capítulo XXXIX

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He's out his head, I'm out my mind
We got that love, the crazy kind
I am his, and he is mine
I

n the end, it's him and me, him and me


G-Eazy

Ana Drew

10 dias depois

Não aguento mais, olho em volta do quarto que já decorei cada milímetro sequer de tanto tempo presa aqui.

Estou bem, me sinto ótima apesar de minhas costelas não estarem tão legais ainda e alguns hematomas ainda não terem sumido completamente estou bem. Sei que posso voltar ao trabalho porém Adam, meu pai e os meninos insistem nessa merda de repouso.

Me levanto da cama já cansada de ficar o dia todo nela dormindo, lendo, vendo alguma série ou até mesmo fazendo projetos para alguns clientes já que é a única coisa que Adam não implica feito louco.

Entro no banheiro e consigo ver um pouco da cidade daqui de cima pelas janelas. Faz dias que eu não sei o que é respirar fora de casa, me sinto presa em uma torre. Minhas consultas com a psicóloga tem sido por face time mesmo, tem sido ótimo poder contar tudo a alguém, estou cada dia mais confortável comigo mesma e com Adam.

Ligo o chuveiro e tiro minhas roupas entrando no banho quente que me relaxa. Desde que vim para casa Adam está me tratando como se eu fosse quebrar, todas as malditas vezes que me aproximo ou aprofundo nossos beijos ele se vira de costas e sai.

Levo as mãos ao cabelo esfregando o shampoo levemente sobre os fios fazendo uma massagem suave, depois retiro o shampoo e passo meu creme milagroso que comprei na minha última viagem.

Adam é com certeza um dos seres humanos mais frustrantes e interessantes que pude conhecer. Seu humor único me irrita às vezes mas sei que consigo viver com isso, aliás já estava ciente de onde eu estava me metendo.

Lavo meu corpo e termino meu banho, me enrolando na toalha saio do banheiro indo até meu closet. Pego uma calça de moletom e um top de academia ambos pretos, seco meu cabelo e prendo-o em um coque frouxo.

Olho para meu capacete que está em um dos nichos de um dos armários, lembro-me que o coloquei ali no último dia que andei na minha moto. Inclusive, foi no mesmo dia em que fui a prova do meu vestido de noiva, Pietra quase me bateu por ter chegado lá de moto.

Sorrio mas não muito animada, sinto falta disso. Preciso de adrenalina para viver, se não for para correr o risco, então não adianta viver me sentiria morta sem a adrenalina.

Adam me vem à mente, estar com ele dá a mesma sensação de estar viva, assim como andar em alta velocidade faz. Meu corpo queima, é como estar correndo com a morte e vê quem ganha, no fim vemos quem somos realmente.

Saio do quarto caminhando até a cozinha para fazer algo para comer, já que ainda é de manhã e é sábado opto por fazer algumas panquecas, estou bem o suficiente para fazer isso.

Pego os ingredientes e começo a preparar depois de uns minutos com o silêncio, coloco meus airpods com "die for you" do The Weeknd tocando em meus ouvidos.

Coloco a massa das panquecas na frigideira e começo a coxinha-las do jeitinho que minha avó me ensinou quando eu tinha oito anos e passava o feriado com ela no Brasil.

Lembro-me que já fiz essas mesmas panquecas para Lorenzo na casa da família dele em Los Angeles, sorrio não de tristeza mas sim de saudade, hoje em dia não dói tanto quanto nos primeiros meses sem ele.

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