POV ARTHUR - 2018
Um sentimento? Culpa, me sinto culpado por ter perdido a cabeça e ter falado aquelas coisas para a Sanches, ela não merecia ouvir aquilo tudo, foi injusto com ela, tudo culpa da mágoa guardada aqui dentro, o que Gisele me fez passar me afeta até hoje, parece que eu não sofri tudo que tenho pra sofrer ainda, que ainda dói aqui dentro. Chegamos a minha casa aquela noite com um clima estranho, o que era bastante compreensível, pensei em como me desculpar da Sanches sem parecer um idiota, mas acho melhor fazer isso no dia seguinte, tivemos muitas emoções por hoje.
Acordar sem a Ágata do meu lado foi estranho, onde será que ela foi? Bocejei sonolento, coçei os olhos sentindo o meu corpo ainda adormecido, fui em direção ao banheiro fazer minha higiene matinal o mais rápido possível pra ir procurar a Sanches.
Desci as escadas indo para a cozinha, ouvi vozes femininas e risadas vindo da sala, mamãe e Sanches conversavam animadamente sobre alguma coisa engraçada, pararam de rir instantaneamente quando me viram parado observando-as como um psicopata.- Bom dia, querido. - Mamãe disse com um aceno e um sorriso largo nos lábios.
- Bom dia, mãe. - Retribui o sorriso e meus olhos foram de encontro ao par de olhos negros e quentes ao seu lado, Ágata estava fodidamente sexy usando aquele short curto bem apertado, blusa alcinha e droga, ela estava sem sutiã, aquilo era pra me provocar? - Bom dia, Ágata. - Falei normalmente recebendo um sorriso cínico da Sanches, eu sabia exatamente o que ela estava fazendo.
Deixei as duas conversando e fui para a cozinha preparar meu café da manhã, a todo momento me senti observado pela Sanches, mas não olhei para trás, apenas continuei fazendo o meu sanduíche.- Já vou indo, estou atrasada para o trabalho. - Mamãe veio até a mim depositando beijos na minha bochecha. - Eu te amo, juízo...
- Também te amo, bom trabalho.
Ouvi a mesma se despedir dá Ágata, continuei fazendo o meu café da manhã, um silêncio estranho invadiu o ambiente, mesmo não vendo a ágata, eu sentia a presença dela ali.
Paguei os pães de forma passando requeijão e pondo queijo e presunto logo em seguida, abri a geladeira procurando um suco.
- Quer ajuda? - A voz de Ágata surgiu próxima demais me assustando.
- Porra! - Exclamei em protesto após o susto. - Quer me matar?
- Não. Quero ajudar. - Falou sorrindo.
- Já tomou café? - Perguntei.
- Sim, mas não me importo em comer de novo, Arthur. - Eu não sei o que estava acontecendo com a Ágata, mas ela falou cheia de duplo sentido o que me fez sentir um arrepio desconhecido por todo o corpo.
- T-á...
Recebi olhares nada disfarçados da Ágata sobe meu corpo, ela me olhava de cima pra baixo molhando os lábios rosados, queria saber o que se passava na cabeça dela. Ágata me olhava de uma forma estranha, diferente, um lado que eu provavelmente não conhecia até agora, isso era de fato assustador.MIAMI BEACH, FLÓRIDA - 2018
"Devo começar essa carta com um querido Arthur? Acho que não. Sei que deve estar me odiando agora, como todos esses anos, na verdade, tenho certeza. Por que demorei tanto tempo assim pra te escrever? Falta de coragem. Hoje lembrei de você, mas não foi uma lembrança como todos as outras, foi diferente, e por algum motivo essa lembrança me fez escrever uma carta pra você, uma carta que eu não sei se devo mandar. Não faço ideia de como você está agora, mas aposto que continua lindo, sendo o mesmo Arthur que eu conhecia, que está cursando alguma faculdade ou em dúvida do que cursar, já eu, estou no 2 ano da faculdade, estou atolada de trabalho, atividades, e por aqui as coisas são tão monótonas, não tenho muitos amigos, meus pais estão cada vez piores e... tudo estaria melhor se você estivesse aqui junto comigo ou por aí, mas ainda mantendo contato comigo, era tudo que eu mais queria agora. Espero que um dia a gente se encontre e possa conversar sobre tudo que aconteceu, eu tenho tanta coisa pra te contar, afinal, você era o meu melhor amigo..."
A luz forte do sol iluminava a folha de papel a minha frente, eu estava deitada na cama lendo e relendo a patética carta que fiz pro Arthur, não sei se eu devo mandar pra ele, mesmo não mandando, me sinto bem melhor após escrevê-la.
Um corpo pequeno adentrou o meu quarto com olhos curiosos e mãos inquietas.
