Reconciliação

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POV GISELE

Já se passaram três semanas após o acontecido na casa do Arthur, ele não tem frequentado a escola e também não o vejo na rua. Mesmo assustada com o comportamento dele aquela noite, eu sentia a falta dele, afinal Arthur é o meu melhor amigo há anos, ele faz parte da minha vida. O pessoal não tocou no assunto depois do que aconteceu, todos ficaram agindo como se nada tivesse acontecido, eu já estava cansada disso. Estávamos na casa do Henrique assistindo Grey's Anatomy e comendo pipoca, no meio de episódio falta energia.
- Que droga. - Henrique fala ao levantar do sofá pra pegar umas velas.
- Ai, eu odeio escuro... - Amanda disse se agarrando ao meu braço e eu ri do medo dela.
- Por que você tá assim? - Ela perguntou me olhando curiosa, eu estava tão quieta nessas três semanas.
- Não sei... - Menti.
- Sabe o que eu acho? Acho que deveríamos conversar sobre o que aconteceu aquela noite. Eu sei que a atitude do Arthur mexeu com a gente, mas somos humanos, estamos com várias interrogações na cabeça, precisamos conversar, todos nós... - Beatriz falou extremamente seria olhando pra a gente, Henrique acendeu 2 velas e sentou no sofá.
- Eu concordo com você, Bea... - Ele disse. - Vocês concordam?
- Sim. - Eu e a Amanda falamos na mesma hora.
- Primeiramente eu quero saber o que houve naquele banheiro. - Beatriz parecia nervosa. Eu corei na mesma hora ai lembrar do toque dele na minha pele.
- Bom... - Comecei. - Nós estávamos discutindo, perdi o controle e fui pra cima dele e ele bateu a cabeça. Liguei o chuveiro pra ele tomar um banho e... - Dei uma pausa respirando fundo. - a gente quase ficou...
- Quase? - Amanda perguntou
- Sim, nós não ficamos. Mas fizemos umas carícias e ele surtou quando percebeu que estava beijando o meu pescoço... - Nessa hora Henrique e Beatriz se olharam como se tivesse se comunicando através do olhar e eu não entendia aquela atitude.
- O que ele disse? - Beatriz perguntou
- Disse que éramos melhores amigos, que não deveríamos fazer aquilo... - Falei triste.
- Posso te fazer uma pergunta? - Foi a vez da Amanda falar. - Eu acho que todos querem fazer essa pergunta. Você sente alguma coisa pelo Arthur? - Todos me olharam ansiosos pela minha resposta.
- Eu sempre fui apaixonada por ele. - Admiti e sentir meus olhos lacrimejarem. Amanda me abraçou e falou que estava tudo bem, mas não estava.
Não quero perder o meu melhor amigo, eu não posso.
- Gisele... - Beatriz me chamou
- Humm?
- Você precisa conversar com o Arthur sobre o que você sente. - Ela dizia preocupada, sempre lançando olhares misteriosos pro Henrique.
- Beatriz, você tem algo pra me falar?
- Não, mas o Arthur tem.

