capítulo XXXVII

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Ana Drew

Acordo meio desorientada, sinto meu corpo doer menos por conta da morfina que a enfermeira me deu durante a madrugada, o sol já parece nascer quando olho para a janela do quarto.

Adam está deitado dormindo tranquilamente na beira da cama, sorrio apesar de tudo ele está aqui, fiquei extremamente aliviada quando acordei e o vi dormindo no mesmo lugar que está hoje, estendo minha mão para acariciar seu cabelo.

Não faço ideia do que aconteceu a dias atrás desde que fuji, só me lembro de ter me ajoelhado na floresta e acordei aqui.

Os momentos que tive com Adam naquela praia onde ele me levou e nosso bebê conosco foram... sonhos. Me encosto para trás soltando um longo suspiro, tudo aquilo não passa de um mero sonho.

Olho para os aparelhos em minha mão, isso incomoda as vezes não dá pra dormir direito quando se está com agulhas enfiadas em suas veias, passo minha mão livre pelo rosto sentindo um leve incômodo no estômago, eu estou com fome apesar de ter comido ontem no jantar.

Adam começa a se mexer e eu o observo enquanto o mesmo acorda preguiçosamente. Seus olhos cinzas se abrem e focando diretamente em mim, dou um sorriso pequeno e o vejo se esticar, dormir naquela cadeira dura deve ser horrível.

Vejo-o se recostar na cadeira e ficamos ali no silêncio completo, só ouvindo a máquina que está ligada a mim, seus lábios formam um sorriso e observo uma pequena lágrima cair de seus olhos, mas rapidamente ele seca.

— Vem aqui - murmuro.

Ele me nega.

— Por favor, venha aqui. - peço.

Adam se levanta e se senta à beira da cama, apesar da dor me sento na cama o chamando-o para mais perto de mim.

— Ana... - diz meio relutante.

— Por favor, você não vai me machucar - digo interrompendo-o.

Finalmente ele cede, sua cabeça levemente se apoia em meu ombro e seus braços rodeiam meu corpo, ele me abraça com tanta delicadeza que me sinto um cristal prestes a quebrar, mas não reclamo.

Ouço soluçar baixinho e o abraço o mais apertado que consigo, Adam já me consolou tantas vezes que nem consigo contar porém consolá-lo é mais complicado já que o mesmo não deixa que ninguém perceba sua dor, e eu o amo tanto que me dói vê-lo assim.

— Eu não sabia o que iria fazer se você não acordasse - ele murmura.

Meu coração dói ao ouvir essas palavras, penso em como ele deveria estar quando eu ainda não havia acordado. Afundo meu nariz em seu cabelo sentindo o cheiro meio estranho mas não me importo no fim de tudo só a o meu Adam.

Eu tiro seu rosto do meu ombro com intenção de fazê-lo olhar para mim, porém seus olhos se recusam a me encarar, as lágrimas escorrem pelo seu rosto eu me inclino um pouco beijando seu rosto do mesmo jeito que ele faz comigo quando choro.

Abro um sorriso meigo para ele que sorri, dou-lhe um beijo em sua testa tentando mostrar um pouco do carinho e do meu amor por ele, acaricio seu rosto e um sorriso brota em seus belos lábios.

— Eu senti sua falta, diamante - ele diz dando-me um beijo no rosto.

Confesso que fico aliviada por ele não querer me beijar, me sinto imunda do mesmo jeito, de um jeito eu prefiro ele longe dessa forma, pelo menos por um tempo. Um barulho na porta nos tira de nossa bolha particular e vejo três brutamontes passando pela porta com um buquê de rosas brancas, minhas favoritas.

— Tava demorando - Adam murmura em protesto.

— Para nossa bella piccola, como está? - Enrico diz colocando o buquê ao lado da cama.

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