capítulo XIX

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Ana Drew

Los Angeles continua a mesma cidade incrível de sempre, o sol queimando a pele, o clima tropical, o cheiro de riqueza e turbulência.

Tive uma reunião com alguns investidores que eu quero para meu novo projeto na empresa, já está de tarde e meu voo sai às sete da noite.

Estou na nossa casa em Beverly Hills, é um bairro típico para riquinhos, cheguei ontem a noite e precisava dormir o máximo possível para poder enfrentar minha mãe.

Não nos falamos a mais ou menos cinco meses, ontem enquanto eu estava com Emanuelle o marido dela Jackson me ligou dizendo que ela caiu feio e bateu a cabeça e está desacordada.

Jackson até hoje foi o melhor marido que minha mãe teve, ele sempre foi educado e tranquilo comigo, ainda mais por saber que eu e ela não temos um relacionamento bom.

Saio da casa pegando as chaves do Mercedes preto que está na garagem abastecido, vou para o hospital vê-la, apesar de tudo ela é minha mãe eu me preocupo com ela.

Chego a recepção dando as informações necessárias a recepcionista que me reconhece, ela me entregou o crachá de identificação, vejo Jack em pé do lado.

- Oi Ana, que bom que você veio, sinceramente eu achei que não viria - ele me diz quando chego perto dele.

- Oi Jack, ela é minha mãe né? - digo dando ombros ele sorri gentilmente.

- Vamos ela já deve estar acordada.

Eu o sigo pelos corredores, mesmo depois de três anos eu ainda me pergunto como ele consegue lidar com ela.

Entramos no quarto e a vejo deitada na cama olhando para a janela seus cabelos loiros estão soltos, ela me parece bem mas há alguns hematomas roxos e um pequeno corte no lábio.

- Meu bem, olhe quem está aqui - Jack diz sorrindo, parecendo feliz por estarmos juntas no mesmo quarto.

Ela vira o rosto e me encara, seus olhos me olhando dos pés a cabeça seu que ela está me julgando mas deixo para lá, ela ainda tem os mesmos olhos castanhos claros rígidos, isso nunca vai mudar.

- O que ela faz aqui? - Carla finalmente diz.

Já era de se esperar uma dessas vindo dela.

- Carla, querida, Ana veio de Nova York ver como você está e você a trata assim? - Jack diz parecendo chateado.

- Tudo bem Jack - digo a ele. - Como você está?

Carla me olha parecendo estar desapontada, será que ela sabe que eu já me acostumei com isso? Esse teatro barato dela não me manipula, não mas.

- Em um hospital Ana, você não vê? Por que você só vem aqui quando estou quase morrendo? Quer minha herança ou um lugar no testamento?

Reviro os olhos já sabendo do discurso completo.

- Carla pare com isso! - Jack diz.

- É a verdade Jack, ela só aparece quando eu estou quase morrendo.

- Eu apareço porque por incrível que pareça eu me importo com você, não preciso e nem quero um lugar em seu testamento.

Carla me olha com desprezo, Jack está preocupado e com raiva da esposa por tratar a única filha assim. Ele sempre tentou fazer nossa relação dar certo pois no ponto de vista dele ela não deveria me tratar assim.

- Então suma daqui, Jack tire ela daqui, eu disse que não queria ela aqui! - Carla diz com voz alta.

- Carla para! Ela é sua filha! - Jack diz.

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