A árvore

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O intervalo seguiu normalmente pelo dia, faltava poucos minutos para a próxima aula começar, Chris estava guardando alguns livros e pegando outros no seu armário escolar preto e do mesmo tamanho das outras, possivelmente para a próxima aula que teria. Ao pegar o que precisava ele fecha e tranca a porta de aço, ele se vira e dá de cara com a Aliza com o ombro escorado no armário do lado, como se estivesse esperando o Chris terminar o que estivesse fazendo para poder conversar, pelo o que estava dando a entender.

— Hey, você é o Chris, né? — Diz Aliza com um sorriso no rosto.

— Sim, sou eu… — Diz Chris recuando alguns passos por causa dessa abordagem súbita. — Por que a pergunta?

— Vim te perguntar se você estava ouvindo a conversa. — Responde Aliza sem mudar muito a expressão.

— Como você sabe? — Indaga Chris, levantando um pouco as sobrancelhas por causa da surpresa.

— Os outros estavam tão distraídos na conversa que nem notaram um garoto sentado de maneira suspeita e tendo reações suspeitas conforme a conversa se desenvolvia. — Responde Aliza com risadas baixas ao ver a reação surpresa do garoto, ele achava mesmo que ninguém tinha o visto. — Relaxa, eu não vou contar para eles que você escutou a conversa… Mas admito que você disfarça bem.

— Obrigado, eu acho. — Diz Chris meio desconcertado por saber que ela havia o notado, ainda mais chegando nele dessa forma tão repentina.

Antes ele não conseguia ver Aliza, agora que a garota estava diante dele, este podia ver melhor como ela era. A garota em questão era magra e usava roupas mais contemporâneas ao invés do resto dos alunos da escola, suas vestes consistiam em uma camiseta preta de uma triforce amarela, marca registrada da franquia de jogos "The Legend of Zelda". Suas calças jeans eram rasgadas na área do joelho, além de parecer amassada, usava um par de tênis branco, sobre sua cabeça coberta de cabelos castanhos claros e lisos ela usava uma touca de lã escura. O rosto dela era bonito, o nariz era fino, os olhos dela tinham cor castanho escuro com olheiras grandes embaixo, ela tinha um piercing no lábio inferior, covinhas, e o que mais chamava atenção… Uma cicatriz sútil que ia do lábio superior e fazia curva até a área do nariz, olhando de longe não dava para perceber, mas de perto dava para ver nitidamente. Tudo isso combinava com a postura despreocupada e preguiçosa que ela adotava.

— De nada, eu sou muito observadora, eu sei. — Diz Aliza sem mudar muito o seu sorriso de canto.

— Enfim… Perdão, seu nome é Aliza? — Pergunta Chris lembrando-se ter ouvido o nome dela na conversa de antes, na qual é confirmada por está. — Ok… Poderia me explicar, por que a cidade é desse jeito? — Indaga Chris aproveitando esta oportunidade para questionar isso.

— "Desse jeito" como? — Indaga de volta desencostando do armário, não entendendo essa pergunta.

— Por que essa cidade… Sei lá, parece que está parada no tempo? Desde que eu me mudei para cá eu só estava vendo pessoas usando terno, além de ter notado a forma como os prédios foram construídos, os postes… E até as gárgulas que eu vi em praças no meu caminho para cá. — Diz Chris apontando para alguns alunos vestindo ternos pretos, vestidos pretos com chapéu, contribuindo para o clima mórbido da cidade.

— Ahhhh, isso? — Diz Aliza, parece ter entendido o que ele quis dizer. — As pessoas sempre se vestiram assim, nunca me importei em saber o motivo, mas pelo o que eu ouvi falar essa foi uma das cidades mais antigas do Canadá… — A garota olha para cima como se tivesse pensando no que sabia, das informações que ela nunca deu tanta importância. — Pelo visto ela se isolou do resto das outras e acabou não acompanhando a evolução do resto por muitos anos, até que nos anos oitenta ou noventa ela se abriu então deu passagem para turistas e evoluções tecnológicas, sei lá, nunca fui boa em história… Sempre disseram que essa cidade era mantida por uma entidade.

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