Paixão e testosterona

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POV ARTHUR - 2018

O que você faria se tivesse muito apaixonado por alguém, mas não sabe como prosseguir? Era recíproco, ela gosta de mim tanto quanto gosto dela, mas e agora? Depois de ter transado com a Sanches, as imagens daquele dia não saíam da minha cabeça, ela estava em todos os lugares, em todas as coisas, todas as músicas. Na minha mente só havia uma coisa: aquele corpo, maldito corpo. Após o ocorrido ficamos mais próximos, conversávamos com mais frequência, percebi que Sanches estava mais carinhosa e sensível, coisa que era o oposto há alguns meses atrás, não era mais segredo para ninguém, estávamos juntos, mas juntos como? Aquilo era mesmo sério? Será que ela ficava com outras pessoas? Droga, preciso parar de pensar nisso ou vou enlouquecer. Talvez seja coisa da minha cabeça achar que ela tenha interesse em outras pessoas pelo fato de me achar insuficiente demais pra alguém, além da minha insegurança, eu me sabotava com esse pensamentos todo santo dia, quando se tem ansiedade, gostar de alguém é um castigo.

- Eles colocam essa merda pra estudarmos, mas nunca caí na prova! - Henrique berrava jogando os livros no chão, ele estava sentado na cama há algumas horas estudando, a faculdade o tornava mais impaciente, sabe aquelas pessoas que ficam focadas demais na faculdade? Era ele, só pensava em estudar e estudar, resultado da pressão psicológica dos pais dele.
- Descansa um pouco, você está exausto, os olhos estão caídos... - Falei aproximando-me da cama arrumando os livros no chão, Henrique tinha as mãos na cabeça como se tivesse tendo um surto interno.
- Não posso, a prova é semana que vem e eu não sei muita coisa, o que sei não é suficiente para uma boa nota, meus pais vão me matar.
- Talvez seja, mas sabe qual é o seu problema? Você se cobra demais, tá agindo como os seus pais agem contigo, essa porra não é saudável pra um estudante, você vai descansar sim! - Falei pondo os livros na mochila, ele me fitava emburrado.
- Fala isso porque não são os seus pais que vem todos os dias no seu quarto perguntar se está estudando, porque para eles, nada é mais importante que isso, minha saúde mental não importa, meu conforto não importa, meu bem-estar não importa. Eu preciso sair de casa, me divertir um pouco, não ficar trancado nesse quarto estudando 24hrs, não sou doente, sou a porra de um adolescente cheio de hormônios louco pra transar. - Henrique falava tudo disparadamente, arregalei os olhos quando ele disse a última frase, depois explodi na risada.
- Há quanto tempo não transa? - Perguntei.
- Nem lembro da última vez, mas faz alguns meses.
Deitei-me na cama ao lado dele, apoiando minha cabeça em suas pernas.
- Com quem foi mesmo? - Perguntei curioso.
- Nicolas.
- Nicolas? Ele é estranho! - Falei lembrando do jeito psicopata que o Nicolas agia, misterioso, usava sempre um casaco e um gorro preto cobrindo quase todo o rosto, parecia um psicopata.
- Eu sei, gosto dos estranhos.
- Você gostou de mim, quer dizer que sou estranho? - Perguntei levantando-me do colo do Henrique que repreendeu o riso.
- Não disse isso. - Tentava segurar o riso.
- Tô brincando. - Ri.
- Já você, gosta das morenas. - Ele disse com um olhar malicioso que me fez corar.
- Para! - Eu estava morrendo de vergonha.
- Agora você fica assim quando falam dela? Vermelho? - Perguntou com as mãos cobrindo a boca e depois riu.
- É que eu tô com saudades dela... - Admiti.
- Ela viajou mesmo?
- Teve que ir, sabe como são os pais dela né. - Fiz uma pausa lembrando da última vez que a vi, ela tinha ido lá em casa me ajudar a separar umas roupas que não usava mais para a doação. - Mas ela volta em duas semanas!
- Não é muito tempo, dá pra sobreviver, ok? Ela não é oxigênio. - Disse.
- Virou crime sentir saudades? - Perguntei e ele riu.
- Magina.

- CHEGUEI CARALHO! - Beatriz gritou na porta do quarto do Henrique nos assustando. - Nossa, olha como estou suada!
- Porra, não chega gritando assim. - Henrique falava levando da cama indo fechar a porta, Beatriz já estava dentro do quarto, deixou a mochila no chão e veio me abraçar.
- Como você está? - Perguntou enquanto sentava de costas entre as minhas pernas. - Não atendeu minhas ligações.
- Tô legal, meu telefone está em casa, desculpa, Bea. - Falei depositando um beijo demorado na bochecha dela.
- Ok, vamos? - Disse animada levantando da cama pegando a mochila novamente.
- Pra onde? - Perguntei.
- Sua casa, hoje é dia de T! - Ela falou e eu tremi.
- Esqueci completamente.

Tonight, we are youngOnde histórias criam vida. Descubra agora