Dias mornos.

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Lentamente Chris abre os olhos ao sentir a luz morna da manhã gentilmente acariciar o seu rosto e iluminar o seu quarto parcialmente vazio e bagunçado por causa da mudança, a família até podia ter dado conta dessa tarefa no dia anterior, mas a viagem foi tão longa e cansativa que faltaram energias para terminar tudo no mesmo dia, a meta desse novo dia agora é organizar a casa por completo.

Demora uns cinco minutos até o garoto finalmente decidir se levantar da cama, ao se sentar ele percebe que havia dormido com as roupas de ontem que naquele momento tinham uma aparência amassada, então a primeira coisa que faz ao se levantar é tirar aquelas roupas e vestir as novas que ainda estavam nas caixas, que eram roupas um pouco mais leves como uma blusa de mangas longas vermelha, calça jeans e um par de tênis pretos. Ao fazer isso ele se dirige para o banheiro e começa a escovar os dentes, aproveitando para molhar o rosto para tirar a cara de sono, além de pentear o cabelo mesmo que não precisasse, por conta de ser muito curto.

Saindo do banheiro ele desce as escadas já sentindo o cheiro de ovo frito no ar, encontrando Jackie na cozinha cantarolando, enquanto cozinhava.

— Bom dia, mãe. — Chris a cumprimenta com um meio sorriso no rosto já se sentando em uma das cadeiras.

— Bom dia, Chris, dormiu bem? — Ela cumprimenta seu filho, já servindo a comida na mesa de Chris em um prato.

— Eu tive outro pesadelo, eu acordei no meio da noite e fui beber uma água para me acalmar. — Diz Chris já admitindo que não adiantava dizer para Jackie que estava tudo bem, ela sabia ler ele como um livro.

— Oh… Foi mais um daqueles pesadelos com os tentáculos negros? — Diz Jackeline com preocupação na voz, odiava ter que ouvir do filho que teve esse pesadelo, pois sabe muito bem o desespero que ele passa.

— Foi sim… — Ele ficou encarando o prato por um tempo, aqueles sonhos realmente o perturbavam, era impressionante que ele nunca se acostumou.

— Eu e seu pai estamos vendo a questão do acompanhamento psiquiátrico, não tá sendo fácil já que mudamos de cidade e temos que ficar repassando o seu histórico. — Diz Jackeline servindo os ovos em seu prato, e começa a lavar a louça que sujou. — Mas não se preocupe com isso, ok? Nós damos um jeito, depois do café você pode sair e conhecer o lugar.

— Certo. — Ele começa a comer, estava uma delícia assim como qualquer coisa cozinhada de sua mãe era. — Ah, cadê meu pai?

— Ele saiu para entregar currículo, eu também vou fazer isso, eu também preciso trabalhar.

— Tá bom então, eu acho que eu devia ajudar a terminar de arrumar a casa antes de ir.

— Não tem problema, você deve estar muito estressado por ontem, eu cuido da organização da casa.

— Tem certeza?

— Claro, aproveite o dia fora.

Após um tempo nessa conversa Chris termina sua refeição, lava o prato e os talheres que sujou antes de ir para a porta da frente e sair da casa, ele a fecha atrás de si e anda até o fim do caminho de cascalho que levava aos degraus de sua casa e dá uma boa olhada nela.

Ela não era muito diferente de uma propriedade norte-americana, exceto que ela parecia ser maior que sua casa antiga, dois andares, teto cinza de madeira com adornos brancos e em formato triangular, paredes de tijolos, uma varanda que ficava na entrada principal e um gramado. O terreno das casas vizinhas eram sempre divididos por cercas e em frente havia uma pista asfaltada onde os carros passavam.

Ele começou a andar pela calçada se distanciando de sua casa, não estava muito afim de conhecer os vizinhos, não significava que era introvertido ou algo assim, só achava que não estava na hora de se apresentar, além do mais o estresse da noite passada ainda o afetava e interagir com qualquer pessoa assim não parecia uma boa idéia.

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