capítulo XXXVI

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Adam Grey

3 dias depois

Abro os olhos e verifico as horas, são mais de cinco da manhã esfrego os olhos olhando em volta, Ana ainda está ali deitada naquela cama hospitalar, quero tanto levar ela e nosso bebê para casa.

Descobri no dia em que chagamos aqui que ela estava grávida de oito semanas, é uma gravidez de risco já que ela tem hematomas e cortes por todo corpo. Quando abriram a blusa dela naquele dia, seu corpo estava cheio de cortes de faca, todos os lados, hematomas marcam sua pele de porcelana.

Passo as mãos pelo cabelo, fazem três dias que estamos aqui, estive aqui a todo momento esperando-a acordar, não como nada além de café preto e algumas barrinhas de cereal. Os exames contaram os abusos feitos por Jace, sei o que ele vez, mas pretendo perguntar a ela o que aconteceu naquele lugar.

Meus pais vieram aqui, Harry, Ray, os caras e as meninas também vieram vê-la, o quarto está cheio de buquês de flores por todos os lados.

Eu me levanto para me esticar e algo na cama de Ana me chama atenção. Saio correndo para o corredor, procurando alguém, vou até a recepção pedindo ajuda, sinto o desespero dar um nó em minha garganta o medo faz meu estômago revirar.

— Fique aqui, senhor - a enfermeira me diz entrando no quarto e fechando a porta na minha cara.

Meu coração afunda, o que há de errado, fico desesperado mas não posso demonstrar. Vejo uma mulher correndo pelo corredor do hospital, eu a reconheço pelo cabelo loiro e roupas de luxo, a raiva se instala em mim, maldita hora para ela aparecer.

— Onde está a minha filha? - diz tirando os óculos escuros.

— Vá pro inferno - cuspo.

Ela me encara com desgosto evidente, deus que me perdoe, mas eu nunca vou engolir essa mulher por mais foda que ela foi quando fez sua filha.

— Eu quero vê-la Adam, por favor.

— Vê-la? É sério? - digo.

Carla fica tensa sabendo muito bem que estou ciente de tudo que ela já fez com a minha garota, estou fervendo de raiva é o pior momento para ela estar aqui, mas caralho ela é mãe da Ana.

— Sei que errei e por favor deixe-me vê-la, ela é minha filha - diz.

Cruzo os braços me rendendo mesmo com raiva. Não gosto da minha sogra por mais que ela se arrependa e blá blá blá, ela ainda é mãe da minha garota, e Ana a ama.

— Ela está sendo atendida, volte daqui uma hora, pode ser?

— Claro, obrigada Adam - ela sorri.

Vejo Carla ir embora, suspiro sentindo a raiva diminuir, fico ali parado olhando para o nada, sinto tanta falta dela mesmo que esteja aqui no mesmo local que eu, sinto falta de abraçá-la e me sentir em casa.

Alguém me chama e me viro vendo a médica de Ana na porta, ando devagar até ela com medo e ansiedade aflorados mas do que nunca, será que ela acordou?

— Sinto muito Sr Grey... - ouço a dizer assim que chego perto o suficiente.

— O que? - murmuro sem fôlego a interrompendo.

— Sua noiva perdeu o bebê.

A dor se instala em meu peito, entro no quarto desacreditado sem pensar duas vezes. Uma enfermeira está com um lençol branco porém manchado de sangue diante de mim, meu coração se quebra, olho para minha garota ainda desacordada.

Meu bebê, nosso filho ou filha.

A doutora entra depois de uns minutos, me viro para ela que me parece meio assustada e incrédula.

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