o tempo não curou

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Rio de Janeiro
10:30

Giovanna

Depois de quase duas horas de voo tendo que entreter uma criança extremamente elétrica,chegamos no Rio.

- Vamo,mamãe! Vamo! - Noá já quer sair correndo avião

Espero por Davi e nós três desembarcamos no Santos Dumont. Pegamos nossas malas,que não são poucas e nós dirigimos até o motorista que está ao nosso aguardo na saída do aeroporto.

- Você sabe que eu acho um exagero essa coisa de ter motorista,né? - digo tentando não perder Noá de vista,enquanto ele corre até saída

- É necessário,meu bem. Já imaginou ter que pegar um táxi todo velho,acabado,sem ar-condicionado e com um motorista que fica conversando com a gente?

O Davi é um cara encantador que tem suas qualidades e não são poucas,mas essa superioridade dele em relação as pessoas não me agrada nem um pouco. Ele nasceu em berço de ouro e eu acho que por isso,ele se acha bem superior aos outros. Ele pode agir da forma que ele quiser,eu só não quero que isso seja passado para o meu filho. Eu espero que ele saiba que o dinheiro dele e todos esses luxos,não valem de nada pra mim.

- Eu não vou discutir com você,mas nem todo táxi é dessa forma que você tá dizendo. E eu prefiro mil vezes conversar com um taxista do que aguentar o silêncio de um motorista que recebeu ordens pra ficar calado.

Acelero meus passos e alcanço Noá.

- Noá,espera!

- É que eu tô ansioso,mãe. - ele segura minha mão

- Eu sei,meu amor. Mas a gente vai já chegar em casa,só espera um pouco.

- Mãe,a Jeizinha e o Zequinha vão poder ir lá em casa? - ele se refere aos filhos de Jeiza e do marido dela,Zeca.

- É claro que sim,meu amor. Mas eles não chegaram aqui no Rio ainda,você vai ter que esperar um pouco,tudo bem?

- Tudo bem,mãe. - ele me ajuda a levar as malas,todo feliz da vida

O motorista nos leva até a casa que pertence a Davi,localizada no Leblon e eu que antes estava um pouco desanimada,me animo ao ver a felicidade do meu filho.

- Filho,lembra que você me pediu que a decoração do seu quarto fosse daquele joguinho? - Davi conta para Noá,que fica empolgado

- De Among Us? - Noá sobe as escadas correndo para conhecer seu quarto

- Posso saber o porquê que você tá desanimada? - ele aproveita que ficamos a sós na sala

- Eu não tô desanimada,é só que...voltar pro Rio de Janeiro me abala um pouco. Foram 7 anos em Brasília,procura me entender...

- Eu prefiro não entender o motivo do Rio estar te abalando. - ele larga as malas que estão em sua mão e anda de um lado para o outro

- Tá querendo insinuar o quê,Davi?

- O motivo do seu abalo,se deve ao fato do Rio te lembrar o Nero. - eu reviro os olhos - Eu acertei,né?

- Não,você errou! - tento engana-lo e enganar a mim mesma - Eu não quero mais saber do Nero. Eu só quero saber de você,do meu filho e do meu trabalho. Só isso.

Mentira. Eu daria tudo pra saber mais do Nero. Mesmo depois de 7 anos,nada mudou dentro de mim em relação a ele.

A campainha toca e eu corro para abrir

- AMORAAAA! - nos abraçamos e eu não contenho a emoção

- Que saudade que eu tava de você,Gio! - a saudade é tanta,que não conseguimos sair do abraço

Adsumus - GnOnde histórias criam vida. Descubra agora