Desconfortável

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Erik ficou completamente atordoado e ficou parado sem saber como deveria responder. Muitas vezes ele havia considerado que ela realmente poderia fazer essas perguntas, mas ele afastou esses pensamentos, não desejando contemplar tal aborrecimento. Ainda assim, aqui estava ele, confrontado com o dilema de como responder.

Sinceridade ou menti?

Oh, uma mentira seria fácil. No entanto, com a pergunta inocente dessa delicada dama, ele temeu que tudo estivesse prestes a desmoronar em ruínas.

—Erik?— Christine perguntou, confusa com o silêncio dele. Ela atravessou a sala lentamente, parando na frente de onde ela supôs que ele estava. —Erik, por que você não me responde?—

—Eu vou— ele prometeu, e ele quis dizer isso também. —Mas talvez devêssemos nos sentar antes de falar, isso pode demorar um pouco—

Suas palavras enigmáticas pareciam confundi-la ainda mais, mas ela aceitou sua mão enluvada enquanto ele a conduzia para a sala, guiando-a para um canto do pequeno sofá enquanto ele se posicionava na extremidade oposta.

—Agora você vai me explicar por que partes de sua casa são feitas de pedra e por que parece não haver janelas em nenhuma parede?—ela perguntou baixinho.

—A razão, querida Christine, é simples, embora você possa não gostar da explicação que tenho a oferecer— disse ele com um suspiro pesado. —Eu não desejo assustá-la—

—Você está me causando mais angústia ao atrasar uma resposta— insistiu Christine. —Pois, como dizem, a imaginação pode criar ideias muito mais aterrorizantes do que a realidade... então, por favor, acalme meus medos e me diga a verdade—

Nisso Erik sabia que ele não iria mentir, ela merecia saber onde estava sendo mantida, mas o envergonhou profundamente ao pronunciar as próximas palavras.

—Não há janelas porque... eu moro no subsolo— Erik finalmente confessou, virando a cabeça para não ver a expressão de terror que certamente cruzaria o rosto dela. —A razão pela qual algumas das minhas paredes são feitas de pedra é devido ao fato de que eu esculpi e construí minha casa em uma caverna. Atualmente, estamos vários andares abaixo do solo em meu esconderijo secreto conhecido apenas por alguns poucos. Eu falei a verdade quando eu disse que te encontrei nas margens do meu lago, ele também está no subsolo, e só posso presumir que você passou por vários túneis para chegar aqui— ele tinha falado e agora ia deixar as fichas caírem como quiserem. Ela ficaria horrorizada, para dizer o mínimo, mas agora exigiria sair, imploraria para que ele a libertasse dessa prisão subterrânea em que a estava mantendo?

—Subterrâneo?— ela perguntou, sua voz uma mistura de admiração e ansiedade, sua cabeça virando como se ela estivesse tentando desesperadamente olhar ao redor da sala. —Eu suponho que isso explique a maravilhosa acústica que você tem aqui embaixo—

Erik podia ver que, enquanto as mãos dela se moviam nervosamente em seu colo, ela estava fazendo o possível para manter a voz calma. Porém , ele podia ouvir o toque de medo em seu tom e rapidamente tentou acalmá-la.

—Você está completamente segura— ele assegurou mais uma vez. —Não há perigo, pois a estrutura é sólida. E embora a localização seja um pouco... não convencional, equipei minha casa com todas as conveniências modernas que você encontraria em qualquer casa normal, só que sem janelas—

—Oh, eu acredito em você— Christine foi rápida em responder. —Isso... só pode demorar um pouco para me acostumar com a ideia—

Erik recebeu um vislumbre de esperança com as palavras dela. Se fosse algo que exigisse se acostumar, talvez isso significasse que ela poderia estar disposta a ficar por perto o tempo suficiente para fazê-lo.

DESTINO - O Fantasma da ÓperaOnde histórias criam vida. Descubra agora