Alô?

162 23 0
                                    

POV ARTHUR - 2018

- Alô? - Minha voz saiu trêmula. Eu temia números desconhecidos, a última vez que atendi um número desconhecido, foi quando me avisaram sobre o acidente do papai. - Tem alguém aí? - Perguntei um pouco alterado não obtendo respostas, no outro lado da linha era puro silêncio, desliguei irritado e fui em direção ao banheiro.

Liguei o chuveiro deixando a água quente percorrer por todo o corpo, demorei mais que o esperado no banho, sair do box ainda molhado, resolvi não pegar a toalha de imediato. Estava me analisando em um espelho pequeno que havia acima da pia, como eu havia mudado em apenas 5 meses, a testosterona fez coisas incríveis com meu corpo, me via contente com todas as mudanças, só que a dos meus seios me deixou mais que feliz, eles tinham diminuído um pouco e é só questão de tempo para diminuírem mais. E se eu entrasse na academia pra acelerar o processo? Facilitaria as coisas pra mim já que os meus seios é o que mais me incomoda. Escovei os dentes ainda pensativo sobre a academia, arrumei o cabelo e sair do quarto, vestir uma bermuda moletom cinza e uma camiseta confortável.
Desci as escadas apressado tendo a certeza que a minha mãe já estava em casa, a encontrei na sala, ainda com as roupas sociais do trabalho, ela estava com os seus óculos de grau mexendo no notebook, provavelmente, mais assuntos do trabalho.

- Nem em casa a senhorita tem descanso? - Falei me sentando ao lado dela percebendo que ela estava lendo uns e-mails.
- Oi, meu filho. Como você está? Já comeu? - Perguntou atenciosa fechando o notebook me trazendo pra mais próximo dela.
- Eu estou bem, comi na casa da Amanda. - Falei recebendo um cafuné gostoso, carinho de mãe é tão bom...
- Já escolheu a sua roupa pra festa da formatura? - Perguntou.
- Não, tô tentando não pensar muito nisso. - Falei suspirando cansado.
- Está com medo?
- Um pouco, não tô preparado pra faculdade, nem sei o que fazer. - Admiti.
- Não precisa fazer faculdade por agora filho, pode descansar um pouco e pensar no que quer estudar, não me importo em deixa-lo pensar por um tempo. - Mamãe falava calmamente enquanto me fitava.
- O pessoal todo vai fazer por agora, não quero ter que ser o único a fazer daqui há um ano. - Eu estava desesperado.
- Já pensou em psicologia?
- Não daria certo, nem eu me entendo, quem dirás entender as outras pessoas. - Falei rindo me imaginando sentado em uma cadeira no meu consultório ouvindo os problemas de alguém e chorando junto com ela.
Nós conversamos por mais alguns minutos, depois colocamos um filme pra assistir, fazia tempo que nós não conversávamos, mamãe estava tão ocupada nesses últimos dias, eu entendia perfeitamente bem, era o trabalho dela, obrigações primeiro.

MIAME BEACH, FLÓRIDA - 2025.

Era a terceira vez que eu ia a melhor casa noturna de Miame, a AM to PM, o lugar é bastante conhecido por todos na cidade, pelos carros de luxo que havia no estacionamento era perceptível que só a frequentava quem tinha muito dinheiro, sou uma dessas pessoas, não nego.
A batida da música eletrônica era envolvente, eu que estava no bar, desci para a pista de dança com o intuito de dançar até os pés doerem, eu estava sozinha mais uma vez... Fazia tempo que não me divertia desse jeito. Um rapaz alto, forte, olhos azuis, muito bem vestido se aproximava de mim como se pedisse pra dançar junto comigo, eu assenti, ele tinha um sorriso largo no rosto, estava suado, elétrico, se aproximava cada vez mais.

- Posso saber seu nome? - Ele perguntou em quase um grito por causa da música alta.
- Está interessado? - Perguntei no mesmo tom ficando de costas pra ele dançando em sincronia com a música, ele me acompanhava com o seu corpo grudado ao meu por trás.
- Você não imagina o quanto! - Segurou minha cintura e me virou bruscamente. - Me diga seu nome.
- Gisele. - Falei pondo os meus dois braços em volta do pescoço dele, confesso que o álcool no meu organismo estava me dando um empurrãozinho pra ser tão atirada desse jeito, mas e daí? Quero me divertir hoje.
- Gisele... - Ele parecia saborear meu nome em seus lábios, me fitou e sorriu novamente. - O meu é Brian.
- MUITO prazer, Brian. - Falei com segundas intenções, ele estava adorando.
- Sabe, conheço um lugar bem melhor que esse pra nós irmos. Tá afim? - Brian perguntou me olhando nos olhos, ele era bonito, eu realmente estava interessada, então, porque não curti com Brian hoje?
- Claro, vamos!

Tonight, we are youngOnde histórias criam vida. Descubra agora