O perfil de Jack tinha fotos e mais fotos de festas, reuniões com amigos, publicações de "como a vida era muito melhor com tequila", carinhas felizes, e muitas fotos com garotas. Muitas. Inclusive a mais recente era uma dele ao lado de duas garotas, que estavam bem coladas a ele. Tinha até um recado de uma tal de Nicole Williams dizendo como "ele era lindo e mandava muito bem", o que quer que isso significasse.
Eu nunca senti tanta repulsa de uma pessoa como naquele momento.
Rapidamente fechei tudo e desliguei o computar, ficando no completo escuro. Toda a conversa com Amanda veio como um filme na minha mente e a vontade de gritar que eu era uma idiota pra toda a cidade escutar foi enorme.
Era mais do que óbvio que Jack não estava se afogando em arrependimento como Amanda dizia, pelo contrário, a vida no Arizona e na faculdade estava prazerosa até demais, e claramente eu era a única que estava sofrendo com o fato de estar longe dele. Ele não se importava comigo, com a família e muito menos com o filho.
Se ele ao menos chegava a pensar que tinha um filho!
Idiota. Babaca. Idiota. Idiota. Idiota. Babaca. Imbecil.
Ao mesmo tempo em que eu esperneava na cama e gritava com a cara no travesseiro, eu chorava.
Era muita frustração acumulava e eu precisava liberar de algum jeito.
Naquela noite, só consegui dormir quando o cansaço não me deu outra alternativa a não ser descansar.
Acordei no outro dia com os olhos inchados e avermelhados, e tentei todo tipo de técnica pra minimizar aquilo. Depois de alcançar um resultado mais ou menos, desci e cumprimentei meus pais.
- Tá se sentindo melhor? - meu pai perguntou.
- Tô, foi só um mal estar.
- Ana, eu acho que vou marcar uma consulta pra você no médico. - minha mãe se pronunciou.
- Por quê? - tentei ao máximo não arregalar os olhos.
- Porque você anda meio doente essas últimas semanas.
- Eu tenho certeza de que está tudo normal.
- Você desmaiou naquele dia na igreja, semana passada você também passou mal, ontem você foi parar no hospital...
- Mãe, eu tô bem. É sério. Não precisa se preocupar.
- Sua mãe está certa, você precisa ir ao médico.
- Eu tô bem, não precisa se preocupar, é só uma virose.
- Ana, o médico vai passar o remédio certo.
- Pai, eu já tô melhor. - insisti.
Meu pai me olhou desconfiado, tomou um gole do café e se levantou.
- Eu já fiz minha parte, mas como você não quer ir, eu lavo minhas mãos.
Ele se despediu e partiu pra igreja.
- Tem certeza de que não quer ir?
- Tenho, mãe. Pode ficar despreocupada.
- Se você diz...
Terminei meu café, coloquei os pratos na pia, dei um beijo na minha mãe e fui pra escola. Chegando lá, Erin já me esperava na porta.
- E aí, como você tá?
- Tô ótima, não senti mais nada, graças a Deus.
- Ai, que bom. - ela colocou a mão no coração. - Meu amorzinho é forte já desde a barriga. - ela passou a mão pela minha barriga.
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9 Months of Trouble
Roman d'amourAna Wentworth é uma garota comum, filha caçula de três irmãs, aluna e filha exemplar. Vive numa pequena cidade do interior do Mississippi, lugar onde, ironicamente, constitui o bible belt. Seu pai, um pastor respeitadíssimo e rígido, não mede esforç...