capítulo 24

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Barbara Lindsay

Acordei me sentindo completamente dolorida e quando me lembrei do motivo disso me sentir quase que no paraíso.

Eu não tinha mais esperança alguma de realizar o sonho de estar com o Edu, mas parece que mesmo sem esperanças alguem viu por bem me atender.

Eu estou de costas para ele nesse momento, formando praticamente uma conchinha desajeitada, mas eu preciso sentir mais dele para ter certeza que tudo isso é de fato real.

Me virei para ele com um pouco de dificuldade, seus braços pesados estão me rodeando e isso torna o trabalho de girar um pouco mais complicado, mesmo assim obtive êxito.

Já de frente para ele pude admirar suas feições tranquilas e despreocupadas ao dormir, seu rosto está sereno e leve, como se estivesse tendo um ótimo sono.

Não resisti e passei o dedo suavemente pelo seu rosto e acidentalmente o acordei.

— Está acordada a muito tempo?— Edu perguntou com a voz rouca de sono e quando eu pensei que ele levantaria completamente transtornado pelo que ele permitiu que acontecesse entre nós ele me surpreendeu, rodeou ainda mais a minha cintura e me puxou um pouco mais para cima.

— Não muito, acabei de acordar.— Respondo também sorrindo.

Parece que dormi com um cabide na boca, não consigo parar de sorrir.

— Bom, odeio ser o portador de más notícias, mas precisamos ir trabalhar e estamos atrasados.— Eduardo disse cortando a magia do momento, mas eu entendi.

Estamos sob constante vigilância, não podemos simplesmente nos dar ao luxo de ficar até tarde na cama e mandar as favas às nossas obrigações.

Me levantei puxando o lençol que nos cobria para me enrolar até o curto percurso até o banheiro.

Eu sempre tenho separada lá a roupa que vou usar no dia seguinte de trabalho então não vou precisar me preocupar com a vergonha de ser exposta para ele de novo. Ainda não me acostumei com a sensação.

Tomei um banho muito rápido e quando fiquei na frente do espelho senti o meu corpo inteiro se arrepiar.

Eu estou completamente marcada, de um jeito bom é claro.

Meu corpo está cheio de marcar vermelhas ou roxas, em formatos da mão dele ou de chupões... O fato é que eu estou extasiada por vizualizar que tudo foi real.

Meu sorriso bobo se interrompeu quando, pelo reflexo do espelho, vi o Eduardo parado na ombreira da porta já pronto para o trabalho, me encarando em uma mistura de culpa e desapontamento enquanto segura um lençol na mão.

Fiquei completamente confusa, desse jeito nem parece o mesmo homem de minutos atrás.

— O que aconteceu?— Perguntei preocupada.

— Eu fui o primeiro, não foi?— Ele perguntou caminhando lentamente até mim.

Não sei se foi o nervosismo devido a aproximação dele ou se isso se deve ao fato de ter sido descoberta, mas eu senti um grande bolo desconfortável se formando na minha garganta.

— O que?— Perguntei por que essa foi a única coisa inteligível que eu fui capaz de reproduzir.

Ele abriu um pouco o lençol me mostrando uma pequena, mas significativa mancha vermelha no mundo do tecido branco. Sangue.

Meu sangue.

Fechei os olhos instintivamente pensando em formas de me desculpar, e como não consegui decidi ir pelo modo convencional.

— Desculpa não ter te contado.— Pedi vestindo o meu vestido, afinal esse não é o tipo de conversa para se ter estando pelada.

— Você mentiu para mim.— Eduardo acusou jogando o lençol no chão.

— Não menti! Você não perguntou e eu simplesmente não falei.— Respondi dando de ombros sabendo que tecnicamente nessa parte eu estou certa.

— Claro, muito conveniente você se ater a esses detalhes. Eu não perguntei por que naquele dia que você surtou e foi para uma festa você me disse que tinha transado com um idiota qualquer. Eu acreditei em você, como eu poderia saber que era só uma mentira?— Perguntou olhando nos meus olhos e foi ai que eu percebi que ele está sim com raiva.

Furioso na verdade, mas não comigo e sim com ele mesmo por não ter percebido.

— Eduardo, por que você está com raiva?  Me diz, por que eu não estou entendendo.— Questionei colocando as mãos na cintura.

Nesse momento ele simplesmente saiu do meu banheiro na direção do meu quarto e sentou na ponta da minha cama.

— Eu sou um idiota, não era pra isso ter acontecido.— Respondeu, como se estivesse falando mais para ele do que para mim.

— Ótimo, então essa sua raiva toda é por que se arrependeu?— Questionei sentindo uma raiva imensurável ameaçando interromper por meus pulmões.

— Não! Não é nada disso que eu estou falando. Que inferno Barbara, você devia ter me contado que era a sua primeira vez.— Eduardo disse voltando de novo para a mesma pauta, como se isso fosse sua total fonte de culpa.

— Por que? Para você ter tido tempo de desistir?— Perguntei exigindo saber a verdade.

Se for para essa ter sido nossa única vez, tudo bem, que seja, mas eu não aceito simplesmente ser deixada no escuro como uma garotinha mimada e idiota.

— Não! Barbara, eu fui muito bruto com você ontem, você devia ter me contado e eu poderia pelo menos ter tentado ser um pouco mais carinhoso, menos bruto. Caramba, eu estraguei a sua primeira vez e não tenho como voltar atrás para fazer tudo direito. É isso que me atormenta. O que aconteceu ontem, toda a minha brutalidade, não é o tipo de coisa que você vai querer lembrar a longo prazo. Talvez nem tão longo assim, você pode estar com raiva de mim agora mesmo.— Edu despejou de uma vez e se jogou de costas na minha cama cobrindo o rosto com as mãos. — Por favor me desculpe por não ter percebido.— Ele disse com a voz mais baixa.

Talvez eu seja completamente maluca, mas não consegui evitar achar a coisa mais fofa do mundo a forma como sua maior preocupação é de ter me machucado.

Possivelmente se fosse uma outra mulher ele realmente teria a machucado, mas a mim não. Eu me senti tudo, menos machucada.

— Edu, olha para mim.— O forcei a tirar as mãos do rosto para me olhar nos olhos. — Eu parecia chateada com você hoje cedo? — Perguntei e aguardei uma resposta.

— Não.— Ele disse simplesmente, ainda sem entender onde eu quero chegar com isso.

— Exatamente, eu não estava chateada com você. Agora estou por que você estragou o momento, mas antes não estava. Você não me machucou, isso me fez pensar que talvez eu não seja mesmo do tipo delicada demais quando se trata de estar entre quatro paredes, e você só me fez perceber isso mais rápido. Está bem? Eu vou sim me lembrar disso sempre por vários motivos, e o maior deles você não está pronto para ouvir de novo. — Respondi olhando para ele, bem no fundo de seus olhos esperando que ele me conteste de alguma forma, o que graças aos céus ele não faz.

— Tem certeza que não te machuquei?— Perguntou já se levantando da cama.

— Absoluta, agora vamos trabalhar.— Respondi pegando a minha bolsa e logo em seguida o empurrei para fora do meu quarto. Estamos atrasados mais de duas horas.

— Bom, de qualquer forma eu vou compensar você.— Edu disse virando para mim, enlaçando a minha cintura e me dando um bom beijo de bom dia.

Era isso que eu queria quando acordei, não uma cena de desespero.

— Vamos, antes que a Maria apareça.— Falei rindo ainda com a boca junto da dele.

Pelo pouco que conheço a Maria ela ficaria tão feliz com isso que certamente não nos deixaria sair até que soubesse como tudo aconteceu.








Amoresssss, o capitulo não foi muito longo, mas fiz no trabalho só por que passei uns dias sem postar nadinha. Comentem e votem MUITO ♥️

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