capítulo XXII

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"They say, "All good boys go to heaven"
But bad boys bring heaven to you"

Julia Michaels

A

dam Grey

As coisas saíram do controle.

Enquanto estávamos na casa dos meus pais Gregory me abordou e me deixou pensativo pra caralho, ele me disse que eu parecia gostar mais da Ana do que deixo transparecer.

Eu disse a ele que também achava então ele me respondeu que eu deveria compreender meus sentimentos e dizê-los a ela mas não é tão fácil assim quanto parece.

Eu amo essa garota.

Sei com toda minha alma, mas não faço ideia de como dizer isso a ela, acabei perdendo a cabeça quando ela disse que pretendia ir ao Brasil, ela iria ficar longe de mim, eu não a quero longe preciso dela por perto o máximo possível.

Dou uma olhada nela que tem a mente na lua enquanto olha a chuva cair pela janela do R8, meus pais moram um pouco longe da cidade, de acordo com eles é melhor sem muita agitação.

Estamos passando por um lugar meio deserto, é bonito e tranquilo, mas não há muitas residências nesse trecho do caminho, estamos a uns oito ou cinco minutos de Nova York.

Não aguento mais, ela está me torturando mas sei que mereço, ela não me deixou pegar a mão dela desde que saímos de lá, ela não me olha e nem resmunga, nem um xingamento sequer.

Como eu fiz com ela, eu sou um babaca egocêntrico eu sei mas perdê-la não está nos meus planos, não hoje.

Encosto o carro e ela me olha com as sobrancelhas franzidas.

— Adam, me leva para casa, por favor - diz.

— Precisamos conversar - digo a ela.

—  Conversar é isso que você quer? Converse sozinho então - diz com ódio em seus olhos.

Ana tenta abrir a porta mas está trancada, está chovendo, se ela acha mesmo que eu vou deixá-la sair com um temporal caindo lá fora, está muito enganada.

— Abre a porra da porta, Adam!

— Para com isso, estou tentando fazer a coisa certa porra.

— Vá fazer isso no inferno, se o diabo te aceitar.

Ela tenta abrir de novo e eu pego as mãos dela a prendendo, mulherzinha impossível, ela se debate tentando sair de perto de mim.

— Abra a porta Adam, me deixa ir - diz com voz rouca.

— Não.

— Por favor! Me deixa ir. - ela suplica.

— É isso que você quer? - pergunto.

Ela concorda.

Sinto meu coração quebrar, eu a solto e abro as portas deixando-a ir, ela sai do carro e corre, fico ali sentado sentindo meu coração e minha alma despedaçar, eu a amo.

Eu a amo porra.

Eu faria de tudo por aquela mulher, ela me tem, eu sou dela somente dela caralho. Preciso dela aqui tê-la poder segurá-la em meus braços, protegê-la, cuidar dela, e amá-la é essa minha obrigação.

Ligo o carro e acelero indo atrás dela, ando meio devagar procurando-a, maldito dia em que a deixei na academia.

Se eu não acha-la? Se ela não me quiser mais? Foda-se ela vai ter que me querer, nem que eu tenha que lembrá-la de todas as vezes em que ela gemeu meu nome, de todos nossos encontros, piadas e conversas sobre livros. Nem que eu a busque no inferno.

A Drew Onde histórias criam vida. Descubra agora