Capítulo 9

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Eu mal acordei na terça-feira e já lembrei de que era o dia do meu tão temido encontro com Oliver. Até a igreja meu pai tinha liberado pra eu faltar, ou seja, a coisa toda era realmente importante.

Aquela conhecida sensação que vinha do estômago e dava pontadas no meu coração, geladas e apavorantes, mais conhecida como pânico, já me acompanhou ao abrir os olhos naquela manhã.

Respirei fundo pra tentar me acalmar enquanto repetia na minha cabeça "Não vai ser tão ruim assim" incansavelmente.

Eu iria levar o conselho de Eva a sério e tentar me esforçar pra conhecer melhor o garoto, mas era meio difícil porque toda vez que eu pensava nele o peso da responsabilidade era grande, ele era quase meu marido e havia toda a pressão das famílias para nos tornamos um casal oficialmente e, como se não bastasse, era mais difícil ainda me dedicar 100% a ele quando outro cara consumia meus pensamentos.

Só de lembrar nele eu já sorria.

Fala sério, tem coisa melhor do que beijar a pessoa que você é apaixonada? Aposto que você aí, que tá lendo isso, se já experimentou isso sabe do que eu tô falando e instantaneamente sorriu ao lembrar da pessoa ou da magnitude da sensação que um simples tocar de lábios pode fazer.

Mas, colocando a história do beijo de lado - mesmo que eu não queira, já que virou uma obsessão falar disso porque foi simplesmente incrível -, era hora de me concentrar em Oliver.

Eu iria me dedicar a ele, afinal, eu estava sendo egoísta e mesquinha, ele também merecia, também devia sentir o mesmo desconforto e constrangimento que eu, não era justo ele se dedicar tanto pra isso dar certo e eu só fugir e andar pra trás.

Eu reconhecia seu esforço e me admirava, era hora de retribuir sua gentileza. Se ele era o cara que eu ia construir um futuro, esforço por minha parte era o mínimo que eu poderia fazer.

Desci as escadas e não encontrei meus pais. Papai devia ter ido pra igreja e mamãe me deixou um bilhete dizendo que tinha ido ao mercado com a sra. Barker, com certeza iria demorar.

Tomei café, arrumei a cozinha e aproveitei o tempo sozinha pra ligar pra Eva.

- Alô? - ela atendeu no terceiro toque.

- Oi, é a Ana.

- Oi, maninha! - seu tom de voz era alegre assim que reconheceu minha voz.

- Liguei pra te dizer que hoje tenho um encontro com Oliver.

- Sério? - ela parecia surpresa.

- Uhum.

- Encontros são legais, você vai se divertir.

- Algum conselho? - ela suspirou.

- Só relaxa e aproveita a companhia, não pensa nisso como se fosse um encontro.

- Meio difícil. - nós rimos.

- Oliver é um bom rapaz, só esquece que ele é quem ele é e tudo vai dar certo.

- Meio difícil. - falei de novo e ela bufou.

- Ana, larga de ser chata. - eu ri pelo seu tom estressado.

- Eu só tô brincando, você tem razão, eu tô fazendo muito bicho disso tudo. - suspirei.

- É, relaxa e se solta, você vai ver que vai ser tranquilo, quem sabe não rola um beijinho escondido? - ela riu.

Me lembrei de Jack automaticamente. Nada poderia se comparar ao beijo dele.

- Eva, você tá me dizendo que rolou um beijinho escondido no seu primeiro encontro? - ela gargalhou alto.

9 Months of TroubleOnde histórias criam vida. Descubra agora