Desconhecido

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O dia amanhece e o sol se ergue preguiçoso no céu com seu calor morno da manhã penetrando na janela das casas e prédios da cidade, para outros um começo de um dia promissor, mas para outros um começo de um dia terrível depois de uma noite mal dormida, era exatamente assim que Chris pensava parado na mesma posição da noite anterior, deitado na cama encarando o teto com a pouca luz passando da janela coberta pelas cortinas. Ele poderia passar a manhã e tarde inteira deitado naquela posição, mas ele teria que ir para a escola mesmo estando cansado e ainda muito assustado, o garoto se levanta e veste suas roupas para sair e em passos preguiçosos vai até o banheiro fazer suas higienes e lavar o rosto, logo desce para a cozinha e como sempre sua mãe estava lá preparando o café da manhã e tudo seguiu normalmente. Jackie e Chris trocaram algumas palavras em meio a assuntos triviais, ela perguntou como foi a noite dele e o mesmo só respondeu que demorou para pegar no sono, não queria ter que repetir toda vez que não estava conseguindo dormir por causa dos sonhos, a mãe já sabia que ele não havia tido uma boa noite de sono e decidiu não ficar insistindo no assunto. Ambos tomaram o café da manhã juntos e o garoto se levanta pegando sua mochila e saindo de casa após se despedir de sua mãe, fazendo todo o caminho para a escola, na qual já teria que se acostumar visto que essa cidade ainda era nova para ele, finalmente chega em seu destino e sem perder tempo ele já dá entrada no prédio, pelo visto chegou na hora certa visto que o sinal tocou bem na hora que ele chegou.

Ele checou qual seria as aulas do dia e vai até a sala na qual a matéria seria dada, entrando lá ele se senta perto da janela e espera algum professor chegar, o que não demora muito e uma mulher adentra a sala de aula e mais uma vez Chris nota que ela se vestia de forma estranha, assim como todas as garotas da cidade ou do resto da escola, seria pleonasmo ficar pontuando e notando a vestimenta dos outros então ele simplesmente parou de se importar com isso, era uma cidade nova e querendo ou não ele teria de se acostumar com isso ou até mesmo se vestir dessa forma em algumas ocasiões. A aula seguiu normalmente, mas estava um tanto chato para Chris que parecia escutar a voz da professora cada vez mais abafada, somente anotou os pontos da aula que achava mais importante e ficou olhando para a janela enquanto as vozes se distanciaram de seu foco. Se distanciou tanto que até se esqueceu qual matéria a professora estava dando, de qualquer forma ele já anotou o que precisava..

A vista do lado de fora era bem simples, mas um alívio para quem se sentava perto da janela e não estava afim de ser participativo na aula, dava para ver o chão de concreto do pátio, a quadra e os bancos completamente vazios, mas que logo seriam ocupados por todos os alunos na hora do intervalo e depois do tempo passado ficaria novamente vazio. O poste onde a bandeira do Canadá estava erguida e imóvel por falta de ventania ficava em frente a escola, mas algo chamou a atenção de Chris para esse poste, ele viu que tinha algo meio que se escondendo atrás dele, no entanto dava para ver um pouco de seu corpo saindo para fora de seu esconderijo, mais especificamente o braço que era negro e bem longo com seus dedos quase tocando o chão. O garoto não estava entendendo o que era aquilo, mas se sentia nervoso e de novo aquela sensação horrível de estar sendo observado retornou, o que quer seja aquilo escondido se inclinou sutilmente para o lado que revelou a aba do que parecia ser um chapéu fedora, então ele se lembrou, seus olhos se arregalaram e em um solavanco violento ele levantou-se da cadeira rapidamente fazendo as pernas dela rasparem no chão, emitindo um som alto que atraiu a atenção da sala inteira e depois de ter feito essa ação, Chris piscou e a figura sumiu novamente de seu campo de visão o que foi o suficiente para ele começar a suar frio e ficar paralisado, até que a voz da professora chamou a atenção dele.

— Ei novato, você está bem? — Diz a professora em um tom confuso com essa ação repentina, mas também de preocupação.

— … Ahm, eu tô bem, professora, eu só preciso lavar o rosto, posso ir ao banheiro? — Responde Chris se recompondo e fingindo que estava tudo bem, ao receber autorização para ir ao banheiro ele sai apressado da sala depois de perguntar onde ficava.

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