Y7- Com amor, Electra

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✨Lumos✨

⚠️: Sangue e menção de estupro

Dispus de um segundo para reagir.

— BAIXEM! — berrei. Um feitiço roçou em meu cabelo, fazendo com que balançasse. — Diffindo!

Nem mesmo me importei com o fato de que minha varinha jazia no chão, caída pelo movimento repentino e escondida a um canto sombrio. Ninguém, absolutamente ninguém reparou que fazia magia sem usar a varinha como recurso.

Pensando bem, do que valia usá-la quando tinha o efeito surpresa do meu lado?

Hermione engatinhou pelo banco, empunhando a varinha; vidros que constituíam algumas janelas quebraram quando o feitiço errou o alvo. Uma pena. Se Dolohov fosse atingido eu não sentiria qualquer remorso. Muito pelo contrário: não sentiria nada.

— Estupefaça! — Ron exclamou, agachado entre mesas e bancos. Em contrapartida, faíscas vermelhas passaram a míseros centímetros do seu pálido rosto.

Harry agarrou minha mão, desviando nossos corpos da visão astuta dos Comensais da Morte, insinuando que, enquanto se divertiam em lutar com nossos amigos, nós dois deixávamos sorrateiramente o café. Tateei o chão, enfiando minha varinha no bolso em alguns instantes.

— Puta merda — sussurrei, lançando um feitiço que não requeria palavras. Acertei em cheio o braço do homem de cabelos loiros. Todavia, não era o suficiente. — Devíamos petrificá-los. Assim ganhamos algum tempo para pensar num plano.

Harry, soltando um suspiro ofegante, acrescentou:

— E talvez cegá-los por alguns minutos — disse. — A surdez também seria uma boa opção. Não podemos correr o risco de descobrirem o que faremos.

— Não seria me... Expulso! Não seria melhor apagar suas memórias? O risco seria menor, de certo modo.

— Merda — sussurrou. Entretanto, um feitiço passou razoavelmente perto de nossas cabeças. — Precisamos criar uma distração.

As pontas dos meus dedos formigaram. Vacilante, alcancei a bolsinha de contas de Hermione, vasculhando seu interior atolado freneticamente. Fechei a mão em volta do cabo ornamentado da adaga, cravando as unhas nas antigas folhinhas de ouro.

Com um misto de cuidado e pressa, tirei a bainha. A lâmina afiada parecia sorrir para mim, quase como se reconhecesse o toque.

— Amor — Harry chamou, observando ansiosamente a adaga. Ele abanou a cabeça. — S/A, por favor.

— Eu tenho um plano — retorqui, mordendo os lábios. — Ambos somos procurados, porém eu sei o que Dolohov quer ouvir. Ele é poderoso, porém facilmente manipulável quando seus desejos são concedidos. Agora, diga a Ron e a Hermione para petrificarem o loiro assim que eu conseguir atacá-lo — apontei para o homem escondido atrás de mesas viradas e destruídas. — E por enquanto, fique com minha adaga escondida aos seus pés.

Harry não assentiu nem negou, aceitando hesitantemente a lâmina em suas mãos.

— Confie em mim, Hazz — murmurei. — Prometo que serei cuidadosa.

Recebendo em resposta um aceno afirmativo do moreno, agarrei minha varinha. Se tivesse sorte, destruir o que restava das vidraçarias chamaria a atenção dos Comensais da Morte a meu favor. Caso contrário seria capturada. Novamente.

Cerrei o maxilar. Minha liberdade não estava em jogo.

— Bombarda!

O vidro estilhaçou de imediato, caindo sobre os pãezinhos e os bolos confeccionados recentemente. Consequentemente, Dolohov e Rowle pararam, olharam para os cacos e, por fim, encararam meu rosto. Minha garganta ardeu.

𝐈𝐓 𝐖𝐀𝐒 𝐌𝐄𝐀𝐍𝐓 𝐓𝐎 𝐁𝐄, Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora