POV GISELE
Tinha acabado de sair do banho com umas roupas do Arthur, ria mentalmente ao me ver com aquela bermuda moletom e camisa folgada, até que ficou legal. Arthur estava lá embaixo na cozinha pegando algo pra a gente comer, a chuva só ficava cada vez mais forte. Por favor, que não comece a dar trovoadas, por favor.
O quarto de Arthur era tão bonito, tinha amarelo por toda parte, um guarda-roupa branco e amarelo embutido com três portas e um espelho na porta do meio, a cama dele era de solteiro, um pouco alta pra mim que sou pequena, o tênis dele jogado de qualquer jeito lá, bufei irritada ao ver aquilo, qual era a dificuldade de guardar o tênis? O criado mudo tinha uma cor amadeirada bem clarinha, tinha quatro gavetas, um abajur, dois livros que pareciam ter sido jogados de qualquer jeito e bolinhas de papel. Por que ele era tão bagunceiro? E porque aquele criado não era branco como a cama e o guarda-roupa? Comecei a me irritar com isso.
O quarto dele era uma suíte com um banheiro bem simples, apesar de ser grande. No banho lembrei das coisas que tinham acontecido naquele banheiro, tentei não pensar muito nisso.
Me sentei na cama olhando pro teto morrendo de tédio, eu não devia ter saído sem o meu celular.
- Eu não sabia o que fazer pra a gente, então fiz cachorro quente. - Arthur entrou com uma bandeja nas mãos, lá tinha dois pratos, em cada um, dois cachorros quentes. Colocou a bandeja encima da cama e saiu apressado em direção a porta - Eu vou pegar o suco. - Ele falou sem nem me dar tempo de dizer nada.
Estava com tanta fome que nem esperei ele voltar, peguei um, dei uma mordida e botei no prato como se nada tivesse acontecido.
- Aqui, é de caju, sei que você gosta. - Ele me deu um copo grande cheio de suco. Arthur pegou o prato que eu tinha deixado o cachorro quente mordido, tive vontade de rir, mas me controlei e peguei o outro.Ele me olhava com a boca aberta e uma expressão engraçada, segurava o pão mordido acima do rosto.
- Por que eu não estou surpreso? - Ele ria feito um idiota. Eu acabei gargalhando cobrindo a boca.
- Foi só uma mordidinha. - Falei enquanto ele me fuzilava com os olhos.
- Pode me dar o seu. - Arthur disse fazendo um bico manhoso, senti vontade de tacar a bandeja nele de tão fofo que ele é.
- Não.
- Gisele...
- Se encostar no meu pão, eu te mato. - Falei séria. Digamos que já era comum eu e o Arthur brigar por causa de comida, uma vez ficamos quatro meses sem nos falar por causa de um pedaço de bolo.
- Isso não é justo, me dá essa merda. - Ele disse estendendo o braço no meu prato, mas eu fui mas rápida e ri. Ele riu também, mas quando me viu pegando o outro cachorro quente que estava intacto e mordendo, o sorriso dele sumiu.
- Hmm, que gostoso. - Falei rindo da cara dele, ele tava ficando vermelho de raiva.
- Você não fez isso.
- Fiz e faço de novo, olha. - Dei outra mordida.
Arthur me olhava como se quisesse me matar. Ele levantou da cama, eu já sabia o que vinha depois, então corri saindo do quarto, ele vinha atrás de mim puto da vida.
- PARA, SOCORRO. - Falei rindo feito uma idiota.
- VOCÊ COMEU MEU CACHORRO QUENTE. - Arthur falava sério, entrei em uma sala que parecia um depósito, só tinha caixas e mais caixas. Era escura, me escondi atrás da porta e o Arthur entrou ofegante me procurando.
Ele olhava embaixo da mesa, atrás das caixas, até que eu...
- RÁ! - Assustei ele, Arthur deu um pulo com a mão no coração. Eu estava me divertindo tanto com tudo aquilo. Quando vi já estávamos no chão, ele tava encima de mim, sentado no meu quadril segurando o meus pulsos acima da minha cabeça, não conseguia levar aquilo a sério, então não tirava o sorriso do rosto.
- Pede desculpas. - Ele falava como uma criança de 6 anos magoado com algum amiguinho. - Vai, me pede desculpas ou eu...
- Desculpa. - Falei ainda risonha e ele soltou os meus pulsos.
- Assim tão rápido? Queria te abusar mais. - Disse decepcionado.
- É que eu quero ir pro quarto comer mais. - Falei enquanto tirava ele de cima de mim e ia correndo pro quarto dele.POV ARTHUR
Terminamos de comer, eu estava suado por ter corrido atrás dessa ladra de comida, Gisele agora mexia no meu computador vendo uns vídeos que eu nem me importei em saber quais eram. Fui ao banheiro tomar banho, sair só de toalha e binder, por um momento, me sentir observado. Abri o guarda-roupa pegando uma cueca e voltei pro banheiro. Escovei os dentes por uns 5 minutos, vestir a cueca e passei a toalha no cabelo pra secar um pouco. Saindo do banheiro, vi o que computador estava desligado e Gisele estava deitada na cama de bruços, o corpo dela era lindo, tinha o quadril largo, uma bunda grande e empinada que por alguns segundos eu tive vontade de dar um tapa. Gisele tinha uma pele pálida com pintinhas por todo corpo. Apesar de estar chovendo, o calor em casa estava absurdo, então eu liguei o ar e me deitei ao lado de Gi, virei na direção contrária que ela está, ficando de costas pra ela.
- Eu não tô dormindo. - Ela disse com a voz rouca entregando o sono que estava sentindo.Senti o colchão afundar mais, quando me viro, ela está sentada na cama olhando pra parede como uma maníaca.
- Que foi? Não consegue dormi? - Perguntei me sentando ao lado dela, meio preocupado.
- Não. Tô com calor. - Quando ela percebeu que eu estava apenas de cueca e binder, vi um certo nervosismo no olhar dela, Gisele começou a ficar inquieta e suspirando como se estivesse impaciente.
- Deve ser essas roupas que você está usando, tá calor Gi, tira isso.
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Tonight, we are young
FanfictionE é por isso que amigos devem dormir em camas separadas E os amigos não devem me beijar como você me beija E eu sei que há um limite para tudo Mas meus amigos não me amam como você Não, meus amigos não vão me amar como você Oh, meus amigos nunca vão...