E lá estava eu, na frente da casa do Arthur, pensando se toco ou não a campanhia. Eu tremia muito, minhas mãos estavam suadas, lembrei da confusão que teve aquela noite, porque ele agiu daquela maneira? O que estava acontecendo? Eu precisava saber agora.
- Olá, minha querida. - Tia Ju me abraçou forte, eu retribuir.
- Oi tia Ju, o Arthur está em casa? - Perguntei olhando pra dentro da casa pra ver se eu o via na sala ou na cozinha, mas nenhum sinal do Arthur.
- Está na piscina, pode ir vê-lo...
Assenti e dei a volta na casa parando no quintal, a casa do Arthur era linda, no quintal tinha uma piscina enorme, a grama era verdinha e bem cortada, tem umas mesas e cadeiras, uma churrasqueira grande, era muito lindo lá, enquanto eu babava, ouvi um barulho vindo da piscina. Parecia tudo estar em câmera lenta, Arthur de sunga com aquele corpo fodidamente gostoso pulando na piscina e mergulhando, ele nadava tão bem. Saiu da piscina com os seus cabelos molhados, parou perto de uma mesa e tomou um gole de cerveja, ele estava lindo, como sempre, o meu melhor amigo é perfeito.
- Arthur? - Falei baixo pra ele não se assustar e ele virou rápido me encarando, parecia estar se o perguntando o que eu estava fazendo ali.
- Oi. - Falou timidamente enquanto pegava a tolha e enrolava na cintura envergonhado, ele tinha muita vergonha do seu corpo, alguém avisa que é um corpo do caralho? - O que faz aqui?
- Vim conversar. - Fui direta
- Sobre aquela noite? - Ele perguntou já sabendo a resposta.
- Sim. - Falei friamente enquanto me perguntava o porquê que ele nadava a noite. - Por que está nadando a noite? A água não está gelada? - Perguntei me aproximando da piscina.
- Prefiro nadar a noite e não, a água não está gelada. - Ele disse rapidamente enquanto vestia uma camisa preta e bebia mais um gole da cerveja. - Sente.
Me sentei ao lado da mesa onde estava as cervejas, a noite estava tranquila e silenciosa, a lua estava lua muito linda.
- Me desculpa por ter te tratado mal aquele dia. - Ele parecia arrependido. - E por ter batido no Henrique.
- Isso do Henrique você precisa se desculpar com ele, não comigo. - Fui grossa, me sentindo mal por estar sendo fria com ele. - Sei que somos melhores amigos, que o que estava acontecendo naquele banheiro foi algo diferente pra gente, não vai mais acontecer, não precisava fazer aquilo... - Falei pegando a cerveja dele e bebendo tranquilamente.
- Você não entende. - Ele disse um pouco alterado se levantando da mesa e indo pra dentro de casa, eu o seguia.
- Então me explica! - Falei alto.
- Eu gostei daquilo, Gisele. - Ele falou agora parando e meu corpo bateu-se com o dele. - Eu não queria parar. - Pareceu sincero.
- E porquê fez aquilo então? - Perguntei um pouco fraca por estar tão próxima dele...

Flashback on

Já era a 6°cerveja que eu tomava, até que vejo Henrique me dando uma batida de vodka. Eu estava começando a ficar muito bêbado.
- Acho melhor a gente parar de dar bebidas ao Arthur, olha como ele já está. - Beatriz falou apontando o dedo pra mim, eu estava dançando com uma garota desconhecida que aparentemente estava muito bêbada também. Até que vi a Gisele muito próxima de um cara que parecia estar dando em cima dela, me afastei da garota que pareceu não se importar e fui beber mais.
- Preciso de mais uma batida dessas. - Falei com Henrique enquanto encarava com ódio a Gisele, ele olhou pra mesma direção que a minha e franziu o cenho cenho.
- Qual o problema? - Ele perguntou um pouco alto por causa da música.
- A Gisele, olha como ela tá dando mole pra aquele filho da puta. - Falei irritado e jogando o meu copo contra a parede. Henrique me olhava assustado e sem entender.
- E daí? Deixa ela se divertir cara, ela...
- NÃO! - Interrompi o Henrique com um berro e ele me olhava assustado. - Ela não pode se divertir com esse cara, Gisele é minha. - Falei em um tom autoritário e Henrique parecia confuso, percebendo o meu estado, completamente bêbado.
- Ela é sua amiga, Arthur. Não a sua prioridade. - Beatriz falou em um tom de deboche.
- Minha amiga por enquanto... - Falei meio grogue sentando no sofá que parecia estar molhado.
- Como assim por enquanto? - Beatriz perguntava trocando olhares cúmplices com Henrique.
- Sou apaixonado por ela desde os 13 anos. Eu quero ela, Bea. - Falei já sentindo lágrima nos meus olhos caindo.
- Mas a Gisele só gosta de você como melhor amigo. - Henrique falou. - Ela tava em um clima diferente com a Amanda mais cedo. - Ele ria como se estivesse me achando o cara mais trouxa do mundo.
- O que? Ela e a Amanda? - Falei em desespero saindo correndo daquela festa, chorando muito desejando o colo da minha mãe.

Tonight, we are youngOnde histórias criam vida. Descubra agora