𝐈𝐓 𝐖𝐀𝐒 𝐌𝐄𝐀𝐍𝐓 𝐓𝐎 𝐁𝐄, Harry Potter

Y6- Com Espinhos e Tudo

✨Lumos✨

Meu corpo congelou. Eu não estava pronta, simplesmente ainda não estava pronta para encará-lo, principalmente porque eu sabia que naqueles olhos eu acabaria vendo Cedric. Foi como se um choque tivesse fragmentado minha coluna, eu não estava conseguindo me mover. Minhas mãos estavam trêmulas.

— Amor? — Harry chamou, preocupado. Senti o momento em que ele segurou as minhas mãos, deixando com que a carta caísse no chão sem qualquer ruído. — Meu amor, você está bem?

Não consegui responder. Todo meu corpo estava tremendo e nenhum dos meus pensamentos ficava presente por mais do que alguns segundos. Baixei meu olhar para o chão, tentando omitir meu nervosismo de Harry. Por algum motivo, a presença de Amos tinha me deixado abalada, afastada da realidade, e eu não estava conseguindo voltar à superfície.

Meu namorado tocou meu queixo suavemente, fazendo-me subir o olhar para ele, para seus olhos. Não consegui perceber quando meus olhos começaram a arder e lágrimas se formaram a um ritmo incessante. No entanto, não consegui deixá-las cair, mesmo que quisesse.

— S/A — Harry voltou a chamar, sua voz inundada de preocupação. — Me responda meu amor, por favor.

Engoli em seco.

— Eu… Eu não sei.. — falei, sendo acolhida no seu abraço assim que Harry percebeu que eu estava tremendo, suas mãos me segurando para evitar que eu caísse. Senti bem no fundo do meu coração que a queda se aproximava, no entanto, e que a qualquer momento eu desabaria. Eu não estava pronta.

Arregalei os olhos quando a voz da Sra. Weasley ecoou até meus ouvidos.

— S/N! Querida, você tem uma visita!

Não me movi. Continuei perto de Harry, tentando parar o tremular do meu corpo que me invadia sem que eu conseguisse fazer nada para o impedir. Meu namorado beijou meus fios, subindo e descendo uma das suas mãos pelas minhas costas, sussurrando palavras que me faziam relaxar.

— Eu não consigo ir, Hazz. Não me deixe ir — implorei baixinho, o ar começando a parecer demasiado escasso, como se meus pulmões não conseguissem absorvê-lo. — Por favor, Harry, por favor…

— Shh... calma meu amor, respire devagar — ele sussurrou, ajudando-me a fazê-lo. — Isso, assim.. só mais algumas vezes agora…

Realizei seu pedido, respirando e soltando o ar com calma, devagar. Aos poucos o ar retornou aos meus pulmões, enchendo-os como normalmente, cessando o que parecia ter sido o início de um ataque de pânico. Eu estava vulnerável, e isso era tão nítido que doía.

— Já está se sentindo melhor? — Harry questionou carinhosamente, segurando meu rosto com ambas as mãos. Balancei a cabeça num lento gesto afirmativo, tentando ignorar o nó que se tinha formado na minha garganta. — Eu não te obrigo a nada, meu amor, tudo bem? Se você não quiser descer eu ficarei com você, serei o primeiro a dizer que você não está confortável, se você pedir que eu o faça.

Fechei os olhos brevemente, sentindo o contato dos seus lábios contra minha testa.

— Estou aqui com você, meu amor. Sempre estive e sempre vou estar — sussurrou, fazendo menção ao nosso terceiro ano, ao momento onde precisei dele e ele me abraçou até que minhas lágrimas cessassem por completo. Ele sempre tinha estado comigo apesar de tudo. — Quer que vá avisar alguém?

— Não. Apenas fique comigo, por favor.

Harry assentiu, levando-me até à cama e sentando-se comigo no colchão, tendo cuidado para não amassar meu vestido. Sentei-me no seu colo, envolvendo seu corpo com as pernas e enterrando meu rosto na curvatura do seu pescoço. Meu corpo aos poucos parava de tremer.