The King & The Queen

37

Negan

Continuávamos a procurar um lugar para ficar, mas agora as coisas estavam mais difíceis com o bebê podendo chegar literalmente a qualquer momento. Eu andava a frente de Eva segurando um pé de cabra quando a ouvi gemer, olhando para trás pude vê-la apoiada em um tronco.

— De novo? — Perguntei me aproximando e acariciando as suas costas.

— Uhun... Mas tá passando. — Respondeu respirando devagar.

Olhei no relógio vendo que essa contração veio com um intervalo menor.

— As contrações estão ficando mais frequentes.

— Sim... Vamos marcar. — Disse tentando se recompor.

O som de um trovão fez um arrepio percorrer a minha coluna, o tempo estava começando a fechar, cacete que hora para uma tempestade...

— Vamos, precisamos achar um lugar antes da tempestade.

Concordei e voltamos a andar, meu coração batia forte enquanto eu sentia o peso e a preocupação de precisarmos de um lugar rápido. Provavelmente Eva dará à luz está noite, preciso proteger a minha família, mas tudo que acontecia fazia com que eu me sentisse impotente.

— Merda... — Gemeu apertando meu braço parando de andar. Olhei no relógio de novo. 20 minutos.

— Eu sei que esta difícil amor, mas não podemos parar.

— Eu sei... Eu sei... Mas tá foda. — Ela apertou meu braço com mais força.

Envolvi meu braço envolta dele beijando sua testa.

— Vamos encontrar um lugar seguro. — Sussurrei.

A chuva começou a cair e forte castigava a floresta, tornando o ambiente ainda mais sombrio e perigoso. Nossos pés afundavam no barro que havia se tornado o chão da floresta, ouvíamos grunhidos de zumbis que pareciam vir de todos os lugares e de lugar nenhum ao mesmo tempo já que a visibilidade estava péssima.

— Merda. — Ouvi Eva gemer de dor apoiando as mãos nos joelhos. Dessa vez seu gemido foi um pouco mais alto.

Ela parou ficando imóvel eu podia ver seus músculos contraindo com a dor, tentei ir em sua direção, mas dois zumbis de aproximaram. Segurando o pé de cabra com firmeza os ataquei fincando-o em seus crânios.

— Eva! — Fui até ela. — Vamos querida. Vamos.

Coloquei seu braço envolta do meu pescoço, não podemos parar, não agora, não estávamos tão longe de uma cidadezinha que aparecia no mapa que olhamos mais cedo. Os zumbis famintos nos perseguiam implacavelmente, cada passo que dávamos eu ouvia sons deles se tornando mais próximos.

Olhei ao redor, buscando desesperadamente um abrigo. Senti o ar ser tomado dos meus pulmões quando avistei um prédio abandonado à distância, uma possibilidade de segurança em meio à tempestade. Segurei firme a mão de Eva.

— Vamos! Temos que chegar ao prédio! — Gritei por cima do som da chuva.

— Aii cacete... — Gritou de dor. — Não sei se consigo... as dores estão ficando mais fortes.

— Vamos lá Eva! Apenas mais um pouco. Eu estou aqui com você, vamos juntos.

Com passos rápidos e determinados, andamos pela floresta encharcada, cada momento se tornando uma batalha contra o tempo e os mortos. Eva apertava minha mão com força a cada passo que dávamos gemendo de dor devido as contrações.

Chutei a porta enferrujada do prédio abandonado nos colocando para dentro, me virei para fechar a porta quando ouvi o som de alguém engatilhando uma arma, me virei devagar vendo um pequeno grupo ali.