POV ARTHUR - 2018
Uma palavra para resumir esse jantar? Desastre. Tenho que admitir que a família da Sanches está longe de ser uma família de verdade, eles são artificiais, forçados, um bando de egoístas que só ligam para o próprio umbigo, estou tentando entender como dois seres humanos vazios conseguiram fazer uma mulher incrível como a Ágata? É inexplicável... Estávamos todos sentados esperando o jantar ser servido por três funcionárias da casa, o Sr e Sra Sanches não pareciam ter um casamento real, mal interagiam um com o outro, Roberto Sanches não tirava a pose de autoritário nem o olhar frio e intimidador. Quando o jantar chegou, Brian bateu palmas em animação, eu estava sentado ao lado da Ágata que a todo momento lançava olhares confortantes em minha direção. Fomos muito bem servidos, percebi que nenhum deles disse "obrigado" as três senhoras que nos serviram, era horrível presenciar tudo aquilo. Jantamos em um completo silêncio desconfortável, a comida estava ótima, muito saborosa e bem temperada.
- Ele vai a Miami com a gente? - Brian perguntou tomando a atenção de todos, ele tinha os olhos azuis sobe a Sanches que o olhava com a expressão ameaçadora.
- Miami? - Perguntei com o cenho franzido.
- Brian vai viajar para Miami no ano que vem. - Ágata falava com um sorriso amarelo, como se não devesse falar sobre aquilo agora.
- E você acompanhará seu irmão nessa viagem, é uma viagem de negócios Arthur Garcia, os meus filhos seguirão os meus passos, Brian está se empenhando como nunca. - Sr Sanches dizia inclinando-se para dar tapas fortes no ombro do filho, era como se os tapas disessem "meu garoto", Brian deu um sorriso convencido olhando para a irmã que automaticamente revirou os olhos.
- Já falei que ainda estou pensando nessa possibilidade. - Ágata falou apressada olhando para baixo.
- Você não tem escolha, já conversamos sobre isso. - Sr Sanches disse frio e "durão" como sempre.
- Não acho que seja uma hora apropriada para falarmos sobre isso, estamos com visita Roberto, controle-se pelo menos uma vez. - A mãe da Ágata disse com um tom baixo, como se tivesse medo do marido ao seu lado.
- Esta é a minha casa, falo como eu quiser e o que eu quiser, Lívia. Os incomodados sabem bem onde é a saída! - Falou batendo a mão em punho na mesa chamando a atenção de todos, Sra Sanches parecia tentar ir contra o seu marido na maioria das vezes, mas sempre era repreendida pelo mais velho, ela não tinha voz dentro da sua própria casa, aquilo era deprimente.
- Eu acho melhor eu e o Arthur irmos embora. - Ágata falou levantando-se da mesa segurando a minha mão.
- Mas já? - Sra Sanches perguntou.
- Sim, mamãe. Eu sinto muito.
- O jantar foi ótimo, obrigado Sr e Sra. - Falei olhando para ambos antes de me retirar da mesa com a Sanches e caminhar em direção a garagem.No caminho encontramos as funcionárias da casa tirando a poeira de alguns móveis e varrendo o corredor extenso da casa.
- Com licença senhoras... - Falei um pouco receoso recebendo a atenção de todas e um olhar confuso da Sanches que não fazia ideia do que eu estava fazendo. - Gostaria de agradecer pelo jantar que fizeram e por ter nos servidor tão bem. A comida estava ótima! - Dei um sorriso largo.
Foi instantâneo, as três retribuíram sorrindo e com os olhos cheios de gratidão, talvez seja sobre isso, sabe? Mínimos detalhes, atitudes minimalistas que resultam em um homem sendo esmagado por três senhoras no abraço grupal, Ágata ria do meu rosto corado de tanta vergonha.
- Não precisa agradecer, lindinho. Você é uma graça! Senhorita Sanches, traga-o mais vezes. - Uma das senhoras disse segurando o meu rosto e apertando as minhas bochechas enquanto as outras sorriam largamente para mim. Era impagável.
