Escolha

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Dias se transformaram em semanas que logo se transformaram em meses, fevereiro, março, abril e maio passaram rápido demais, Chris assim como Maycon e Lukas estavam aproveitando o tempo em suas vidas pessoais, estudando, trabalhando ou passando um tempo com seus parentes ou curtindo com os amigos apesar das circunstâncias, estavam vivendo como se nada ao redor deles estivesse acontecendo, principalmente com Chris que a cada dia e mês que passava ignorava quase que completamente o que via e as sensações de estar sendo observado, o que, consequentemente, fez sua paranóia inconscientemente crescer cada vez mais, chegando a levar um canivete para os lugares sem que ninguém saiba, inclusive para a escola, deixava a câmera ligada quase sempre; ainda sim insistia que estava tudo bem, tentava ignorar as mensagens de ameaças pichadas em prédios que obviamente eram direcionadas para ele, os e-mails e até mensagens subliminares escondidas nos próprios vídeos que ele gravou; já sabia distinguir quem era os donos por trás da mensagens, as que tinham o símbolo maldito era obra do Ethan ou alguém que trabalhava para ele, já aqueles que estavam sem o símbolo ou com aquele diferente que havia nas TV’s em seu “sonho” era obra de seu perseguidor “Mr.Uncharted”. Várias semanas depois que aquele mascarado apareceu na janela de Chris, andou recebendo mensagens estranhas que pareciam ser direcionadas para o jovem

No seu caminho para a escola já viu algumas pichações esquisitas em paredes de praças públicas, durante o percurso também recebia os e-mails estranhos, todas tinham a assinatura do “Mr.Uncharted”, nas paredes estavam escritas: “Eu vomito sangue, mas você também e quero que perca mais do que eu… Continue sangrando, é isso que eu quero ver, é isso o que nós queremos ver.”; Chris não deu importância para aquilo, tentava botar na cabeça dele que nada de muito grave aconteceu desde que toda essa baboseira começou, sua saúde física pode ter deteriorado um pouco, mas isso deve ser por causa de sua saúde mental, já foi para o médico várias vezes e todos diziam que ele estava em excelentes condições, o que o levava a crer que o psicológico já estava se transformando em algo físico, o que era bem preocupante, mas que ele não considerava algo muito grave e só continuava ignorando os seus problemas, botando um sorriso forçado no rosto e chegando na escola assim como fez dia após dia, semana por semana e mês após mês. Sabia muito bem como fingir, ninguém da escola desconfiava, somente seus pais que notaram uma mudança de humor brusca por parte de Chris, passou a se irritar muito fácil quando lhe era feito uma pergunta, às vezes começava a chorar do nada e ele nunca dizia o motivo.

Ele dormia, tinha pesadelos, acordava e ia para a escola como se nada estivesse acontecendo, chegando lá o sorriso e a confiança vinham, no fim das contas nada mudou… Ele só parou de tentar se importar muito.

* * *

Já era maio, na mesma cidade, no mesmo ano e na mesma situação, o garoto se sentia em um looping de dor que ignorava, fingia que não existia; ninguém se importaria ou daria a mínima. Ele já se encontrava na escola, estava assistindo aula e como o fim do ano letivo se aproximava, e iria acontecer em junho, a sala se reunia para discutir como seria a festa de formatura, aquele era o último ano de Chris estudando em uma escola o que era bom, pois enquanto todo o caos acontecia ele precisava se preocupar com a escola, ainda estava surpreso como aparentemente não ia reprovar e nem recuperar em nenhuma matéria, isso era ótimo. Nessas reuniões Chris gostava de participar e dava sugestões das festas, entendia desse tipo de coisa e os alunos gostavam das idéias dele, mas ele parecia ter um pé atrás quando lhe era perguntado se ia comparecer à formatura, como se quisesse ajudar na organização, mas não comparecer à festa.

O intervalo finalmente chegou, Chris foi para o refeitório se alimentar e depois foi para a quadra, lá tinha alguns garotos jogando basquete, um deles acaba notando a presença do garoto e jogam a bola para ele que agarra com as duas mãos.

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