POV ARTHUR - 2018
Lá estava eu, parado em frente a uma casa já conhecida por mim, prestes a ouvir gritos e desaforos de quem temia. Toquei a campainha aquela manhã sentindo o meu corpo tremer, batia os pés impaciente esperando que alguém atendesse a porta. Um corpo menor que o meu usando roupas largas e cabelo levemente bagunçado apareceu, sorri amarelo e ela bufou.
- Olha só quem resolveu aparecer, lembrou que tem uma melhor amiga? - Beatriz falava adentrando a própria casa e eu a acompanhei fechando a porta logo em seguida.
- Afinal, quando eu esqueci? - Forcei um riso, sabia que estava errado, recebi um olhar acusativo da Beatriz. - Já entendi, devo desculpas a você por ter me ausentado tanto, tudo isso que está rolando entre mim e a Sanches está me deixando maluco! - Desabafei sentando-me numa poltrona marrom. Beatriz me olhava com o cenho franzido e braços cruzados, típico de quanto ela está extremamente puta.
- De que porra você está falando? - Perguntou.
- Conheci os pais dela. - Falei e a mesma me olhou com os olhos arregalados.
- Vocês são rápidos, como eles te trataram? - Perguntou curiosa.
- Bom, não vou dizer que fui destratado, mas eles são horríveis com a Ágata, principalmente o pai dela. - Falei lembrando do maldito jantar.
- Quer conversar sobre isso? - Beatriz perguntou percebendo o quanto eu estava pra baixo com toda aquela situação. Incrível como coisas pequenas me afetavam daquele jeito...
- Não, sem climão. - Falei levantando-me e indo abraçar a Beatriz. - Senti tanta saudade de você.
- Eu também. A Amanda e o Henrique vão vim pra cá hoje, eles iam gostar de ver você, seria legal todos nós juntos novamente. - Beatriz falava bastante emotiva, coisa que era raro.
- Estou com saudades deles também, mas... - Falei lembrado-me que a Sanches voltaria logo da faculdade mais tarde e eu deveria encontrá-la.
- Precisa vê-la? - Beatriz perguntou e naquele momento eu percebi o quanto estupida estava sendo toda aquela situação, eu estava deixando de lado as pessoas mais importantes da minha vida por causa de uma garota. Isso ia mudar, sinto muito Sanches, meus amigos serão minha prioridade agora.
- Quer saber? Hoje o dia será só nosso, liga para o pessoal, quero todos aqui bem rápido! - Falei animado.POV BEATRIZ - 2018
A visita inesperada do Arthur me deixou feliz, a nostalgia era grande, lá estávamos nós, todos juntos novamente, tem noção do quanto isso é importante pra mim? Digamos que eu nunca fui de demonstrar muito meus sentimentos, mas quando se trata daquelas pessoas no meu quarto, completamente felizes e despreocupadas, fazia questão de demostrar.
- Certo, certo, talvez eu realmente tenha colocado um pouquinho de ciúmes nela aquele dia. - Amanda parecia ter admito algo que só ela e Arthur estavam entendendo.
- Um pouquinho? A garota saiu furiosa da festa sem nem olhar pra trás. - Arthur ria com as mãos na altura da boca.
- Gente, do que vocês estão falando? - Henrique perguntava adentrando o quarto com pacotes de salgadinho nas mãos,.
- Festa da minha faculdade, o Arthur adorou a galera de lá! - Amanda falou puxando um pacote de salgadinho da mão do Henrique que a repreendeu com um tapa leve em sua mão. - Ai!
- Não é um pacote para cada, vamos misturar tudo! - Ele falava abrindo os pacotes e despejando todos de vez em uma vasilha redonda no meio do quarto.
- Ok... Isso é nojento... - Arthur falava com uma expressão de ânsia no rosto.
- Nojento é você. - Henrique rebateu frio, Arthur franziu o cenho ficando puto.
- Vai se fuder. - Disse.
- Como é? - Henrique perguntou virando-se para Arthur que estava sentado no canto do quarto.
- Que porra, sem brigas hoje, o que está havendo com vocês, caralho? Porra! - Eu berrei na direção dos dois que me olhavam com medo. - Vamos comer essa merda sim!
- Meus salgadinhos não é merd...
- Shiu! - Interrompi. - Vamos comer e conversar sobre a vida como amigos normais, pode ser? Droga.
Todos assentiram, eu estava brava, muito brava, mas foda-se, tê-los por perto me fortalecia, estava precisando daquilo.POV ARTHUR - 2018
- Uma pergunta! - Amanda falava levantando a mão como se estivesse em uma sala de aula.
