POV ARTHUR - 2018
Gisele passou pela porta lentamente fazendo barulho com os seus saltos de ponta fina, sentou-se no sofá cruzando as pernas deixando uma boa parte das suas coxas em exibição, por Deus, ela estava deslumbrante, pude sentir um arrepio na nuca no mesmo instante em que ela me fitou de canto e jogou o cabelo todo pro lado deixando o pescoço exposto, aquilo mexeu comigo. Ela estava diferente, não era mais a garota de 16 anos que eu havia me apaixonado, agora era uma mulher fodidamente sexy e intimidadora, Gisele estava com o corpo mais desenvolvido, curvas sinuosas, cabelos longos e lisos, usava uma maquiagem fraca, porém, destacava os seus olhos e boca perfeitamente. Ela usava um vestido acima dos joelhos na cor vinho, nos pés, scarpin preto, nunca imaginei vê-la desse jeito, confesso que estava babando na beleza da Gisele como nunca. Continuei na porta, completamente imóvel observando cada
movimento que a mesma fazia, eu não esperava por isso, na verdade, temia esse reencontro desde que ela se foi, por medo de como eu agiria. Depois de vê-la percebi que não devia ter medo, eu não faria nada além de tremer de nervoso.
- O que... O que você tá fazendo aqui? - Perguntei em um tom baixo, fechando a porta com cuidado caminhando para o balcão da cozinha, não queria ficar tão próximo da Gisele.
- Suponho que nós temos muitos assuntos pendentes, vim conversar e me explicar, Arthur. - Gisele falava cada palavra com tranquilidade, sem expressão quaisquer emoção.- Se explicar? - Ri exageradamente alto em ironia. - Depois de dois longos anos você vem com papinho de se explicar? Não existe mais telefone no lugar em que você foi? Internet? Eu esperei uma mensagem sua por mais de 730 dias, Gisele! E não recebi nada, nem um sinal de vida seu, você se apagou da minha vida sem se importa em como eu ia em sentir, sério, você não pensou em mim? Você é uma egoísta, desprovida de empatia, só se importa com o seu próprio umbigo, e sabe o que eu sou? Um otário, porque mesmo com você pouco se importando comigo, eu me perguntava todos os dias se você estava bem, se estava precisando de algo ou se estava gostando da cidade nova, mesmo te odiando cada dia da minha vida, eu queria te ver bem, porque você foi a primeira garota que eu amei, e a primeira que me destruiu. Então, seja lá o que temos pra conversar, não me importa mais. - Fui em direção a porta abrindo-a, Gisele me olhava com os olhos marejados e assustada com minhas palavras.
- Está me expulsando?! - Perguntou incrédula levantando e se aproximando de mim surpresa, com certeza ela não esperava por essa atitude.
- Não. Estou evitando que você me magoe uma segunda vez. Agora, por gentileza, saia!
Gisele abriu a boca pra dizer algo, mas a impedi.
- Saia, agora! - Gritei.
Ela saiu sem olhar pra trás, bati a porta com força deixando aquele choro preso liberta-se, sentei no chão sentindo as lágrimas maltratarem os meus olhos, eu preciso que isso pare de doer, por favor.
O que aconteceu em seguida foi muito confuso, senti o meu corpo se debater em um lugar macio e uma voz familiar me calmando, o meu rosto suava, minhas mãos tremiam, o que está havendo?
- Calma, meu amor, calma. Eu tô aqui, Arthur! - Senti as mãos quentes da mamãe no meu rosto, ela estava tentando me acordar.
Abri os olhos assustado os sentido molhados, aquilo foi um sonho? Eu estava sonhando? Olhei em volta da cama, vi o notebook fechado ao meu lado, o celular estava perto da minha cintura na cama. Porra, era tudo um sonho, foi tão real, eu não conseguia acreditar.
- Onde ela está? - Perguntei meio desesperado ainda acreditando na possibilidade de ter sido tudo real.
- Ela quem, filho?
- A Gisele, ela estava aqui, estava na sala mãe! - Não conseguir controlar o choro, ela me abraçou forte fazendo um carinho no meu cabelo.
- Foi um sonho Arthur, em momento algum vi você saindo do quarto, eu estava em casa esse tempo todo, não veio ninguém aqui... - Ela me olhava com pena e tristeza.
Eu tinha voltado a ter pesadelos com a Gisele, isso não é nada bom.POV BEATRIZ - 2018
- E depois? Ela foi embora assim? Sem mais nem menos? - Perguntei tentando entender esse sonho maluco que o Arthur teve, tenho que admitir que isso não é um bom sinal, fazia tempo que o Arthur não sonhava com a Gisele, estávamos na ligação há alguns minutos, ele falava sem parar.
- Sim, não é estranho? A Gisele de verdade não ia sair daquele jeito.
- Tem razão, já pesquisou o significado? - Perguntei sabendo a resposta, Arthur nunca buscava o significado dos seus sonhos, já eu...
- Não, procura pra mim? - Pediu.
- Sonhar com lembranças ou pessoa do passado significa que você está comparando uma situação que vive atualmente com outra vivida no passado. Você deve aprender com as experiências vividas no passado para não cometer os mesmos erros. - Li em voz alta. - Fez sentido pra você?
- Não sei. - Parecia estar pensando. - Acho que não. - Concluiu Arthur.
- Se você diz...
- Bea, mais tarde nos falamos, certo? Vou resolver algumas coisas por aqui, te amo.
O garoto nem me esperou responder e já desligou.POV ÁGATA SANCHES - 2018
Mais uma vez aquela garota estava atrasada, que diabos ela pensa que é pra me deixar esperando? Estava exausta dos atrasos da Joyce, às vezes me perguntava o porquê que eu era amiga dela. Bufei irritada ao olhar para o meu telefone pela quinta vez em menos de cinco minutos. Havíamos combinado de jantar essa noite, ela voltou de viagem faz algumas horas, eu estava com saudades dela, sugeri de irmos em um dos melhores restaurante de São Paulo comemorar, além de tudo, precisava me distrair depois da discussão que tive com meu irmão mais velho, ele se achava o dono da casa, ditava regras o tempo todo como se fosse alguém ali dentro, mas ele não era, Brian não passava de uma versão piorada e narcisista do papai, ainda quer estudar política como ele. Se fosse possível mudar de família, com certeza eu já teria feito, mamãe não tem pulso firme com o Brian, permite que aquele imbecil faça o que bem entende naquela casa. Brian é o favorito do meu pai, dito o mais inteligente e interessado nos negócios da família, vivemos em pé de guerra porque eu não quero usar aquele dinheiro sujo para os meus estudos, não dava pra ficar naquela casa.
Joyce me ligou avisando que teve problemas com o carro, remarcamos para amanhã, pedi uma garrafa de vinho branco ao garçom que atendeu ao meu pedido imediatamente, não queria ficar ali sozinha, mas não quero ir pra casa, e se eu chamasse alguém? Talvez eu já tenha uma pessoa em mente.Eu: Garoto stalker, quer jantar?
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Tonight, we are young
FanfictionE é por isso que amigos devem dormir em camas separadas E os amigos não devem me beijar como você me beija E eu sei que há um limite para tudo Mas meus amigos não me amam como você Não, meus amigos não vão me amar como você Oh, meus amigos nunca vão...