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Terça-Feira || 04:08 PM || 22/06/1978


SOPHIE YAMADA


Passei o caminho inteiro de volta para casa admirando as pequenas flores de papel. 

Bruce estava no treino de beisebol hoje, então fui sozinha para casa. Era legal ficar sozinha por um tempo. 

Eu sempre estava com Bruce, Finn, Gwen, e, agora mais ainda, Robin. Mas, de certa forma, eu me sentia sozinha. 

Além de Robin, ninguém sabia o que eu havia passado. Bruce se perguntava todos os dias o que eram aqueles remédios controlados que eu tomava para controlar a minha "ex-anorexia". 

Mesmo assim, eu aproveitava os meus momentos com a minha própria companhia. 

Chegando em casa. Eu pude escutar a paz que estava ali. Os únicos barulhos sendo os ruídos da geladeira.

Eu amava ficar sozinha em casa. Podia colocar músicas altas sem meu irmão reclamar, e fazer o que eu bem entendesse a hora que eu quisesse. 

Subo até o meu quarto, deixando a minha mochila apoiada no pé da cama, logo me deitando. 

Eu ainda segurava o origami de buquê na mão... aquela demonstração de carinho era tão... verdadeiramente do Robin. 

Eu não sei como que eu contaria a notícia para eles... no geral. 

Bruce já sabe. Menos mal. 

Acho que já é a hora. 


ROBIN ARELLANO


Eu havia acabado de sair do treino de basquete, que senti falta dos olhinhos puxados dela torcendo por mim da arquibancada... 

Pensando nela, a garota me manda uma mensagem enquanto eu andava para ir para casa. 


Messages on


Sophie Yamada- Oii, gatito! Já saiu do treino? 

Oii, hermosa! Tô voltando para casa! Por que a pergunta? - Robin Arellano

Sophie Yamada- Pode passar aqui em casa? Tenho uma coisa importante para te contar...

Vishh, sou curioso! Chego aí em 5 minutos. - Robin Arellano


Messages off


Além de ansioso, eu era curioso. 

Sophie parecia pensativa essa manhã... Será que tem haver com o que ela vai me contar agora? 

Não sei... Mas, de qualquer forma, fui o mais rápido para a casa da de olhos puxados.

Logo que cheguei lá, bato na porta três vezes com rapidez. 

Eu estava nervoso demais... 

A garota abre a porta com um sorriso nervoso no rosto. 

- E aí, Arellano? - Ela sorri, me dando um espaço para entrar. 

- Oi, hermosa! - A cumprimento, já entrando na casa dela. 

Como sempre, após ela trancar a porta da casa dela, ela me guia até o quarto dela. 

Geralmente, nós tínhamos mais privacidade para conversar no quarto dela, sem sermos interrompidos. Principalmente agora, que o assunto parece importante. 

Ela me senta na cama dela, depois vai até a porta do quarto, a trancando. 

- Então... Eu tenho uma notícia muito chocante para te dar... - Ela fala, se aproximando de mim de novo. 

- Pode falar, linda. - Afirmo. 

Minha respiração fica mais pesada e eu engulo seco. Eu sempre costumava sofrer por antecipação. 

- Eu sou muito grata por você ter aparecido desse jeito na minha vida agora mas... há alguns meses, eu me inscrevi em um programa de intercâmbio e... - Ela falava. 

Minha mente já não estava mais processava mais nada. Eu só entrei em choque. 

- Eu fui aceita por uma família inglesa maravilhosa! Eu vou passar 10 meses na Inglaterra! - Ela fala, usando os últimos ânimos que ela tinha. 

-- Você... Vai ficar 10 meses longe de mim? - Falo, com uma voz tristonha. 

- Vai passar rápido... eu prometo... - Ela fala, se aproximando de mim e me abraçando. 

Minha cabeça só pensava COMO que eu conseguiria passar 10 meses sem ela. 7 mil kilômetros e os caralho longe dela... 

COMO????? 

Eu só conseguia apertar o abraço dela. Eu pensava o quanto eu sentiria falta do abraço dela... Dos olhos dela... Da Sophie. 


SOPHIE YAMADA


Ele apertava o abraço até eu sufocar, enquanto lágrimas escorriam dos meus olhos... 

Sempre foi o meu sonho fazer intercâmbio, mas eu não esperava a dor que eu sentiria. 

Eu e ele estávamos sofrendo por antecipação. 

Aquela falta de palavras dele me angustiava mais ainda. 

- Quando você vai..? - É a única coisa que ele fala. 

- Daqui dois dias... Aquela mensagem que você perguntou de quem era, era o Bruce falando que a família já havia confirmado tudo... - Falo, com dor na minha voz. 

Eu estava quase me arrependendo de fazer aquilo, mas eu não podia desistir agora. 

Seria a realização do meu maior sonho de infância. Estaria em um país com a cultura diferente, pessoas diferentes... na minha cabeça, vai ser incrível. 

Não só na minha cabeça. Assim eu espero. 

Depois de alguns BONS minutos abraçados, Robin saí dos meus braços. 

- A gente pode conversar depois..? Eu preciso de um tempinho... - Ele fala, ainda meio nervoso. 

- Ah... Claro. - Falo, meio para baixo pela reação dele. 


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Olhos Puxados || Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora