Capítulo 27

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Eduardo Montawk


Eu raramente me sinto tão desconfortável como me senti hoje, precisei me forçar a comer para não levantar suspeitas.

Logo depois do jantar a Lara foi embora e eu agradeci internamente por isso, não por querer me livrar da amiga da Barbie, de jeito nenhum, mas por que eu precisava que ela dormisse rapidamente.

Nós dois fomos para o meu quarto e tivemos um daqueles momentos fofos de casal que eu pensei que nunca fosse viver. Ela deitada em meu peito, acariciando meu braço e eu lhe acariciando os cabelos com cuidado. Sem sexo, sem nenhum tipo de safadeza, apenas duas pessoas aproveitando o tempo juntos antes de cair em sono profundo.

Deixei de fingir, de negar e de lutar contra o obvio, eu sou um homem pratico e sei o que está acontecendo.

Estou a cada dia mais me apaixonando por ela e isso não tem como ser revertido. Desde o primeiro momento em que a beijei condenei a minha alma e o meu coração a estar entrelaçado ao dela para sempre e isso não poderia ser mais aterrorizante especialmente por que estou guardando isso apenas para mim por mais tempo do que qualquer pessoa deveria.

Assuntos delicados como estes eu me sentiria confortável para falar com o Roberto, mas isso não é possível por dois motivos: Primeiro, ele ainda segue adormecido, sem esboçar nenhum tipo de melhorar significativa infelizmente, e o segundo motivo é que ele é o pai da mulher em questão.

Vou precisar recorrer a outra única pessoa que posso, meu primo Heitor.

Percebi que a respiração da Barbara ficou leve e pesada anunciando que o sono já está bem avançado.

Aproveitei a oportunidade e com cuidado a girei para que deite no travesseiro. Consegui sair da cama e logo em seguida do quarto indo em direção ao quarto da Maria, pedindo aos céus que ela esteja acordada.

Maria dorme aqui apenas alguns dias por semana e graças aos Céus que hoje é um desses dias ou eu não conseguiria pregar os olhos.

Dei três batidas suaves na porta e entrei depois de ouvir a sua permissão.

Não é por que ela é minha funcionária que eu tenho direito de invadir sua privacidade, e além disso ela é quase uma mãe para mim, merece todo meu respeito.

— O que deseja menino? Está precisando de alguma coisa?— Perguntou olhando atentamente para mim.

— Precisando conversar.—  Respondi me encostando na porta do quarto completamente constrangido por estar nessa situação. 

— Sobre o que?—  Perguntou apenas por cordialidade eu sei disso, ela sabe perfeitamente o motivo de eu estar aqui e está apenas tentando não cruzar a linha do profissional.

—  Você sabe Maria, quero te explicar o que você viu mais cedo na empresa, aquilo não foi nada do que você deve estar pensando, eu juro.—  Comecei a me explicar sabendo que vai ser mais difícil do que isso convence-la da minha inocência. 

O que aconteceu foi que hoje eu não consegui tempo para vir almoçar em casa, e nem tampouco para ir em algum restaurante, tinha muita coisa para fazer na empresa e eu não podia me abster disso por isso pedi a Maria que levasse uma comida para mim na minha sala.

Ela passou direto pela porta e se deparou com a pior cena de todas: Paula seminua na minha sala.

Sei que nunca fui um santo, especialmente no inicio da minha relação com a Barbara, por se tratar de uma relação falsa eu encontrei razões para tornar aceitável o meu caso com a minha funcionaria, mas depois que eu e a Barbie viramos um par de verdade eu nunca mais lhe faltei com respeito.

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