𝐈𝐓 𝐖𝐀𝐒 𝐌𝐄𝐀𝐍𝐓 𝐓𝐎 𝐁𝐄, Harry Potter

Y6- Mente Quebradiça

✨Lumos✨

Harry's point of view

Quando S/N fechou a porta algo dentro de mim desabou. Suas lágrimas desfizeram pedaços da minha alma de uma forma excruciante, quase como se me matassem por diferentes etapas. Queria abraçá-la até que suas lágrimas cessassem e sussurrar em seu ouvido que estava tudo bem, que ela estava segura. Não havia perigo.

Contudo, permaneci na divisão. Sua voz ecoou na minha mente mais uma vez, pedindo que a deixasse sozinha. Mesmo que aquilo me matasse por dentro eu obedeceria, era o que minha S/A queria.

Dumbledore nada disse. Ajeitou-se na cadeira e me encarou por detrás dos óculos de meia-lua, esboçando o que me parecia um fantasma de um sorriso descontente. No entanto, seu rosto, ainda sereno, nada revelou. Nem mesmo por um instante.

— Senhor — chamei, relutante. —, você realmente levou a profecia?

Ele assentiu.

— E por quê? — indaguei ligeiramente tenso. Por vezes, seus pesadelos ainda me deixavam acordado, temendo que ela acordasse em puro pânico. Era algo que eu nunca conseguiria apagar: as feridas do Ministério.

— Pela segurança da profecia, Harry — disse. — Após a profecia principal quebrar, percebi que Tom nunca escutara os versos que falavam sobre a S/N, não conhecia a sua existência. Após o ressuscitamento de Sirius, Tom virou sua atenção para vocês dois, não só para você. Se a deixasse com a senhorita Lupin, ela e a profecia correriam perigo.

Franzi o cenho.

— Ela deixaria a profecia em casa, senhor.

— Precisamente, Harry — Dumbledore levantou-se e andou até às enormes janelas. Uma leve chuva caía do outro lado do vidro. — Se Voldemort descobrisse a existência da segunda profecia e sua localização, haveriam mortes. — ele virou-se para mim, indicando um armário fechado. — Agora, a profecia está segura e intacta, assim como as vidas humanas.

Respirei fundo, contendo palavras na garganta.

— O que diz a profecia?

Silêncio.

— Senhor, o que diz a profecia? — insisti, minha voz rouca.

— Sinto muito, Harry, mas a profecia poderá estar guardando o maior e mais bem protegido segredo do Mundo Bruxo — minha coluna suportou descargas elétricas. — É preferível que continue assim por mais algum tempo.

Contraí o maxilar, furioso. Ela não aguentava muito mais tempo. Eu não aguentaria observar suas lágrimas, seu medo e suas preocupações durante mais algumas semanas. Minha noiva, a minha S/A, merecia respostas, fossem elas quais fossem.

— Quanto tempo? — crucitei, erguendo meu corpo da cadeira. Meus punhos se fecharam ao lado do corpo.

Não houve resposta imediata.

— Por quanto tempo?! — berrei, sentindo minha garganta queimar. Senti o fluxo de sangue em minhas veias vibrar sem interromper o ciclo, o nó dos meus dedos esbranquiçados com a força que eu apertava. Ela merecia respostas o quanto antes.

— Em breve — Dumbledore respondeu. Abri a boca mais uma vez, porém nada chegou a ecoar quando o diretor murmurou: — Sei que a senhorita Lupin necessita de respostas, Harry, tenho essa ideia bem presente. Mas não será agora. Em breve, muito em breve, sua noiva obterá respostas.

Arregalei os olhos, surpreso.

— Como é que…?

— A aliança que reside na mão dela conta uma história, meu rapaz — disse. — E, além disso, os olhos sussurram tudo em silêncio. É humano o sentimento de amar e de desejar, muito complexo mas ao mesmo tempo tão simples como respirar. Quando o amor é verdadeiro, Harry, qualquer ser humano consegue vê-lo com facilidade — Dumbledore deu um ligeiro sorriso. — As minhas mais sinceras felicidades.