- Ei, cuidado pra não rasgar. - Falei pegando a carta da mão do Rafa.
- O que é isso? - Perguntou.
- Uma carta. - Falei como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Pra quem? - Perguntou sentando-se na cama e cruzando as perninhas, a mesma coisa que eu tinha quando era pequena.
- Um amigo do Brasil. - Disse levantando da cama e guardando a carta dentro de um dos meus livros da faculdade.
- Que amigo? - Rafael estava naquela fase de só fazer perguntas o tempo todo, era irritante e fofo ao mesmo tempo.
- Só um amigo, seu pirralho. - Falei entre risos e ele fez uma expressão emburrada.
Eu deveria mandar essa carta? Será que ele me responderia?POV ÁGATA SANCHES - 2018
Uma carta na manga, era isso que eu sempre tinha, provocar o Arthur era um dos meios de manter contato com ele após algum desentendimento bobo entre a gente, claro que a noite anterior não foi algo bobo, tem uma história atrás daquilo tudo, eu preciso descobrir.
- T-á... - A voz trêmula e arrastada do Arthur me fez comemorar internamente, ele não resistiria por muito tempo. - Fala logo, Ágata, mas não fica me olhando assim...
- Precisamos conversar. - Falei com a voz mais autoritária que eu tinha, Arthur estava temendo essa conversa, mas ele não ia escapar.
- Posso tomar café primeiro? - Perguntou e eu neguei com a cabeça. - Perdi a fome mesmo.
Dei as costas pra ele e andei até a sala sentando-me no sofá, ele me acompanhou e sentou-se no sofá a minha frente, estava com as pernas inquietas.- Quem machucou você? - Perguntei sem mais delongas, e o Arthur assustou-se com isso, fui direta demais.
- O nome dela é Gisele... - Assim que o Arthur tocou no nome dela os olhar dele desviou-se do meu. - Nós praticamente crescemos juntos, ela era a minha melhor amiga, a pessoa que eu corria pra pedir colo toda vez que algo dava errado, era alguém que eu não conseguia imaginar um dia sem a presença dela. - Cada palavra que o Arthur dizia parecia doer, eu não gostava de saber que alguém teria machucado um garoto como ele.
- E aí?
- Nos apaixonamos, foi a paixão mais intensa da minha vida, tudo aconteceu tão rápido, sabe? Foi uma explosão de sentimentos, quando ela me contou que era apaixonada por mim, não perdemos tempo, vivemos cada dia como se fosse o último, não tínhamos medo do amanhã, até que ela começou a mudar comigo... Gisele ficava cada vez mais distante e estranha, não só de mim, todos os meus amigos falavam isso, até que um dia ela sumiu de tudo, soube que ela havia saído do país pela minha mãe um tempo depois. - Uma lágrima solitária caiu, eu vi um Arthur frágil, machucado, cheio de mágoa e consequências de uma ida.
- Ela não se despediu de você? - Perguntei não acreditando no que estava ouvindo, como alguém foi capaz de fazer isso?
- Não... Ela simplesmente foi, sem se despedir de ninguém.
- Sente falta dela? - Perguntei com medo da resposta.
- Não, já me acostumei com sua ausência, isso foi há uns 2 anos atrás, não tem mais importância pra mim. - Arthur falou mas não me convenceu.
- Você sente falta dela. - Falei admitindo algo que ele deveria estar fazendo.
- Eu não...
- Caralho, não mente pra mim. Não vejo problema em você sentir falta da sua melhor amiga, ela conviveu com você anos da sua vida, parece ter sido a primeira garota que você se apaixonou, foi intenso, Arthur, você sente falta dela. - Falei rapidamente estressada com as mentiras que ele dizia sobre não sentir falta, não vejo problema em sentir. - Ela falou com você depois disso? - Perguntei e o Arthur negou com a cabeça.
- Nem sequer uma mensagem.
- Vem cá. - Chamei-o para sentar ao meu lado e ele veio. - Sinto muito por você ter passado por isso, pode conversar comigo sobre o que quiser, eu quero ser sua amiga também, confia em mim.
- Obrigado Sanches...
- Vai tomar seu café da manhã, tenho que ir pra faculdade, nos vemos mais tarde? - Perguntei meio para baixo, eu odiava ficar longe do Arthur.
- Sim, até mais tarde.Erros arrumo depois.
n sei vcs, ms to sentindo essa relação esfriar.
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Tonight, we are young
FanfictionE é por isso que amigos devem dormir em camas separadas E os amigos não devem me beijar como você me beija E eu sei que há um limite para tudo Mas meus amigos não me amam como você Não, meus amigos não vão me amar como você Oh, meus amigos nunca vão...