Capítulo 16

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Eduardo Montawk


Eu não sou hipócrita. 

Não é por que eu nunca teria nada com a garota que eu vou negar o quanto ela é bonita e tem seus atrativos. Como eu disse, não sou hipócrita.

Se ela não fosse filha de quem é, talvez pudesse acontecer alguma coisa entre nós, muito embora em duvide veemente.

 — Vamos? — Perguntei estendendo a mão para ela. Se vamos mesmo fazer isso é indispensável que pareça verdadeiro. 

Barbara aceitou a minha mão estendida e assim nós atravessamos a rua e entramos no restaurante.

Todos os olhares se voltaram para nós instantaneamente, exatamente como eu previ. Sou uma figura publica nessa cidade, assim como a Barbara. Eu arrisco dizer que amanha logo pela manha estaremos em diversos sites de fofocas com diversas especulações e com sorte, algum reporte sedento vai tentar marcar uma entrevista conosco, isso é tudo o que precisamos para que a noticia se espalhe.

Ou talvez nem seja preciso tanta exposição, eu posso perfeitamente deixar escapar no nosso jantar que amanha a minha " namorada" vai estar se mudando para a minha casa, aposto que alguém vai ouvir e vai adorar ter seus 15 minutos de fama ligando para sites de fofocas.

Exatamente do jeito que deveria ser.

 — Senhor Montawk, a que devemos a visita? — Hanna, a recepcionista (com quem eu curiosamente já tive um breve envolvimento) diz me olhando de cima a baixo sem perceber a Barbara ao meu lado. Forcei um pigarro desconfortável.

Hanna foi uma das mulheres que acreditaram que iriamos ter um relacionamento no futuro, mas eu nunca a enganei. Sempre falei que eu sou mais do tipo lobo solitário, expliquei que não queria me relacionar de forma exclusiva com ninguém até por que eu acredito muito na santidade do casamento, por incrível que pareça, e eu não quero me colocar em um relacionamento serio, com visão de casamento e de família e simplesmente ficar me sentindo preso e sufocado nessa realidade. A vida com outra pessoa não é para ser sufocante de acordo com o que eu imagino, muito embora diversos casais desafiem a minha opinião.

O pai da Barbara uma vez me perguntou quando eu finalmente me casaria e eu disse exatamente esse mesmo monologo a ele achando que ele fosse cair na gargalhada, no entanto o que ele fez foi me aplaudir e falar que eu tenho sorte por entender o que um relacionamento tem que ser.

 — Temos uma reserva em meu nome. — Respondi ainda com um pigarro na garganta.

Que droga, esse desconforto não vai passar nunca?

 — Nós? — Ela perguntou finalmente se dando conta da presença da Barbara ao meu lado.

Para dar mais ênfase a minha resposta eu passei o braço pela cintura da Barbie e a apertei contra a lateral do meu corpo.

 — Isso, eu e a minha noiva. — Conclui com um meneio de cabeça na direção da mulher ao meu lado.

Hanna olhou para os papeis em sua mão engolindo em seco até encontrar a minha reserva.

 — Por aqui, senhor Montawk. Vamos ver até onde vai esse relacionamento. — A ultima parte da frase foi dita em um sussurro mínimo para que apenas eu a escutasse.

 Fiquei em completo silêncio e a segui com a Barbara a reboque, fomos caminhando atraindo os olhares de alguns muito curiosos na nossa direção até chegarmos em uma mesa especifica, próxima a grande janela, com uma parca iluminação sobre nós e claro, a mesa está a luz de velas.

Eu sei ser um romântico.

Puxei a cadeira para a barbara e me sentei posteriormente na cadeira a sua frente.

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