Chegar à biblioteca pra trabalhar na segunda nunca foi tão desejado por mim. Eu precisava sair daquela casa antes que eu fosse à loucura.
Eu estava acostumada a ficar em casa, sozinha, longe de toda civilização, mas com o castigo meu trabalho em casa dobrou, meus pais me cobravam bastante e não me deixavam ter um minuto de privacidade, sem contar que eu não podia ligar pra Erin.
- Oi, flor. - Tania abriu um sorriso e me abraçou.
- Oi, T. - a abracei e sorri largo.
- E aí, me conta como foi sair com a Erin no sábado. - pediu animada.
- Foi incrível, mas eu tô de castigo porque passei uma hora da hora de chegar.
- O quê? - arregalou os olhos. - Só por isso? - assenti.
- Você não tem noção do quanto eu já trabalhei, sem falar que tô sem celular e só posso sair se for pra trabalhar. - cai na cadeira.
- Caramba! Quando você fala que seu pai é um homem sério eu não imaginei que fosse pra tanto. - dei de ombros. -Mas valeu a pena? - sorriu de novo.
- Foi tão legal, Tania. - sorri mais ainda. - Você tinha razão. Ficar de castigo é horrível, mas valeu à pena pelo dia que tive.
- Seu pai logo, logo esquece e você vai sair de novo. - ela segurou minha mão. - Tô feliz por você, Ana.
- Obrigada. - sorri.
- Mas vamos trabalhar porque hoje a gente tá cheia de serviço.
- Mais? - fiz cara de sofrida e ela riu.
- Minha melhor funcionária reclamando? Não acredito! - falou me puxando da cadeira.
Fomos organizar prateleiras e mais prateleiras até que chegou nosso intervalo. Pedi o celular de Tania emprestado pra poder fazer uma ligação e ela me deu sem nem fazer pergunta.
Disquei rapidamente o número de Erin e no terceiro toque ela atendeu. Eu estava super ansiosa pra poder falar com ela.
- Alô?
- Oi, Erin, é Ana.
- Graças a Deus que você me ligou. - ela suspirou aliviada. - O que aconteceu?
- Tanta coisa que você nem imagina. Você pode vim aqui?
- Claro, chega aí em 5 minutos.
- Tá, vou esperar. Tchau.
- Tchau.
Terminei meu café do intervalo com Tania e esperei Erin chegar. Ela chegou como um furacão na biblioteca e veio correndo me abraçar.
- Pensei que você tava morta. - eu ri com ela ainda me abraçando.
- Agradeço a preocupação, mas meu pai não chegaria a tanto.
- Não duvido...
- Mas chegou perto. - nós rimos.
- O que ele disse? - nos sentamos em uma das mesa do final da biblioteca.
- Ele tava furioso quando eu cheguei, quase vi os raios lasers saindo dos olhos dele. - ela gargalhou.
- Eu te disse! - gritou.
- Tá, tá, agora concentra. - segurei seus ombros. - Ele me deu aquele sermão e me deixou de castigo.
- Só porque você chegou atrasada? Me desculpa, amiga, mas seu pai é louco. Qual o castigo?
- Sem sair de casa por uma semana, sem celular e tarefa doméstica dobrada. E ainda por cima, eu tenho um encontro com o Oliver na terça. - fiz cara de choro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
9 Months of Trouble
RomanceAna Wentworth é uma garota comum, filha caçula de três irmãs, aluna e filha exemplar. Vive numa pequena cidade do interior do Mississippi, lugar onde, ironicamente, constitui o bible belt. Seu pai, um pastor respeitadíssimo e rígido, não mede esforç...