Vinte e cinco

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Liase Petrovs

Sabe aquele momento que você se vê afogando-se? O momento que você desiste de lutar. Aquele segundo onde não vê a famosa luz no fim túnel? Os minutos se transforma em anos. Você só pensa o quanto quer que a dor vai embora, mas ela não vai, ela continua ali, ficando insuportável a cada momento.

Uma vez me disseram que quando você se deixa afogar, chega um momento que você começa a nadar, mas a verdade é que quanto mais fundo você for, pior vai ser para subir.

E não existe, absolutamente ninguém que consiga te trazer de volta para a superfície. Porque ninguém está vendo você se afogar, porque você não grita, não pede socorro, simplesmente se afoga. As forças se foram, não à porque gritar.

Olho o meu reflexo no espelho. Meus olhos estão inchados de tanto chorar. Estou trancada sozinha no meu quarto. Faz quase um mês desde o dia que minha mãe foi embora. Não comi quase nada. Esse tempo foi o suficiente para abalar minha aparência.

Meus lábios estão secos, olheiras profundas, além do rosto mais seco. Não existe beleza nenhuma.

Sem querer derrubo a garrafa de wisk que estava na minha mão. Ela se não se estilhaça. Dou uma risada me olhando. Meus cabelos estão tão longos, isso me irrita pra caramba. Eles passam da minha bunda e aqui está tão calor.

Pego a tesoura em cima da pia e pego uma parte do meu cabelo colocando-o para frente e por fim contado uma franja. Dou mais risadas ao ver como ficou. Eu gostei, mas se fosse mais curto seria melhor. Uso a tesoura cortando os meus logos cabelos, agora mais acima do meu ombro. Forço um sorriso.

Que droga.

Eros Petrov's

Sai para comprar alguns remédios para Liase. Ela está tentando parecer forte para todos, sempre sorrindo, até na imprensa ela começou a ajudar. Liase está participando de reuniões, sempre se mantando ocupada. Ela está construindo uma imagem sem minha ajuda, estou feliz.

Mas a noite... toda noite ela acorda gritando desesperada chamando pela mãe, vomita até não aguentar mais, percebo que não está comendo muito. Observo cada movimento dela. A cada dez segundos olho as câmeras quando estou longe dela.

Mas elas foram desconectadas, esse é o motivo para que eu esteja a quase cem quilômetros por hora nesse exato momento; por eu correr desperado pela casa; o motivo para eu ter arrombado a porta do nosso quarto depois de ver que ela está trancada.

- Liase! - Grito diversas vezes por ela olhando o quarto todo.

Quando chego no banheiro vejo ela sentada no chão brincando com as próprias mãos. Suspiro aliviado. Então vejo seus cabelos. Ela o cortou.

Estou desperado por não consegui a ajudar. Karen sumiu de vista e Lorenzo, também. Todo momento tento está aqui, mas porra é a mãe dela. Não imagino-me perdendo minha mãe, eu não suportaria, ainda mais vê-lá morrer em meus braços.

- Ah, Eros. - Ela se levanta animada. Percebo que está embriagada. Liase nunca bebeu. Ela sempre ódio a bebida pelo que o pai fazia com ela quando ele bêbera. - Gostou do meu cabelo? - Ela girou.

Fecho meus olhos tentando não chorar, tentando ser forte. Ver ela assim me mata por dentro. Tudo que eu mais quero é vê ela feliz. E me dói tanto não poder fazer isso.

- Está chorando? - Ela se encolhe. - Fiz algo? - sua voz é tão doce quanto de uma criança. É música para os meus ouvidos.

- Não, pequena, você nunca me faria mau. - Ela me abraça. Sinto o cheiro forte de wisk em seu corpo. Ela não veste absolutamente nada e está muito frio. - Você tem que tomar banho, pequena. - Sussurro com medo de falar mais alto e começar a chorar.

Onde está o amor? - Saga Petrov's IOnde histórias criam vida. Descubra agora