Capítulo 38

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(Terça-feira)

A sensação constante de inquietação e insatisfação, pairava fortemente sobre a cabeça de todos naquela noite. E Sthef não parecia muito bem saber como lidar com tais sensações incômodas.

Tudo parecia apontar pra algo denso, pesado, com grande remorso. O que era essa sensação?

Mas conforme os minutos iam passando e ela seguia virando de um lado pro outro em sua cama, esse sentimento não parecia passar, assim como as dezenas de perguntas que estavam a todo o momento, martelando em sua mente.

Ela não conseguia se sentir normal com aquilo tudo, já que, não era comum alguém reagir como Arthur reagiu com ela, e a deixar completamente angustiada.

A reação dele parecia um tanto explosiva demais. Ver ele se avermelhar tão rapidamente e correr sem qualquer motivo, parecia fazer Sthef sentir como se tivesse algo de errado com ela, apesar de Arthur é quem estava agindo estranho.

Afinal, por mais divertido que fosse ele ficar jogando ou assistindo. Ver que ele não fazia outra coisa, cortava qualquer sinal pra aproximação ou pra conversação, era, no mínimo, estranho e questionável.

Ela até queria ter alguma ideia sobre o que estaria se passando na cabeça dele, mas sem ele sequer falar nada, tornava aquilo muito difícil...

Ele não parecia estar apegado ao videogame, por mais horas que passasse nele, mas do resto? Ele parecia tentar fortemente se afastar.

Lanches? Ele negava. Atenção? Ele nem sequer olhava pra quem lhe dava. Carinho? Ele não esboçava nem um único sorriso. Seus olhos estavam presos a tela e ele sequer piscava, rapidamente aquilo poderia se tornar alarmante.

Nem mesmo o ver ir "dormir" parecia acalmar Sthef. Tentar ajudá-lo a se trocar, vestir o pijama ou até mesmo subir em seu berço, ele não respondeu ou negou, apenas os fez e muito mais do que rapidamente pareceu ter caído em sono profundo.

Sthef queria respostas, mas ela não pareciam vir rolando de um lado pro outro em sua cama.

Talvez fosse a hora de ir atrás de um profissional, alguém que pudesse lhe dar qualquer direcionamento, qualquer caminho.

Mas até onde ela conseguia pensar, a única pessoa que poderia fazer isso estava no céu, e possivelmente, estaria decepcionada com o que estava vendo...

[...]

(Quarta-feira)


Ela definitivamente estava sem ideias, pra alguém de atitude e de ação, de iniciativa, ela se sentia muito travada.

Algo tinha que ser feito, mas ela não parecia saber muito bem por onde começar.

Por onde ela deveria começar? Talvez esperar o dia clarear fosse a melhor opção.

Então assim ela iria começar. Se levantou da cama e acabou seguindo pra fora do quarto, corredor a fora.

Talvez um pouco de água a ajudasse a dormir, e mesmo com o relógio do microondas marcando as altas horas da madrugada, não parecia haver cansaço ou sono em seu corpo.

Assim, ela saia da cozinha, e talvez apenas por desatenção, ela não notasse a estranha luz azul que refletia nas paredes, acabando por assim, ir descobrir o que seria aquilo.

Mas a resposta não seria agradável, já que encontrar Arthur diante da TV na madrugada, não era exatamente o que ela gostaria de ver, ainda mais preso no videogame.

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