Capítulo 31

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Assim que abri os olhos naquela manhã de sábado, sorri imensamente ao lembrar que era sete de abril, meu aniversário de dezessete anos.

- Parabéns pra mamãe! - acariciei a barriga.

Peguei o celular debaixo do travesseiro e suspirei longamente, lembrando a mensagem de voz da noite anterior. Decidi empurrar pra o fundo da mente e me levantei, indo me preparar pelo dia que tinha pela frente.

Quando terminei de me arrumar e desci pra tomar café, me surpreendi ao ver a mesa cheia de comida e um bolo no meio, e do nada, Erin e seus pais começaram a cantar parabéns pra mim.

Ao passo que eu estava extremamente grata, também fiquei um pouco melancólica. Minha mãe, apesar de não ser amorosa, sempre fazia nossa comida favorita no café, no dia do nosso aniversário. Ver aquele monte de panqueca me bateu uma sensação muito nostálgica e triste.

- Obrigada, obrigada!

Agradeci assim que eles terminaram, e abracei cada um deles.

- E a gente não podia esquecer o presente da mamãe, né? - Erin balançou uma bolsa na minha frente

- Não acredito que vocês compraram mais presente pra mim! Vocês já me deram morada, um monte de coisa pra o bebê... Eu não posso aceitar!

- Claro que pode! Não só pode como vai! - a mãe de Erin se pronunciou.

- Pega logo, Ana! - Erin reforçou.

- Não, gente... - tentei argumentar.

- Ana, todo mundo tem que ganhar presente no dia do aniversário. - foi a vez do pai de Erin falar.

- Mas eu já ganhei! Vários, aliás.

- Os de ontem foram pra o bebê, o de hoje é pra você.

- Eu não...

Não consegui concluir a frase, Erin jogou o presente na minha mão e eu tive que pegar pra não deixar cair.

- Vocês são impossíveis!

Quando abri o presente, vi que era um kit incrível de maquiagem.

- Ai, meu Deus! Que lindo! - falei embasbacada.

- Você falou que adorou testar minha maquiagem no fim do ano, então comprei uma só pra você.

Coloquei o presente de lado.

- Todo agradecimento do mundo ainda é pouco pra o que vocês têm feito por mim. - peguei na mão da sra. Peck. - Vocês me acolheram no momento que eu mais precisei e me deram o maior presente de todos: uma família. Uma família cheia de carinho e amor. Muito obrigada. Por tudo. E por todos os presentes.

A mãe de Erin, Jane, limpou as lágrimas e me abraçou. Depois nos abraçamos todos juntos.

- Não precisa agradecer, você merece tudo de bom, e a gente também ganhou uma filha. E um neto ou neta.

Dei risada.

- Assim a Erin fica com ciúme.

- Fico mesmo! - ela protestou.

- Não precisa ficar com ciúme, você sabe que é meu bebê também. - Jane abraçou Erin, que me mostrou a língua.

- Eu só espero que venha um netinho, eu não aguento mais essa casa cheia de mulheres!

O sr. Peck, Paul, colocou a mão na cabeça e nós rimos.

- Vai vir uma menina! - Jane deu um tapinha no ombro dele.

- Isso, pai, nem adianta, as mulheres reinam aqui nessa casa.

- Vai ser menino!

- Que tal a gente comer esse monte de panqueca? - intervim, em meio a risos.

9 Months of TroubleOnde histórias criam vida. Descubra agora