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EVA

Eu estava anestesiada. Não sabia o que pensar ou o que sentir. Me sentei em um sofá velho sentindo meu corpo dolorido e cansado em uma mistura de gravidez e pós luta. Uma parte das pessoas que estavam ali se preparavam para por em prática o plano que levaria aquela maldita horda para longe, enquanto outra parte se acomodava na torre abandonada. Lydia havia saído do meu campo de visão, mas sei que estava bem, na medida do possível.

O som de passos lentos e pesados me fez voltar de meu devaneio, ao erguer a cabeça meu coração até mesmo parou por um segundo a mais ao ver Negan bem ali, em pé na minha frente.

— Oi boneca. — Eu fiquei de pé lentamente ficando de frente para ele. — Olha, eu sei que você deve estar muito puta comigo, e com razão, se quiser me bater fica a vontade eu sei que mereço, mas eu...

Praticamente pulei nele o abraçando com força pela cintura. Puta merda. Como senti sua falta. Eu o abraçava como se pudesse matar aquele sentimento dentro de mim, com seu cheiro e seu calor. Negan me retribuiu o abraço respirando fundo parecendo tentar fazer o mesmo que eu. Eu tinha motivos de sobra para socar a cara daquele idiota filho da puta, mas a saudade havia me sufocado por tanto tempo que tudo que eu queria era continuar em seus braços, sentir o doce calor do meu lar...

Nesse momento eu não consegui dizer nada, apenas tentava aproveitar cada segundo. Até nos sentarmos em um sofá afastado de todos onde ele começou a me explicar tudo tim-tim por tim-tim.

— Você é um cuzão de merda. — Disse acertando um tapa forte no seu ombro. — Devia ter me contado.

— Se eu te contasse você iria atrás de mim. — Errado ele não estava. Negan esticou a mão acariciando a minha barriga por cima do moletom a deixando mais marcada. — O pequeno cresceu.

— Sentiu sua falta. Eu também. — Sutilmente puxei o moletom para que deixasse de marcar minha barriga.

— Também senti meu bem. — Ele segurou meu queixo beijando meus lábios lentamente. — Pra caralho...

Sorri tocando minha testa a sua, olhando para frente pude ver Lydia andando para o outro cômodo. Mesmo aquela mulher sendo o demônio, ainda era mãe dela.

— Devia falar com ela...

— Devia... — Repetiu Negan. — Já volto.

Ele beijou a minha testa antes de se levantar indo atrás dela, poderia não ser o melhor dos momentos, mas eu estava feliz por tê-lo de volta seguro, o bebê que pulava no meu útero parecia estar também, mesmo com uma guerra eminente.

Não demorou para Negan voltar segurando um pote com uma gororoba dentro.

— Que isso? Sopa de rato? — Franzi o cenho quando me entregou.

— Ensopado de gambá. — Corrigiu sentando ao meu lado parecendo se divertir com a minha expressão.

— Preferia não saber dessa informação. — Minha cara de nojo era clara, mas meu estômago roncava então imaginei que era um ensopado de filé e mandei pra dentro. — Falou com a Lydia?

— Esse ensopado era pra ela... Acho que a garota precisa de um tempo... Principalmente longe de mim. Aceitar essa merda toda. 

— É... — Dei de ombros largando a colher e tomando o caldo do ensopado direto do pote. — Obrigado. — Agradeci devolvendo o pote vazio para ele e limpando os resquícios que ficaram na minha boca.

— Que apetite. — Ele soltou um riso nasal.

— Comendo por dois... — Sussurrei no seu ouvido.

The King & The QueenOnde histórias criam vida. Descubra agora