- O que? - Perguntamos, observei todo o quarto da Beatriz, tinha cerveja para todos os lados, talvez tivéssemos bebido mais que o esperado, mas tudo bem, estávamos todos juntos e felizes, era isso que realmente importava.
- Vocês fariam sexo à três? - Amanda perguntou com uma expressão maliciosa, que diabos de pergunta foi essa?
- Credo, não, imagina que horror... - Beatriz falava com uma cara como se tentasse imaginar toda essa situação. - Blé!
- Eu super faria. - Henrique disse sem muito rodeio, era a cara dele.
Fiquei muito pensativo em relação a isso, será que eu faria um sexo à três? Como deve ser? Nunca havia pensado nessa possibilidade.
- Não sei se eu faria, acho que isso deve que ser pensado direito, precisa ter a pessoa certa.
- Arthur tem razão, não pode rolar com qualquer pessoa né. - Beatriz falou.
- Lógico que não gente, afinal é sexo, requer muita intimidade. - Amanda disse. - Minha namorada quer, eu não sei o que fazer!
- Faz se você quiser. - Eu disse.
- É não deixa essa fêmea escrota mandar em você. - Henrique falou com a voz cheia de ironia, isso nos fez rir.
- Ela não está mandando em mim, seu idiota! - Amanda falou dando tapas no Henrique que gargalhava ao seu lado. - Acho que vou fazer.
- Olha os amigos que eu tenho, um bando de sem vergonha. - Disse forçando parecer assustado com a decisão da Amanda, depois cair na gargalhada.
Aquele dia me fez pensar em uma coisa, com quem eu faria um sexo à três? É claro que a Sanches estaria participando, quem seria a terceira pessoa? Rapidamente veio um alguém na minha mente, balancei a cabeça em negando aquilo que eu estava pensando, loucura demais Arthur.MIAMI BEACH FLÓRIDA - 2018
Parada em frente a caixinha de correios eu pensava no porquê que escrevi para o Arthur, porque ele insiste em permanecer nos meus pensamentos? Eu admito que a parcela de culpa sobre eu ter saído do país sem me despedir chegava cada vez mais alta, mas eu não tive culpa, meu pai teve culpa nisso tudo. Aquela angústia toda me maltratava todas as noites, parece que eu fazia questão de lembrar de cada detalhe do Arthur para me martirizar ainda mais, odiava aquilo. Será que ele me odiava? Será que estava com outra garota? Sentir o meu estômago doer e a minha garganta secar ao pensar na hipótese do estar Arthur namorando.
Eu odeio isso, digo, isso de parecer que aquele amor que você sente por alguém não acaba, não consigo parar de querer ele por perto, minha vontade é de pegar um voo para lá e abraçá-lo como nunca abracei antes, dizer o quanto ele faz falta na minha vida e dizer a quantidade de vezes que eu penso nele no dia, parece que aquele sorriso nunca vai sair dos meus pensamentos. Peguei a carta e rasguei sentindo o meu peito apertar, aquilo doeu, mas sinto muito Arthur, eu não quero voltar para a sua vida e estragar tudo outra vez. Eu te amo tanto que compreendo que o melhor pra você é uma vida sem mim. Joguei os rasgos na lixeira ao lado e voltei para casa, vou evitar ir ao quarto pelo menos por duas horas, sei que se eu deitar naquela cama vou desabar, passei a mão jogando os cabelos para trás sentindo uma exaustão tomar conta do meu corpo.
- Gigi, Gigi! - Rafael corria na minha direção com o maldito carrinho barulhento, era de controle remoto e tocava uma música insuportável. - Brinca comigo?
- De novo, pirralho? Você não cansa? - Falei impressionada com a disposição do meio metro a minha frente.
- Não! Vamos por favor! - Ele pedia com um bico manhoso, sabe que eu não iria resistir, sorrir e fui brincar com ele, talvez seja disso que eu esteja precisando, me divertir um pouco...oi leitores lindos do meu coração, quem eh vivo sempre aparece né? poisss, to tentando voltar a escrever, se der tudo certo vai ter capítulo novo todo dia por aqui, me desejem sorte!!!
Erros arrumo depois
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Tonight, we are young
FanfictionE é por isso que amigos devem dormir em camas separadas E os amigos não devem me beijar como você me beija E eu sei que há um limite para tudo Mas meus amigos não me amam como você Não, meus amigos não vão me amar como você Oh, meus amigos nunca vão...