Capítulo 7

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Na manhã seguinte minha mãe foi me acordar bem cedo, 5:30 da manhã e eu estava exausta. Papai não deixaria mamãe pegar leve comigo e eu já estava ciente disso.

Levantei à contra gosto e fiz minha higiene pessoal. Olhei minha imagem no espelho e eu estava um lixo.

Cabelo desgrenhado, olhos inchados e vermelhos e a bochecha marcada com um caminho de lágrimas. Fiz o melhor que pude pra me ajeitar e desci.

Quando cheguei no final da escada eu não acreditava no que eu estava vendo. Nossa casa sempre fora impecável, minha mãe e eu passávamos o dia arrumando e limpando e quando eu olhei pra ela nessa manhã parecia que um furacão tinha passado por ela.

Não só um furacão, um terremoto e um tsunami também.

A sala tinha papéis espalhados por todos os cantos, tudo estava desarrumado, a cozinha estava um caos, tudo dos armários estavam na bancada, sapatos estavam espalhados por toda a casa, montes de roupas pra passar no sofá, a pia estava repleta de louça suja, o chão de madeira precisava ser limpo e encerado, os banheiros estavam sujos, enfim, parecia que eu tinha sido teletransportada durante o sono pra uma casa completamente diferente.

Isso já havia acontecido com Isabel uma vez, eu era bem pequena, ela desobedeceu minha mãe e foi castigada desse mesmo jeito. Assim como Isabel, eu sabia que teria que limpar a casa inteira sozinha.

O choro de raiva irrompeu na minha garganta, mas eu o forcei a não sair.

Caminhei até a cozinha e meus pais estavam tomando café da manhã, no meio do caos, como se nada tivesse acontecido.

- Bom dia. - os cumprimentei.

- Bom dia. - responderam em uníssono.

- Como você já pode perceber, a casa está uma bagunça e vai ser exclusivamente seu trabalho arrumá-la. - meu pai falou fingindo falsa simpatia enquanto eu me sentava à mesa.

Assenti.

- Eu quero essa casa toda pronta até as 7 da noite porque hoje é dia de leitura. - ele disse calmo.

Como ele esperava que eu arrumasse tudo àquilo até de noite? Aquilo era trabalho pra dois dias inteiros.

Fiz uma pequena prece pra Deus me ajudar.

- Entendeu? - assenti de novo. - Ótimo.

Terminei de tomar café sem dar mais um pio e retirei a louça da mesa, já me preparando pra o trabalho de escrava que eu teria até o fim do dia.

Eu nunca havia lavado tanta louça na vida, gastei pelo menos 2 horas inteiras e depois passei pra arrumar os armários.

Minha mãe avaliava meu trabalho de longe, nunca deixando que eu fizesse algo mal feito.

Quando eu finalmente terminei a cozinha, eu já estava cansada. Iria ser um dia longo, arrumar a cozinha foi só uma prévia do que viria pela frente, e pior, nossa casa era bem grande.

Passei pra sala e arrumei tudo, depois lavei todos os banheiros, forrei as camas, arrumei os quartos, aspirei e passei pano na casa inteira, limpei o quintal, passei ferro em uma tonelada de roupa, depois dobrei e guardei todas elas, lavei a calçada, encerei o chão, reguei todas as plantas do jardim, cortei a grama, e de quebra ainda tive que ajudar mamãe a preparar as refeições e os lanches para a noite de leitura.

Terminei tudo isso em cima da hora e corri pra tomar banho e me ajeitar, mas tudo o que eu queria era dormir até o dia seguinte. 

Dizer que eu estava exausta era eufemismo e ainda por cima teríamos a presença dos Harrison naquela noite. O dia só ia de mal a pior.

9 Months of TroubleOnde histórias criam vida. Descubra agora