Paranóia

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Já havia se passado dias desde a consulta com a psiquiatra, nada fora do comum aconteceu durante a semana, com exceção dos sonhos que pareciam ficarem mais sem sentido e bizarros do que nunca, além de que Chris teve que fazer dois trabalhos de escola para entregar na sexta-feira, para ele foi bem irritante fazê-los, mas o importante é que o dia da entrega chegou e ele já estava com tudo em ordem, o que era um alívio, agora só faltava manter essa atitude até o fim do ano letivo, o que para ele é algo quase impossível. As aulas correram bem, só que o tempo parecia bem mais devagar em uma sexta-feira, mas Chris não ligou muito para isso visto que ao contrário da segunda-feira o movimento na escola estava até bem animado, também tinha como passar o tempo conversando com outros alunos ou professores.

Chegando o fim do dia, o sinal toca indicando o fim das aulas, Chris já estava andando para fora da escola carregando sua mochila nas costas, quando estava para tomar o rumo de casa ele sente uma mão tocando no seu ombro, ele se vira para ver quem era e se depara com Aliza com um sorriso despreocupado.

— Yo! — Diz Aliza cumprimentando Chris. — Pretende fazer o quê no fim de semana?

— Hey. — Diz Chris cumprimentando de volta. — Bom, eu estava pensando em… Sei lá, fazer nada e só ficar jogando videogame o dia inteiro, não sei se tô com vontade de sair.

— Ah, qual é, bora sair no sábado amanhã, vai ser legal. — Diz Aliza de forma exigente, mas não parecia estar se esforçando tanto.

— Ok, ok, mas vamos sair para onde exatamente? — Pergunta Chris já cedendo ao apelo fraco dela.

— Tem uns lugares abandonados pela cidade, pode ser legal a gente ir para lá jogar conversa fora ou explorar. — Responde Aliza parecendo animada com a idéia, Chris por um lado achou a idéia interessante, mas logo ficou com medo ao lembrar de lugares abandonados, já que o último lugar abandonado que se encontrou quase virou sua cova, o barulho do tiro ainda ecoava por sua mente, mas…

— Claro, parece ser uma idéia boa… — Diz Chris com seu olhar fingindo animação, enquanto por dentro ele se xingava de tudo quanto é nome, ele realmente não queria ir para lá, mas não sabia como dizer um "não", odiava isso em sua pessoa.

— Ok, nos encontramos amanhã. — Diz Aliza passando o contato dela para o Chris e logo indo embora, tomando um rumo diferente do garoto, enquanto o mesmo só volta para casa.

O caminho de volta também não teve nenhum imprevisto, o que o garoto até estranhou, estava tudo muito normal naquela semana, aquela figura não apareceu mais e não estava mais vendo coisas que não estavam realmente ali, não estava reclamando e preferia que continuasse assim, ficaria mais preocupado se ele se acostumar a ver coisas estranhas. Finalmente chegando em casa ele anda até a porta da frente, naquele horário os pais dele estavam trabalhando, então não tinha ninguém em casa e a porta estava trancada, Chris tira as chaves de seu bolso e destrancou a porta, adentrando a casa e indo para a cozinha logo em seguida, esse cômodo ficava próximo da sala de estar, toda vez que o garoto ia para a cozinha ele passava por esse cômodo tendo visão da traseira do sofá de frente para a televisão, no entanto, ao invés de ir para a cozinha normalmente, ele parou e ficou olhando para o sofá, conseguia ver a cabeça de alguém que estava sentado ali de costas para Chris e olhando para a TV desligada; o garoto estava em choque e sem saber o que fazer, não sabia se era algo de sua cabeça ou se realmente estava ali, não tinha como alguém entrar na casa, visto que a porta da frente e a dos fundos estava trancada, por um momento esse pensamento fez com que acreditasse que a pessoa em questão era somente uma alucinação, mas analisando melhor a fisionomia da figura, percebeu que sua cabeça era coberta por cabelos loiros, o que fez o garoto arregalar os olhos; a voz da figura pôde ser escutada.

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