Capítulo7

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Barbara Lindsay

Estou a caminho da casa do Eduardo depois de ter passado algumas horas com o meu pai.

Ele ainda não apresentou nenhuma melhora e quanto mais tempo vai passando mais nervosa eu fico com a possibilidade dele simplesmente não conseguir acordar. Os medicos dizem que isso não influencia tanto quanto eu estou pensando, significa apenas que o corpo dele ainda não esta pronto para despertar e pelo olhar clinico o estado dele segue estavel, e isso é uma coisa boa.

Me forcei a acreditar nisso durante o caminho, tenho que me preparar para uma reunião muito importante e não vou conseguir fazer isso se estiver pensando em como o meu pai esta me deixando aos poucos.

Estacionei o carro no estacionamento do predio onde o Edu mora e a minha entrada no apartamento foi anunciada, ele não é um homem esnobe, longe disso na verdade, mas ele se sacrifica tanto pelo seu trabalho que definitivamente merece morar nessa cobertura.

Toquei a campahia e esperei a porta ser aberta por uma governanta, o que acabou não acontecendo, fui atendida pelo proprio Eduardo que por sua vez esta vestindo apenas uma calça de moletom.

Isso mesmo, nem um resquicio de camisa, apenas o tronco completamente livre de tecidos, os gominhos de seu abdomem trincados tão luminosos que me fez ter uma vontade absurda de passar a lingua por ali diversas vezes, como se fosse um delicioso sorvete expresso, e em baixo apenas uma calça de moletom cinza que abraça suas pernas e seu trazeiro com perfeição.

Percebi a minha boca enchendo de agua devido a pura tentação a qual estou exposta.

Santa protetora das bicicletinhas sem freio, por favor me ajuda ou eu vou acabar fazendo uma besteira das grandes!

— Barbara, entre por favor, eu estava malhando um pouco enquanto você não chegava. — Edu disse abrindo espaço para que eu passe para o lado de dentro do apartamento.

Resolvi me concentrar nos detalhes do lugar e não no homem suado e definitivamente pecaminoso atrás de mim.

É bastante amblo e bem moderno, me parece suficientemente confortável, no entanto de alguma forma que eu não sei explicar não consigo imaginar uma familia vivendo aqui. Bom, para ser totalmente honesta, talvez tenha mais a ver com o fato de não querer ver ele formando nenhuma familia do que propriamente com o lugar onde eles viveriam, sendo isso ou não o fato é que não me passa a sensação de lar.

— Sua casa é bem bonita. — Elogiei como de praxe, todo mundo sabe que durante uma primeira visita a uma casa algum elogio deve ser feito por educação.

" Sua casa é bem bonita"

"Sua casa é tão moderna"

" Nossa, tudo aqui é tão aconchegante"

— Obrigado, mas eu geralmente acho ela muito vazia e fria de certa forma. — Ele retrucou parecendo bastante a vontade de falar sobre isso comigo.

Não preciso nem comentar o quanto isso me encheu de uma euforia boba e infantil, comecei a imaginar que por um milagre ele esta compartilhando isso apenas comigo, talvez possa ser algo que ninguem mais sabe.

—  Eu acho que a casa fica mais "quente" quando a gente emite esse tipo de sentimento para o ambiente. —  Respondi dando a minha opnião de acordo com o que eu estou de fato vivenciando. Mesmo com a Lara praticamente morando lá em casa junto comigo o clima tem estado muito diferente, as coisas lá parecem menos animadas e menos "quentes" desde que o meu pai precisou continuar no hospital.

— Então eu preciso melhorar o clima por aqui. — Ele retrucou com um sorriso brincalhão.

Logo depois nós fomos para a sala onde estão varios papeis que eu deduzo ser referente a reunião, o Eduardo tem fama de nunca deixar margem para erros então imagino que ele deseje que eu seja assim também.

Não me sentei no sofá, preferi me sentar no chão mesmo por questões de espaço e particularmente eu realmente prefiro fazer esse tipo de coisa no chão, acredito que assim eu sou mais produtiva.

— Em toda reunião com um cliente novo é sempre bom falar sobre como a empresa funciona, não seja muito longa durante a narrativa eles costumam se cansar facil e é comum terem a paciencia bem curta, apenas diga como o trabalho da empresa é ecologicamente sustentável, diga que todos os funcionários são extremamente importantes então o corpo interno raramente vai ser prejudicado em casos de dificuldades financeiras  e diga que temos um grande resguardo de finanças para emergências, então caso tenhamos alguma perca financeira não vai ser o bastante para prejudicar o andamento dos projetos e o cliente não vai ter nenhuma perca.— Edu começou a explanar e eu Assenti anotando tudo o que eu achei necessário por que ele tem bastante experiência no assunto.

Ele e o meu pai sempre tiveram uma política de responsabilidade ecológicas com ambas as empresas e essa foi uma das coisas que mais chamou a atenção da mídia, grandes forças empreendedoras raramente se preocupam em devolver para o meio ambiente algo que seja realmente bom, biodegradável e que de alguma forma ajude o planeta.

A cada ano milhares de árvores são plantadas por nossas empresas, e não fazemos isso por publicidade até por que não precisamos, mas sim por saber que o futuro do planeta depende do que fazemos hoje.

— E o que eu digo sobre o plano de marketing para a empresa dele?— Questionei encostando a caneta no meu bloquinho atenta a tudo o que ele vá falar.

Edu pegou um papel e estendeu na minha frente.

— Esse é o planejamento atual, a empresa dele tem bastante potencial, mas desde que mudou a direção a publicidade está fraca e os contratos deles estão mínimos, então o foco é melhorar a visão deles para o público, o mercado deles é de jóias então não vai ser algo muito complicado, pensei em melhorar o slogan deles para começar, investir em comerciais com diversidade seja de cor ou de corpos, já se foi o tempo onde ser padrão demais atraia a atenção do público, precisamos focar nas diferenças e em como todas as jóias embelezam o que já é bonito.— Ele concluiu o pensamento e eu não pude evitar me sentir completamente entorpecida e admirada com o seu talento e sua atenção aos detalhes.

Ele tem razão é claro, a diversidade tem sido algo muito admirado e bem visto a algum tempo, mas ainda existe uma grande margem de pessoas que acreditam que precisam ser padrão para que algo fique bom nelas, e a visão do Edu vai mostrar exatamente o contrário, por que como ele disse: As jóias da Detroit vão embelezar o que já é perfeitamente bonito.

— Ótimo, acho que agora só preciso treinar a minha forma de falar, tenho que parecer segura.— Constatei um pouco preocupada com isso, geralmente eu não sou uma mulher muito confiante e muito menos articulada quando estou em uma situação relevante e desconfortável, no entanto eu vou precisar agir de uma forma diferente agora que estou em uma posição de destaque.

— Isso é verdade, quanto mais confiante você aparentar, mais o cliente vai confiar na sua capacidade. Podemos treinar depois de almoçar, quer que eu peça comida em qual restaurante?— Ele perguntou me deixando um tanto quanto atônita.

Nem me deu conta que já estamos trabalhando a horas o bastante para já ser hora de almoço.

— Você tem uma panela grande e macarrão? Posso fazer o fettuccine.— Sugeri dando de ombros.

— Sério? Bom, se não for incomodar muito eu aceito sim, e não se preocupe eu te ajudo a fazer.— Edu disse tentando parecer prestativo, mas não estando muito certo se de fato conseguiria ajudar.

Sorri para ele concordando e me levantei indo a caminho da cozinha.

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