Cadeados.

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POV GISELE

Onde está a droga da Beatriz? E o Henrique? Saíram do quarto? Filhos da puta.
- Beatriz, eu vou te mat... - Entrei em choque quando vi Arthur tirando a camisa e a bermuda, meu Deus... Que corpo fodidamente gostoso, a barriga era definida, as costas largas, como ele era capaz de odiar aquele corpo? Arthur estava só de cueca box e binder, eu senti algo quente no meio das minhas pernas quando encarei aquele volume na cueca dele. Porra, o que é isso, Gisele? Perdeu a noção? Ele é seu melhor amigo, pare. Sentir algo no meu ventre formigando, uma sensação desconhecida, eu estava excitada? Meu Deus.
- Ela respondeu? - Arthur perguntou tranquilamente.
- N..n..ão. - Gaguejei e senti vergonha disso, Arthur passava o sabonete no corpo, passou pela barriga, pelos braços, pescoço, desceu e botou a mão por dentro da cueca e eu respirei fundo. Eu precisava sair daquele banheiro o mais rápido possível.
- Por que você está sem roupa? - Perguntei ficando de costas pra ele, eu estava suando.
- Porque eu estou tomando banho. - Falou tranquilamente enquanto tirava todo o sabão do corpo.
- Por que você está tomando banho comigo aqui? - Perguntei revelando meu nervosismo, ele riu.
- Qual o problema, Gisele? Você já me viu sem roupa. - Realmente, eu já tinha visto, mas há anos atrás, somos mais velhos agora e as coisas estão diferentes.
- Tem razão. - Tentei fingir tranquilidade e me aproximei dele. - Posso te ajudar? Você bateu com a cabeça, não quero que desmaie e bata outra vez.
- Aceito sua ajuda. - Ele falou me entregando o sabonete e virando de costas, aquelas costas... aquela bunda... Talvez eu tenha uma tara por bunda de homem, sem julgamentos.
Passei o sabonete pela nuca dele, depois desci delicadamente para os ombros, depois desci para as costas, passei pelo binder e voltei logo em seguida, meu Deus, aquilo era muito apertado, como ele estava respirando?
- Tira isso. - Falei preocupada com a saúde dele, aquele devia fazer muito mau.
- Não! - Ele falou em desespero e se virou de frente pra mim em menos de um segundo quando eu toquei no binder pra tirar. - Não toca ai. - Ele estava desesperado.
- Ei, calma... Me desculpa, eu só tô preocupada com isso, é muito apertado, como você consegue usar isso todos os dias? - Perguntei fazendo carinho no peitoral dele, sentindo aquele elástico apertando tudo. Eu estava com vontade de chorar.
- A disforia faz você fazer coisas inacreditáveis, apertar o seu corpo a ponto de você não conseguir respirar direito é uma delas... - Ele disse com a cabeça baixa, com um tom de voz tímido.
- Tira isso... - Insistir, eu precisava ver ele sem aquilo nos seios, parecia machucar e acabar com a coluna dele. - Você não é menos homem por me deixar ver seus seios, Tutu...- Ele levantou a cabeça, me encarou, respirou fundo, assentiu, ficou de costas pra mim e levantou os braços, eu entendi o recado, fui tirando o binder dele devagar sentindo a respiração dele ficar mais pesada. Quando eu terminei de tirar, ele ainda estava de costas. Eu sentir uma lágrima quente no meu rosto ao ver as costas do Arthur marcada e ferida, passei a mão nas feridas como se quisesse cura-lás, a marca do binder perfeitamente moldado no corpo dele, e tava machucado a parte que fica abaixo das axilas, deve ser porque é perto dos braços e fazemos muito movimentos com eles. Eu estava fora de órbita vendo aquele corpo machucado, porém, lindo, eu não sabia se ele ia virar de frente, mas eu estava feliz por ele ter confiado em mim.
O que eu estou fazendo? Eu estava beijando as costas dele? Puta merda! Eu estava beijando as costas dele! Fiz carinho em cada canto que tinha a marca do binder. Beijei as costas dele por completo enquanto eu tinha as mãos em volta da sua cintura, ele virou de frente pra mim com um olhar fraco, porém, cheio de malícia.
Vi que Arthur estava todo arrepiado, com a respiração ofegante e trêmulo. Eu sorrir ao ver ele daquele jeito. Levei os beijos até o pescoço e chupei, passei a língua no seu ponto de pulso, e com a outra mão eu arranhava a barriga dele. Arthur deixou um gemido baixo escapar dos seus lábios e eu sentir a minha buceta latejar por ele.
- Gise...le.. O que você tá fazendo? - Ele disse e eu não respondi.
Desci os meus olhos mais um pouco e, porra, os seus seios eram lindos, eram medianos, perfeitos, rosados, estavam arrepiados. Foi tudo muito rápido, sentir as minhas costas batendo contra a parede, Arthur estava chupando o meu pescoço de uma forma tão gostosa que eu tava gemendo alto sem perceber.
- Shh... - Ele me encarou com um olhar tão intenso que eu sentir as minhas pernas fraquejarem. Ele estava todo molhado, com um cheiro gostoso de sabonete na pele - Geme baixinho, geme só pra mim... Tá? - Eu assenti e gemi baixinho no ouvido dele enquanto ele chupava o meu pescoço. Ele parou, me olhou como se percebesse o que estava fazendo comigo, se afastou, percebi que ele estava chorando... Droga, por que ele parou?
- O que estamos fazendo? - Ele disse ofegante. - Não podemos, você é a minha melhor amiga. Arthur vestiu as suas roupas com pressa e eu fiquei ali, encostada da parede completamente sem reação. Me assustei e fechei os olhos com ele batendo com força na porta como se quisesse derrubar.
- Abre esse caralho, Beatriz. ABRE OU EU ARROMBO! - Ele berrava, parecia estar com ódio, não olhava na minha direção, eu estava paralisada, ouvi o som da fechadura e vi o Arthur saindo furioso do banheiro. Eu não aguentei, comecei a chorar muito, o que estava acontecendo com ele? Beatriz entrou no banheiro olhando tudo até me encontrar sentada no chão, com a cabeça entre os joelhos chorando muito.
- Ei... ei, calma, tá tudo bem, me explica o que aconteceu aqui? - Ela estava com um cheiro de vinho, estava bêbada, tinha esquecido a gente aqui. - Me desculpa, eu esqueci de vocês, Amanda começou a beber e...
- Me tira daqui... - Pedi chorosa e ela assentiu.

