 

Largo o meu irmão, correndo para os braços dele. 

- Como pode? Até depois de sequestrada, você é linda. - São as primeiras palavras que saem da boca dele. 

- Cala a boca. - Falo, ainda abraçada nele, com o rosto colado em seu peitoral. 

- Fiquei com tanto medo de te perder... - Ele fala, fazendo carinho em meu cabelo bagunçado. 

- Você vai ter que me aguentar por muito mais tempo. - Digo, tirando o rosto de seu peitoral, olhando em seus olhos. 

- Com prazer. - Ele segura meu rosto dos dois lados com delicadeza. 

E então ele cola nossos lábios novamente, sem nem se importar com as pessoas ao redor, em um beijo cheio de sentimentos e saudade. 

Ele move as mãos pela minha cintura, colando nossos corpos um no outro, enquanto eu coloco as mãos no seu pescoço, arranhando a sua nuca de leve. 

- Tá bom, tá bom, já chega. - Bruce interrompe, me puxando para mais perto dele. 

Finney vem e me dá um abraço apertado, de saudades. Gwen faz o mesmo, mas deposita um beijo na minha testa. 

- Vocês não vão para a escola hoje? - Pergunto. 

- É sério que você acha que a escola é mais importante que você? - Bruce fala, parecendo irônico. 

Só rio, dando um tapinha no braço do meu irmão. 

Os policiais vieram até mim, me guiando até uma viatura pela qual eu iria até a delegacia contar o que havia acontecido. 

- Preciso de um acompanhante. Alguém se voluntaria? - O policial pergunta. 

- Eu, senhor. - Robin exclama. 

- Certo... Nos acompanhe. - O policial indica a viatura no qual nós iríamos. 


~~~


Olhos Puxados || Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora