POV ARTHUR - 2025
- Você tem certeza que a viu? - Perguntei pela última vez ao senhor de idade na minha frente, ele que nos solicitou para a averiguação daquelas águas, segundo o mesmo, viu uma tartaruga marinha com o casco mordido nadando na região oeste. Dando os toques finais no meu equipamento de mergulho com a equipe, eu ouvia o homem responder a minha pergunta.
- Tenho sim senhor, pelo pouco que eu conheço sobre esses bichos, acredito ser uma fêmea. - O senhor falava fitando o mar, era um pescador conhecido naquela região.
- Com certeza é, estão na época de desova, os últimos meses na verdade, provavelmente ela veio procurar um local seguro para pôr os ovos e foi atacada por algum predador. - Falo atento.
-bÉ o que eu presumo. - Evandro, o meu colega de equipe, também biólogo comenta ao meu lado, ele também estava com a roupa de mergulho pronto para começar os trabalhos. Na nossa equipe, são onze pessoas, cinco no mergulho e as outras seis ficam no barco nos monitorando. - Vamos, Arthur? - Perguntou e eu assenti.
Nos preparamos e pulamos na água com tudo, estava gelada, o mar um pouco agitado e isso não nos assustava. Era cerca de 12 metros de profundidade, os meus companheiros de equipe começaram a mergulhar, eu e o Evandro conversávamos sobre todo percurso que faríamos lá embaixo.
- Você conseguiu me entender? - Perguntei e ele assentiu. - Preciso de no mínimo 3 amostras daqueles corais, se ver, pegue-os para mim.
- Pode deixar. - Concordou antes de mergulhar.
É sempre indescritível a sensação de estar no mar, as coisas que nós vemos e encontramos embaixo da água te faria achar que são apenas histórias de pescador, mas o mar é imenso, cheio de mistérios e espécies desconhecidas. A água só ia ficando mais gelada, e lá nós nos comunicamos através de sinais, até porque não podemos falar, usávamos lanternas, apesar de ser um dia ensolarado, certos locais eram escuros, tinham muitas pedras e corais, fazendo sombras e dificultando a visibilidade. Avistei um pequeno cardume de peixes há 5 metros de nós, apontei na direção deles e quis rir, era pequeno e um dos companheiros de equipe chegou a se assustar, acho que ele nunca viu um cardume de verdade, aquele era bem pequeno. A todo momento a Laura tirava fotos, de corais, peixes, arraias, absolutamente tudo que encontrasse, até fotos nossas. Vi o Evandro me chamar, fui até ele e me deparei com a tartaruga de um metrô e meio, com uma mordida não muito grande do lado esquerdo, perto da pata traseira, ela estava deitada na areia, provavelmente fraca, totalmente vulnerável á predadores, finalmente encontramos
a nossa tartaruga, sorri vitorioso vendo que ainda estava viva e bem atenta, conseguimos imobilizar a mesma e levamos para o barco.- Minha nossa senhora, ela é enorme. - O pescador que nos ajudou a localizá-la falava tirando fotos com o seu pequeno celular, encantado. - Não parecia ser tão grande assim dentro da água, será que ela sobrevive? - Perguntou tirando o boné da cabeça preocupado, ouvi um risada familiar e revirei os olhos, era a Laura.
- Tá de brincadeira? Toda criatura que é tocada com essas mãos milagrosas, automaticamente estão curadas. - Falou em tom de brincadeira tocando nas minhas mãos me fazendo encara-lá com uma sobrancelha arqueada.
- Não se preocupe seu Francisco, conhecemos os melhores veterinários especialistas em animais marinhos, vão cuidar bem da meninona. - Sorri convencido, abrindo o zíper da roupa de mergulho, ficando com o tronco despido.
- Fico muito feliz moço, obrigado. - Sorriu.
Fomos para a parte interna do barco falar com a equipe de monitoramento. Estavam com os seus notebook's em mãos e pastas por toda a parte, não queria estar ali entre eles, sempre optei por um trabalho mais agitado, gosto de ir para a ação, mergulhar e averiguar, é isso que eu faço.
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Tonight, we are young
FanfictionE é por isso que amigos devem dormir em camas separadas E os amigos não devem me beijar como você me beija E eu sei que há um limite para tudo Mas meus amigos não me amam como você Não, meus amigos não vão me amar como você Oh, meus amigos nunca vão...