capítulo XXVIII

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Ana Drew

Meus saltos batem no mármore branco com agilidade, estou doida para ir pra casa e poder me sentar arrancar esses saltos malditos e comer brigadeiro de colher enquanto assisto algum filme de animação ou drama.

Posso estar com 50 anos mas ainda vou continuar vendo filmes, séries, desenhos animados, brincando com crianças etc. Eu adoraria ter um filho homem, seria incrível, poder ter minha mini versão masculina e poder fazer de tudo com ele, mas acho que isso é coisa para daqui alguns anos.

— Srta Drew?

Ouço alguém me chamando, procuro em volta e um dos seguranças da empresa vem andando até mim com uma caixa mais ou menos grande na mão.

— Sim?

— Isto chegou para a srta - ele diz simpático até mesmo galanteador.

Me finjo de cega ao ver ele sorrindo e piscando para mim, pego a caixa das mãos dele, a mesma não está tão pesada mas a algo meio estranho nela, bom estou louca para abrir.

— Obrigada - digo e saio com a caixa.

Eu a coloco no banco de trás do meu Jeep Compass já que Adam não encheu o saco para me trazer hoje, para ser sincera eu gosto quando ele me traz, mas eu gosto de ser independente.

Gosto de fazer minhas coisas sozinha no meu tempo e quando eu quiser fazer, é por isso que lutei até hoje, minha liberdade, não me sufocar com pessoas e coisas e sim poder viver como se não houvesse amanhã.

Depois do pedido de casamento inesperado Adam ficou ainda mais protetor comigo e às vezes acho que ele seria capaz de me prender na casa dele para ninguém me fazer mal.

Eu entendo a preocupação dele por causa das coisas que aconteceram no meu passado, mas ele não pode me colocar em uma gaiola dourada e fazer o que bem entender; ainda sou uma pessoa com meus direitos e vontades e ele nunca vai poder tirar isso de mim.

Deixo meus pensamentos de lado e saio da garagem subterrânea da empresa, arregalo os olhos ao ver fotógrafos ali, meu coração acelera. Fecho os vidros do carro e coloco um óculos escuros que estava jogado aqui.

Tento sair mas alguns entram na frente do carro, sinto meu estômago dar um nó, a sensação de estar sendo fotografada em todas as situações é horrível, parece que eu não tenho mais liberdade sempre que isso acontece.

Consigo uma brecha e saio daquela embolação de gente acelerando por Manhattan, era isso que eu odiava quando era modelo, ser sempre o alvo. Antes eles me cercavam em qualquer lugar onde eu poderia estar: supermercado, farmácia, posto de gasolina até mesmo no portão da minha casa em Beverly Hills.

Entro no estacionamento do meu prédio, pego minhas coisas no carro, ao sair do carro pego a caixa e vejo o carro do Adam entrar no estacionamento e encostar na vaga ao meu lado.

Ele sai do carro usando um terno de três peças cinza escuro, o cabelo que parece bagunçado e a bolsa de academia me faz sorrir, santo Deus, mesmo de terno seus músculos ficam incrivelmente marcados.

Andando até mim ele tira a caixa dos meus braços me dando um beijo casto nos lábios, um sorriso brota em meu rosto, nem ficamos tanto tempo longe mas já fiquei com saudades.

— Oi, querida - ele diz sorrindo.

— Oi.

— O que tem aqui dentro? - pergunta com o cenho franzido.

— Eu ainda não abri, devem ser novas amostras e coisas de arquitetura que comprei, vamos subir? Não estou aguentando esses saltos - digo fazendo biquinho para ele ficar com dó de mim.

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