Enemies

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Giovanna

Há 21 anos me dedicando a Polícia Militar e eu não poderia estar mais honrada por estar onde estou. Major. Se me dissessem isso quando entrei na PM,eu certamente diria que essa pessoa está louca.

Eu amo o que eu faço e todo esforço valeu muito a pena. Tive que abrir mão de muitas coisas,mas não volto atrás em nada...quer dizer,somente em uma coisa. Se eu pudesse voltar no tempo,eu teria sido mãe,hoje com 39 anos e um trabalho que exige mil por cento de mil,isso não é possível. E fora que nunca achei o cara certo.

FLASHBACK ON

- VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR,ZERO MEIA! DESISTA!

- Eu vou conseguir,eu já consegui. - repetia isso em voz alta para que isso entrasse no meu subconsciente

Eu estava na última etapa do meu teste de aptidão física,se eu conseguisse,eu estava dentro da PMERJ.

Eu já estava fraca,sem forças,por conta das provas anteriores,mas era o meu sonho e eu não sou de desistir fácil

Consigo finalizar o teste de barra fixa e meu impulso é me jogar no chão e chorar,não de dor (por mais que eu esteja com dor,e muita),mas sim de orgulho de mim mesma por ter conseguido

- Parabéns,zero meia! Bem vinda a PMERJ! - um sargento me cumprimenta

FLASHBACK OFF

Chego em casa após um dia cansativo de trabalho e tomo uma ducha rápida para sair com Amora,quer dizer,Capitã Mautner e minha melhor amiga.

No carro,o caminho até o bar é embalado por " Baco Exu do Blues - Me Desculpa Jay - Z "

- Eu não gosto de você,não quero mais te ver... - canto,da minha forma desajeitada,mas canto

Quando chego no bar e encontro Amora,ela já me esperava com dois copos de whisky na mesa

- Bora,gigica? - ela pergunta animada

- Tô dirigindo,hoje não - digo rindo

- Aproveitando essa raridade que é um momento juntas,vamos colocar o papo em dia... - ela diz - tá sabendo que vai chegar no batalhão um Tenente dos fuzileiros navais,né?

- Tô sim,mas por alto...ele pediu transferência dos fuzileiros pra pmerj. - respondo

- Eu tratei logo de puxar a ficha dele,eu gosto de saber com quem vou estar lidando...o Tenente é o próprio Pistoleiro do Esquadrão Suicida,só que do bem,é claro.

- Como assim,Amorinha? Você sabe que não sou ligada nesses filmes - digo rindo

- O cara não erra um tiro,ninguém escapa da mira dele!

- Ossos do Ofício....mas a gente não veio aqui pra falar dele,né? Bora dançar,Amorita! - digo indo para o centro do bar,que já servia de pista de dança para os clientes

Quando vejo já são 23h e me despeço de Amora,saindo do bar e indo em direção ao meu carro

Mas quando vejo,meu Jeep Renegade foi acertado em cheio por uma Ranger preta

- Estaciona torto dá nisso,né? - diz um homem alto,de cabelos grisalhos e uma tatuagem um tanto quanto atraente no braço direito

- E você quem é? - digo um tanto quanto irritada

- Sou o dono da Ranger

- Você é cego,cara? Impossível você não ter enxergado! - digo um pouco irritada

- Baixa seu tom de voz que eu não sou seu pariceiro! - ele apresenta sua carteira funcional e se identifica como Tenente,mas nem me atento ao seu nome

- Então estamos kits - apresento minha carteira

- Major Antonelli... - ele ri sabe se lá Deus de quê

- Olha,cara...eu só quero que você se responsabilize a pagar o estrago que você fez,só isso!

- Pode baixar a bola que eu vou pagar sim...mas a senhora tá errada.

- Eu não vou discutir com você se é isso que você tá querendo!

- Marrenta...

- QUÊ? - pergunto quase explodindo de raiva

- Prazer,Tenente Nero. - ele se apresenta e quando eu ouço seu nome,meu coração para de bater por alguns segundos

- Como é que é? Eu ouvi direito? NERO?

- Que eu sou lindo,perfeito e irresistível eu já sabia,agora que eu tô famoso é novidade....me conhece de onde?

- Isso só pode ser praga do destino,MEU DEUS! - digo olhando para o céu

- Não tô entendendo patavinas... - ele diz com as mãos na cintura

- Você começa na PMERJ amanhã?

- Sim e o quê que - eu o interrompo

- Então saiba que nós vamos trabalhar juntos... - bufo de raiva

- Não brinca? Sério? Pensa nessa dupla icônica: A marrenta e o gostosão - ele gargalha

- Tu te acha,né? Para de rir,cara! Você tá achando graça em quê? - fico nervosa e acabo atropelando algumas palavras

- Não me acho não,eu sou! E eu adorei essa forma que nos conhecemos...uma coisa mais selvagem,né?

- Você era fuzileiro mesmo? Você não é muito normal não,tá? Afrontoso,arrogante,sínico...

- E a senhora é da PMERJ mesmo? Marrenta,arrogante,respondona,pavio curto...

- Ah vá pra pu... -

- Eeeeeepa,olha a boca! - ele me interrompe - Toma,esse é meu número,gasta o que for preciso e só me avisa pra eu fazer a transferência do valor - diz me entregando um cartão com seu número

Quando sigo em direção ao meu carro,ele me chama:

- Ei,marrenta!

- Marrenta é a sua mãe! - digo irritada

- Verdade,ela era mesmo - ele ri e isso me irrita e muito - Topa dar um volta comi... -

- NÃO! - grito

Ele se aproxima de mim,deixando quase praticamente nenhuma distância entre nós

- Vontade de mergulhar nos teus olhos... - ele diz com uma voz grave que faz com que eu me arrepiei instantaneamente

- Vá te catar!

Quando vou entrar no carro,me viro novamente para ele:

- E marrento é você!

Entro no meu carro e vou embora,só vejo pelo retrovisor,ele rindo e passando a mão por aqueles cabelos grisalhos que não posso negar,são irresistíveis...

[ N sei se ficou mt boa mas...tentei. 🏃🏻‍♀️ ]
Até o próximo capítulo...

Adsumus - GnOnde histórias criam vida. Descubra agora