capítulo 15

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Barbara Lindsay

Conferi a roupa mais uma vez no espelho completamente ansiosa e nervosa enquanto aguardo o Eduardo me buscar.

Fico tentando me lembrar a todo instante que isso não é um encontro de verdade, tudo não passa de uma encenação, um grande teatro e eu tenho que manter isso em mente e ser o mais profissional possível. Mas ao mesmo tempo essa certeza conflita com a possibilidade mais que remota da Lara ter razão sobre eu poder usar essa oportunidade para mudar as coisas entre nós.

É uma possibilidade extremamente remota, mas ainda assim ela está lá.

Resolvi ser neutra como a suíça. Se ele agir como sendo um teatro, eu o seguirei perfeitamente, mas se ele der a entender que isso pode virar algo a mais eu vou agarrar a chance com unhas e dentes e juro que não largo.

Como se estivesse esperando a deixa perfeita para entrar em cena a buzina do carro do Eduardo ressoou fortemente para dentro da minha casa. Ótimo, hora de colocar o plano em ação.

— Aproveita essa saída amiga, sem medo de ser feliz.— Lara disse dando uma conferida rápida nos cachos do meu cabelo.

Me despedi dela com um abraço apertado e saí correndo de casa logo depois de pegar a minha bolsa no braço do sofá.

Antes de eu conseguir passar pela porta mantendo o sorriso simpático no rosto eu senti uma onda de incerteza me acertando com a força de um tijolo. O meu pai continua internado, os medicos seguem sem ter qualquer informação seja ela animadora ou não sobre a situação clinica dele. Ninguém sabe quando ele vai acordar, ou se vai acordar.

Senti o meu coração dando uma fisgada dolorosa dentro do peito.

O meu pai inerte em cima de uma cama de hospital completamente sozinho e eu aqui, saindo para me divertir em um encontro falso com o cara de quem eu gosto de verdade.

É quase como se eu estivesse aproveitando a ausência do meu pai e da vulnerabilidade atual da empresa para agir com os meus egoísmos.

Me senti instantaneamente péssima e o meu sorriso morreu.

— Boa noite, Barbie, você está linda.— Edu elogiou de forma completamente polida e distante é claro, assim que eu entrei em seu carro.

Se eu estivesse pensando apenas nesse encontro agora certamente teria detestado a distância do elogio, mas agora com tantos pensamentos rondando a minha mente não consigo nem mesmo me importar com isso.

— Barbara, está tudo bem?—Ele perguntou com atenção ainda sem colocar o carro em movimento.

Tentei mover a cabeça de cima para baixo apenas para encerrar o assunto, mas não consegui. Simplesmente não consegui mentir para a única pessoa que pode entender o que eu estou sentindo.

Foi pensando nisso, nessa estranha e inquestionável ligação que temos, que eu decidi compartilhar parte da minha aflição com ele, mesmo correndo o risco de estragar qualquer diversão minimamente real dessa noite.

— Você me acha egoísta?— Perguntei com a voz baixa de constrangimento.

— Você, egoísta? Claro que não, quem lhe disse o contrario?— Perguntou atento aos meus trejeitos.

— Ninguém precisou dizer nada. Caramba Edu, olha só para isso. Eu estou toda arrumada para sair com você enquanto o meu pai convalesce em cima de uma cama de hospital, e não tente dizer que eu estou fazendo isso para salvar a empresa e consequentemente ajudar o meu pai, por que você sabe melhor que qualquer pessoa que eu estou encantada apesar de apavorada por sair em um encontro com você.— Despejei de uma vez sentindo o peito mais leve.

— Barbara, se você está sendo egoísta, eu estou sendo um cretino por que mesmo sabendo dos seus sentimentos eu dei a ideia do relacionamento falso. Nós dois estamos fazendo isso que exige muito de nós por um bem maior, o seu pai vai ficar muito orgulhoso quando acordar e ver a mulher forte e responsável que você é, que fez tudo o que estava ao seu alcance para manter o seu patrimônio a salvo. Você não é egoísta, me ouviu?— Edu perguntou segurando o meu queixo com firmeza para me fazer olha-lo.

Aproveitei a sensação de seus dedos quentes e um pouco ásperos tocando suavemente a minha pele e assenti com a cabeça me convencendo de que ele deve estar certo.

— Então vamos que nós temos uma reserva.— Edu disse e eu afivelei o cinto de segurança.

Para todos os efeitos nós somos praticamente estranhos, a tensão dentro desse carro é quase palpável mas eu não comentei nada para não ficar pior. Nesse caso eu resolvi fazer exatamente como ele e fiquei em silencio durante todo o trajeto, olhando para fora da janelas.

 — Barbara, chegamos.— Edu anunciou me trazendo de volta para o momento.

Olhei rapidamente para a direção na qual ele apontou e senti o meu queixo caindo imediatamente. Eu sempre quis vir nesse restaurante!

É com certeza um dos mais famosos da cidade, isso se não for realmente o mais famoso.

O let bistrô é o restaurante do chefe Matteo Drummond, é um restaurante relativamente novo e recente aqui, mas está sempre tão lotado que é quase impossível conseguir uma reserva caso não seja feita com pelo menos dois meses de antecedência.

 — Tem certeza que conseguiu uma reserva? — Perguntei ainda divida entre estar encantada e desacreditada ao mesmo tempo.

 — Eu fiquei meio que amigo do Matteo em uma festa que nós estávamos, ele é bem sociável. — Foi a justificativa que ele me ofereceu como se não fosse nada de importante o fato dele conhecer Matteo Drummond.

Como de um jeito ou de outro nós já estamos sob os possíveis holofotes o Edu me pediu para esperar dentro do carro e assim eu o fiz, esperando pacientemente ele dar a volta em seu automóvel para gentilmente  abrir a porta para mim.

Esse encontro falso está me saindo melhor que a encomenda, nem nos meus encontros de verdade o homem se dignava a abrir a porta para mim.

Era mais algo como " cada um por si" especialmente quando eles percebiam que o sexo estava fora de questão.

Acho que por isso eu nunca namorei, sempre tive o dedo o mais podre possível para escolher com quem sair, sempre eram os homens que não queriam nada além do meu corpo ou se queriam algo a mais, estavam desesperadamente ter o meu corpo primeiro antes de decidir se eu valho a pena ou não.

Tenho que admitir que estou gostando de ter um encontro com alguém que não me chamou para sair pensando em me levar para a cama na primeira noite.

Se bem que ele não tem interesse físico nenhum em mim, mas isso eu vou fingir que não é verdade.

Vou me permitir acreditar ser a cinderela essa noite, presa no meu máximo de conto de fadas.









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