- Pode deixar, Elisa, agora vocês podem soltar o meu namorado? Estou com ciúmes. - Ágata forçou uma voz de brava que ficou a coisa mais linda do mundo, elas riram, me despedir das doces senhoras e fomos finalmente para a garagem.POV ÁGATA SANCHES - 2018
O Brian não consegue manter a boca fechada nem sequer uma vez, eu sabia que a conversa sobre a viagem resultaria em uma discussão, ele fez de propósito, pois está ciente sobre a minha dúvida sobre ir a Miami ou não, sabe o quanto o papai fica furioso por saber dessa minha dúvida. Em momento algum da minha vida demonstrei interesse com os negócios do papai, já o Brian, sempre esteve na sombra do papai nos negócios, torna-se o Sr Sanches era o sonho da vida de Brian, meu irmão era tão ridículo quanto meu pai, os dois se mereciam. Como iria explicar ao Artur sobre Miami? Queria que o mesmo soubesse sobre a viagem por mim, estava esperando o momento certo para conversar sobre essa possibilidade, Brian estragou tudo, como o previsto.
Entramos no meu carro em silêncio absoluto, eu sabia exatamente o que vinha em seguida.- Quando ia me contar? - Arthur perguntou sem me olhar nos olhos, ele tinha o olhar perdido em direção a janela.
- Essa semana. - Menti.
- Devia ter me contado assim que soube. - Ele falava sério e frio, nunca vi o Arthur desse jeito comigo, era sempre tão doce e atencioso.
- Desculpa, eu... - Tentei me explicar mas fui interrompida.
- Você ia embora sem me consultar, não é? Por que todos vão embora da minha vida desse jeito? O que eu realmente significo na vida de vocês? - A voz saiu alterada e trêmula, era a voz de pré choro dele. - Ia simplesmente sair do país sem me dar satisfação?!
- Não, não, não, meu Deus... Eu jamais faria uma maldade dessas com você, Thur, estava esperando o momento certo para conversarmos, não faço ideia se é realmente isso que quero. Os negócios do papai nunca foram o meu forte. - Falei em desespero, como ele pensou em uma besteira dessas?
- Você está mentindo! - Virou-se para mim com os olhos tristes e marejados.
- Não estou, eu juro.
- Está fazendo o mesmo que ela fez! - Berrou em minha direção, recuei assustada, que diabos estava acontecendo? De quem ele falava?
- Ela quem? - Perguntei com o cenho franzido em completa confusão.
- Não interessa, Ágata. - Arthur disse abrindo a porta do carro saindo apressado, fechando-a com agressividade logo em seguida, sair do carro indo atrás dele tentando entender o que estava havendo.
- Que porra é essa?! - Exclamei caminhando em passos longos para alcança-lo.
- Vou pra casa a pé. - Disse sem olhar para trás.
- Arthur, para! - Conseguir me aproximar dele e segurei-o. - O que está acontecendo com você? - Perguntei preocupada sendo fitada intensamente pelo Arthur, seu olhar transformou-se em um olhar triste, vazio, repleto e mágoas e rancor, eu não fazia ideia do porquê daquilo tudo, mas queria entender, queria me aprofundar mais na vida do Arthur. Ele nada respondeu, apenas me abraçou forte deixando todo o choro preso ser liberto, Arthur me abraçava como o abraço salvasse a sua vida, eu retribuía forte, tentando provar que ele não está sozinho. Apesar de estar preocupada com aquela atitude, o choro alto e desesperado do mais novo me assustava, de onde vinha aquilo? Com certeza tem uma história longa atrás disso, e eu vou descobrir. Arthur nunca havia me contado sobre o seu passado, mas era perceptível que havia uma mágoa irreversível ali dentro, ele não conseguia abrir-se para mim, por um lado, eu entendia perfeitamente toda essa situação, sei que ninguém é tão fechado desse jeito por querer, e por um outro lado, eu queria fazer de tudo para descobrir sobre o passado dele, era isso que eu ia fazer, afinal, sou uma excelente stalker, não é mesmo?!Erros arrumo depois.
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Tonight, we are young
FanfictionE é por isso que amigos devem dormir em camas separadas E os amigos não devem me beijar como você me beija E eu sei que há um limite para tudo Mas meus amigos não me amam como você Não, meus amigos não vão me amar como você Oh, meus amigos nunca vão...