POV ARTHUR
Ouvi batidas fortes na porta do meu quarto, sem ter tempo de responder, minha mãe entrou no quarto se assustando ao ver Gisele de sutiã e eu quase pelado.
- Deus... - Disse ela ficando de costas pra nós dois, eu a encarava sem estar entendendo nada ainda de tanto sono que eu estava. - Arthur, filho... O pai da Gisele ligou avisando que vai precisar dela em casa antes de ir a escola. - Mamãe falou ainda de costas pra mim. Parecia estar constrangida.
Quando eu fui perceber que estava quase nu e descoberto perto da minha mãe, eu puxei o lençol com tanta força que acabou despertando Gisele do sono pesado dela.
- Mas que porr... MEU DEUS, DONA JU! - Gisele falou em quase um grito puxando o lençól de volta, acabei caindo da cama com a força que ela usou pra puxar aquilo, cair feito bosta no chão. Ela me olhava espantada, e a minha mãe que virou ao ouvir o barulho do meu corpo contra o chão, nos olhava repreendendo o riso.
- Crianças, eu sei o que é sexo, ok? Não se preocupem com isso. - Falou tranquilamente enquanto eu gemia de dor largado no chão.
- Não mãe, não! Eu e Gi não fizemos nada, foi o calor... Então eu fiquei assim... - Falei apontando pro meu corpo despido.Gisele ficava olhando desesperadamente pra mim e a minha mãe sem saber em quem mantinha o olhar.
Mamãe não pareceu acreditar em sequer uma palavra minha.
- Olha, dona Ju, eu e ele não fizemos nada, somos apenas amigos. - Gisele falava disparando como se tivesse uma arma na cabeça dela.
- Só vim dar um recado. Gisele, seu pai te quer em casa antes de você ir a escola, pode fazer isso? - Mamãe perguntou e Gisele assentiu.
- Ótimo, se apressem, vão ter que sair de casa cedo hoje. - Ela disse saindo do quarto e fechando a porta, automaticamente Gisele e eu nos olhamos assustados, pra logo depois explodir em uma crise de riso.
- VOCÊ PRECISOU TER VISTO A SUA CARA, PARECIA QUE ESTAVA A BEIRA DA MORTE! - Eu dizia gargalhando enquanto levantava do chão.
- Pode rir a vontade, foi você que caiu no chão mesmo. - Ela ria enquanto vestia a camisa que eu tinha emprestado. Gisele agora estava apenas com minha camisa e a cueca que agora é dela, como pode ficar tão linda com as minhas roupas? E como alguém é capaz de acordar tão perfeita? Ela tinha os cabelos bagunçados e o rosto um pouco amassado perto da bochecha, isso indica que ela teve uma ótima noite de sono.No café da manhã o clima foi constrangedor, mamãe ficava nos olhando como se fôssemos dois pervertidos, Gisele estava nervosa com aquele olhar nada disfarçado da minha mãe, eu queria rir daquele situação, mas estava encurralado pelo olhar da mamãe também.
Minha mãe deu carona a Gisele até a casa dela, eu fiquei em casa assistindo alguma coisa nada interessante na TV esperando o tempo passar, olhei o celular depois de alguns minutos, era 6:28, peguei a minha mochila e fui ao ponto de ônibus.Cheguei na escola um pouco nervoso, com certeza encontraria Henrique, Amanda e Beatriz nos corredores, eu devia desculpa a todos eles e não sabia como fazer isso.
- Oi. - Falei receoso enquanto me aproximava dos meus amigos. Henrique estava sentado no chão vendo algo no celular, Amanda estava em pé com o armário aberto guardando alguns livros, Beatriz estava ao lado dela. Assim que eu cheguei, Amanda fechou o armário e Beatriz tirou os fones de ouvido.
- Oi, Arthur. - Amanda falou enquanto os outros continuavam quietos.
- Preciso conversar com vocês... Podem ir lá fora comigo? - Falei em quase suplicando, eles se olhavam sérios e impacientes. - Por favor.
- Vamos acabar logo com isso. - Beatriz falou andando na frente e acompanhamos ela.
Nesse momento, estávamos ao lado da entrada da escola, alguns alunos e professores passavam pela gente, o barulho dos carros passando e deixando alunos invadia o ambiente. Eu estava encostado na parede e os três na minha frente de braços cruzados, era como se eu tivesse sendo encurralado.
- Bom... Eu queria me desculpar com todos vocês, meu comportamento aquela noite foi algo que me assustou, imagino que vocês devem ter ficado tão assustados quanto eu... - Fiz uma pausa pra controlar a minha voz trêmula. E voltei a falar firme encarando cada um eles. - Fui um idiota com vocês, não sei o que deu em mim, quando percebi já estava acontecendo e eu não podia mais voltar atrás. Amanda... - Toquei no ombro da Amanda que estava com a expressão triste olhando pra mim - Me desculpa por ter sido grosso com você, eu estou extremamente arrependido disso. - Ela assentiu, então encarei o Henrique que estava com os olhos marejados e cabeça baixa. - Henrique... Eu sinto muito por ter passado dos limites com você, sei que isso não tem perdão, mas eu queria dizer que eu estou arrependido por ter feito isso, foi errado e sem noção. - Ele apenas me encarou de voltar e eu olhei pra a Beatriz, que estava com uma expressão neutra, não demonstrava absolutamente nada. - Desculpa por ter expulsado vocês da minha casa, eu não quero perder a amizade de vocês, mas se quiserem parar de falar comigo eu vou entender e não vou inter... - Não conseguir completar a frase pois sentir o meu corpo ser esmagado por um outro corpo pequeno, era o Henrique, ele me abraçava tão forte que eu poderia morrer asfixiado com esse abraço. Retribuir com toda força que eu tinha, deixando algumas lágrimas caírem pelo meu rosto.
- Eu senti tanto a sua falta... - Henrique falava com uma voz de choro enquanto me abraçava forte, Amanda se aproximou de nós dois e me abraçou também. Era um abraço triplo, eu não poderia estar mais feliz, na verdade, poderia se a Beatriz estivesse fazendo parte desse abraço, ela me olhava séria, sem a mínima vontade de me abraçar, ela não me perdoaria fácil assim.
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Tonight, we are young
FanfictionE é por isso que amigos devem dormir em camas separadas E os amigos não devem me beijar como você me beija E eu sei que há um limite para tudo Mas meus amigos não me amam como você Não, meus amigos não vão me amar como você Oh, meus amigos nunca vão...