Saindo do banheiro eu vi algo que me deixou assustada, Arthur gritava com Henrique e com a Amanda.
- Saiam da porra da minha casa agora, caralho! - Ele estava na porta do seu quarto estendendo o braço pra fora sem paciência. Henrique estava assustado e Amanda o olhava com medo.
- Estão surdos? Não me obriguem a usar a força. - Ameaçou.
- Você não está louco de tocar em mim, Arthur. - Henrique falou sério, porém nervoso, Arthur foi até ele furioso e jogo Henrique contra a parede apertando o pescoço dele com as duas mãos. Ele estava fora de controle, nunca vi ele assim... Amanda começou a gritar e Beatriz puxou Arthur pra trás.
- TÁ FICANDO LOUCO, PORRA? - Henrique gritou enquanto passava a mão no próprio pescoço com uma expressão de dor.
Nesse momento a mãe do Arthur entra no quarto desesperada.
- Arthur??? O que é isso? - Falou alterada e com a mão no peito.
- O seu filho tá nos expulsando e acabou de enforcar o Henrique. - Amanda gritou.
Tia Ju olhou pra Arthur que se desmanchava em lágrimas, ela não ficou surpresa com a atitude dele, o que eu achei estranho, foi até ele e o abraçou forte, ele começou a chorar feito uma criança, gritava nos braços da mãe e eu não estava entendo nada. Minhas mãos tremiam, meu corpo não respondia, eu só queria correr dali, mas não dava...
- Crianças, me desculpem por isso, o Arthur não está bem. Voltem outro dia. Me desculpe. - Tia Ju falou com os olhos marejados e nós saímos de lá, ainda ouvindo o choro alto de Arthur... Eu nunca esquecerei essa noite.

Tonight, we are youngOnde histórias criam vida. Descubra agora