POV ARTHUR
Contava a Gisele cada detalhe do que havia acontecido naquela festa, ela me olhava com uma expressão triste e pensativa, durante essas três semanas afastado dos meus amigos, acabei me lembrando de tudo e agora tudo estava fazendo sentido, queria muito saber o porquê que cheguei em casa chorando naquele dia da festa, e eu lembrei. Ainda estávamos no lado de fora da minha casa, eu estava começando a sentir frio por ter acabado de sair da piscina, terminei de contar tudo a ela e ela parecia estar sem palavras.
- Eu... - Ela começou a falar e eu interrompi.
- Não se sinta mal pelo ocorrido na festa, eu estava bêbado e irracional, você é solteira, tem direito de fazer o que quiser, com quem quiser. - Falei sério, mas me sentindo mal por ter lembrado desses momentos, eu morria de ciúmes dela.
- Você é apaixonado por mim? - Ela perguntava insegura e com os olhos cheios de lágrimas.
- Sou... - Me senti estranho por estar confessando aquilo, sabia que Gisele provavelmente não sentia o mesmo, tinha decidido guarda esse segredo, mas não deu muito certo.
- Arthur, eu sou louca por você, sempre tentei demonstrar o máximo mas você pareceu nunca se importar. - Ela falava cada palavra chorando muito e nervosa. - Eu... Eu também sou apaixonada por você. - Completou e os olhos dela encontraram os meus, eu sentir o meu corpo todo arrepiar, minha respiração estava descompensada, eu estava confuso, ela é apaixonada por mim? Porra, eu não estava conseguindo acreditar.
Nunca imaginei ouvi aquela frase direcionada a mim, tenho a autoestima muito baixa, achei que seria impossível alguém ser capaz de gostar de mim do jeito que eu sou, mas pelo visto, era possível sim. Uma parte de mim estava feliz por saber que era recíproco, mas a outra estava com medo de perder minha melhor amiga, a pessoa que eu contava segredos o tempo todo, que fazia parte de mim. Sempre tentei fazer o máximo pra acabar com esse sentimento que crescia dentro de mim a cada dia, agora que Gisele me contou que sente o mesmo, eu acho impossível acabar com ele.
- Você tem certeza? - Perguntei desacreditado e sentindo as minhas pernas fracas, botei uma das mãos na parede ao nosso lado me apoiando, sentia que eu poderia cair a qualquer momento.
- Sempre tive. - Ela parecia tão tranquila e segura agora.
Sentir uma gota fria no meu braça, estava começando a chover, olhei pro céu com a testa franzida, ela fazia o mesmo. A chuva foi cada vez ficando mais forte.
- Vem, vamos entrar. - Falei dando a toalha que estava na minha cintura a ela. - Bota isso na cabeça. - Assim ela fez e fomos correndo pra casa. A chuva ficou forte, lembrei que Gisele tinha medo de chuvas fortes, trovoadas e raios, ri mentalmente ao ver a expressão assustada dela. Nós estavamos na entrada da sala, ela tirou a toalha da cabeça e me deu.
- Obrigada. - Gisele me olhava com uma expressão indecifrável. Eu diria que ela estava com medo e feliz ao mesmo tempo. Mas tinha lá as minhas dúvidas.Olhei pro relógio e era 21:17, muito tarde pra ela voltar pra casa e aquela chuva não estava ajudando.
- Sabe que vai dormi aqui hoje né? - Perguntei indo em direção a cozinha, abrir a geladeira e peguei um jarro de vidro com água, abri o armário, peguei dois copos e enchi.
- Que? Não, não sabia. - Ela perguntou confusa e nervosa, estendi o copo de água pra ela e ela veio na minha direção e pegou.
- Está tarde, você não vai voltar pra casa com uma chuva dessas. - Falei decidido enquanto bebia toda água do copo.
- Preciso avisar ao meu pai...
Levei ela até o telefone fixo e ela fez a ligação. Ele tinha deixado, Gisele ia dormi aqui em casa depois de ter confessado que era apaixonada por mim, quer dizer, que nós tínhamos confessado isso, estava estranho, já dormimos juntos antes, só que dessa vez eu não ia dormi com a minha melhor amiga, eu ia dormi com a garota que eu era apaixonado.
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Tonight, we are young
FanficE é por isso que amigos devem dormir em camas separadas E os amigos não devem me beijar como você me beija E eu sei que há um limite para tudo Mas meus amigos não me amam como você Não, meus amigos não vão me amar como você Oh, meus amigos nunca vão...