Assim que escutei o nome de Jack ser pronunciado eu gelei. E pior, meu cérebro virou gelatina ao perceber os olhos de Amanda um pouco arregalados e a expressão preocupada dela. Meu primeiro pensamento foi de que ele estava, de alguma forma, mal.
- Ele tá mal. - foram as exatas palavras que saíram da boca dela, como se ela tivesse lido minha mente.
Meu coração batia rápido e eu tinha certeza de que eu estava pálida.
E se ele tivesse se machucado? Levado um tiro ou sofrido um acidente de carro? Estivesse num hospital inconsciente?
Eu já estava sentindo minha garganta arder ao mesmo tempo em que eu me socava mentalmente por estar sentindo aquelas... Coisas estranhas novamente pela simples menção do nome dele associado a palavra mal.
"Ele foi um idiota com você então para de se importar!" Gritei mentalmente.
Tentei mascarar meu conflito interno com a expressão mais calma e composta possível.
- Como assim... - pigarreei porque minha voz saiu falha. - Mal?
- Ele tá arrependido.
Franzi as sobrancelhas e deixei uma exclamação do tipo "Oh" sair da minha boca involuntariamente. Eu não conseguia nem formar uma frase coerente, e depois do que pareceram minutos, falei:
- Eu não... Sei o que falar.
- É por sua causa. - falou calmamente.
- Minha causa?
- Ele tá arrependido pelo o que aconteceu entre vocês dois.
Mais uma vez não consegui nem formular uma frase de tão confusa, surpresa e perplexa que estava. Como não falei nada, Amanda prosseguiu:
- Eu conheço o Jack, ele pode não falar nada, mas eu sei que ele tá arrependido.
- Eu não acho que ele esteja. - falei baixinho e desviando o olhar.
- Ana, eu sei que ele tá. - ela deu um passo pra frente. - E eu sei que é difícil pra você escutar e acreditar em tudo isso, mas é verdade.
Mordi o lábio, coloquei o cabelo atrás da orelha e torci os dedos nervosamente.
- Eu não sei o que você quer que eu diga.
- Olha, eu só vim falar com você porque eu não sei o que fazer! Eu não sei com quem mais eu posso falar.
Eu ainda continuava parada e sem saber o que falar.
- Ele não é mais o mesmo. - ela explicou. - Eu ligo pra ele porque ele não liga mais. E se quando eu ligo não tá na caixa postal, ele atende bêbado, e quando atende normal sempre me dá respostas curtas e nunca puxa assunto.
Amanda parecia genuinamente preocupada e eu não podia negar pra mim mesma que não estava preocupada, e era por isso que Amanda tinha ido falar comigo: porque ela sabia que eu me importava.
- E eu consegui o número do colega de quarto dele e ele me diz o que ele anda fazendo. Ele não estuda, mal começou a faculdade e já tirou notas péssimas.
Por mais que eu quisesse dizer pra ela que eu não queria saber de nada sobre ele, eu não conseguia. Continuei parada, esperando ela terminar de dizer o que tinha descoberto.
- Ele vai pra festas o tempo todo, chega muito bêbado e... - ela hesitou em dizer a outra parte.
- E o quê? - perguntei preocupada.
- E... - hesitou novamente, me analisando atentamente. - Ele tá saindo com garotas o tempo todo, sem parar. - falou baixinho, quase envergonhada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
9 Months of Trouble
RomanceAna Wentworth é uma garota comum, filha caçula de três irmãs, aluna e filha exemplar. Vive numa pequena cidade do interior do Mississippi, lugar onde, ironicamente, constitui o bible belt. Seu pai, um pastor respeitadíssimo e rígido, não mede esforç...