Capítulo 27

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O perfil de Jack tinha fotos e mais fotos de festas, reuniões com amigos, publicações de "como a vida era muito melhor com tequila", carinhas felizes, e muitas fotos com garotas. Muitas. Inclusive a mais recente era uma dele ao lado de duas garotas, que estavam bem coladas a ele. Tinha até um recado de uma tal de Nicole Williams dizendo como "ele era lindo e mandava muito bem", o que quer que isso significasse.

Eu nunca senti tanta repulsa de uma pessoa como naquele momento.

Rapidamente fechei tudo e desliguei o computar, ficando no completo escuro. Toda a conversa com Amanda veio como um filme na minha mente e a vontade de gritar que eu era uma idiota pra toda a cidade escutar foi enorme.

Era mais do que óbvio que Jack não estava se afogando em arrependimento como Amanda dizia, pelo contrário, a vida no Arizona e na faculdade estava prazerosa até demais, e claramente eu era a única que estava sofrendo com o fato de estar longe dele. Ele não se importava comigo, com a família e muito menos com o filho.

Se ele ao menos chegava a pensar que tinha um filho!

Idiota. Babaca. Idiota. Idiota. Idiota. Babaca. Imbecil.

Ao mesmo tempo em que eu esperneava na cama e gritava com a cara no travesseiro, eu chorava.

Era muita frustração acumulava e eu precisava liberar de algum jeito.

Naquela noite, só consegui dormir quando o cansaço não me deu outra alternativa a não ser descansar.

Acordei no outro dia com os olhos inchados e avermelhados, e tentei todo tipo de técnica pra minimizar aquilo. Depois de alcançar um resultado mais ou menos, desci e cumprimentei meus pais.

- Tá se sentindo melhor? - meu pai perguntou.

- Tô, foi só um mal estar.

- Ana, eu acho que vou marcar uma consulta pra você no médico. - minha mãe se pronunciou.

- Por quê? - tentei ao máximo não arregalar os olhos.

- Porque você anda meio doente essas últimas semanas.

- Eu tenho certeza de que está tudo normal.

- Você desmaiou naquele dia na igreja, semana passada você também passou mal, ontem você foi parar no hospital...

- Mãe, eu tô bem. É sério. Não precisa se preocupar.

- Sua mãe está certa, você precisa ir ao médico.

- Eu tô bem, não precisa se preocupar, é só uma virose.

- Ana, o médico vai passar o remédio certo.

- Pai, eu já tô melhor. - insisti.

Meu pai me olhou desconfiado, tomou um gole do café e se levantou.

- Eu já fiz minha parte, mas como você não quer ir, eu lavo minhas mãos.

Ele se despediu e partiu pra igreja.

- Tem certeza de que não quer ir?

- Tenho, mãe. Pode ficar despreocupada.

- Se você diz...

Terminei meu café, coloquei os pratos na pia, dei um beijo na minha mãe e fui pra escola. Chegando lá, Erin já me esperava na porta.

- E aí, como você tá?

- Tô ótima, não senti mais nada, graças a Deus.

- Ai, que bom. - ela colocou a mão no coração. - Meu amorzinho é forte já desde a barriga. - ela passou a mão pela minha barriga.

9 Months of TroubleOnde histórias criam vida. Descubra agora