vai ficar tudo bem

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Alexandre

Nogueira olha pra Giovanna,invalidando o fato de eu ter dito que ele atrapalhava

- Vocês dois...fora! - Giovanna diz apontando para a porta

Me dirijo até a porta

- De mim você não escapa,Gio. - ele sussurra para ela,mas eu consigo ouvir de onde estou

Ele sai da sala junto comigo e eu não posso negar o quanto fiquei puto da vida com o que ele disse pra Giovanna.

O dia passou voando e assim que chego no estacionamento pra ir embora,encontro Mautner.

- Boa noite,Capitã! - digo

- Boa,Tenente! - ela destrava seu carro

- Major Antonelli já foi embora?

- Nero...eu estava esperando que você perguntasse isso.

- Perdão,Mautner...mas algum problema?

- Eu já percebi que você tá afim dela,sinto te informar que isso tá escrito na sua testa. - ela segura um riso e me deixa desconcertado - Eu percebi isso hoje mais cedo na operação

- Não,a senhora entendeu errado... - sou interrompido

- A Giovanna está na sala dela com o Leonardo e se não for abusar...fica.

- Quem é Leonardo e ficar por que motivo? - pergunto

- Leonardo é o Sargento Nogueira - eu sinceramente não o conhecia - E eu preciso que você fique porque...ele e a Giovanna já foram casados.

- E o que eu tenho haver com isso? - me finjo de despreocupado mas fico com um certo ciúmes depois dessa descoberta

- Ele não é um cara muito...pacífico. Ele perde a cabeça com facilidade. Ela sabe se defender muito bem,mas...fica por favor. Eu não conheço ele bem,mas conheço o suficiente pra não gostar dele.

- Eu vou ficar. - respondo quase que instantaneamente

Vejo Mautner ir embora e decido voltar para dentro do batalhão,quando me aproximo,ouço a voz alterada de Leonardo

Vejo que a voz dele se altera cada vez mais e consigo entender somente algumas coisas como: " burra " , " imprestável " e " a culpa é sua " .

Ele definitivamente estava a ofendendo e isso eu não iria admitir. Entro na sala sem bater na porta e a encontro sentada em sua cadeira,chorando,enquanto ele está em sua frente apontado o dedo em sua cara.

- Major,vamos embora? - digo olhando para Giovanna

- O Tenente deveria aprender a bater na porta antes de entrar - Nogueira diz me fuzilando com os olhos

- A gente tem um compromisso né,Major? Vamos? - invento uma desculpa para tira-lá dali imediatamente

- É...claro,vamos. - ela entende minha intenção,pega sua bolsa e sai da sala ao meu lado

No estacionamento,vejo que ela irá pedir um táxi.

- Não precisa pedir,eu te deixo em casa. - afirmo

- Não...não precisa,Tenente. - ela diz ainda com a voz embargada. Juro que se eu pudesse,eu socaria aquele idiota.

- Major,eu não tô perguntando se a senhora quer carona...eu estou dizendo que a senhora vai comigo. - olho no fundo de seus olhos,tenho vontade de mergulhar nos olhos dela...

Ela entra no carro junto comigo e pelo retrovisor,vejo que Nogueira nos observa

Vejo que ela segura o braço,como se estivesse com dor.

- Aquele filho da puta te machucou? - pergunto

- Não é da sua conta,Tenente. Me deixa em casa - ela não me encara,diz olhando pra janela

- Você...você é toda empoderada,dona de si...porque tem medo dele? Porque pra ele você baixa a guarda? Cadê aquela Major forte,brava,marrenta,linda...que eu conheço?

- CHEGA! - ela grita assim que eu termino de falar - não me pergunta nada...por favor.

O silêncio se instaura.

Chego ao seu condomínio e antes que eu tente entrar no portão da garagem,ela pede para que eu a deixe em frente ao prédio

- Você não prefere que te deixe na... - ela me interrompe

- Aqui na portaria tá ótimo. Obrigada,Tenente. - ela abre a porta do carro

- Qualquer coisa que você precisar,me liga. Liga pro Tenente arrogante,abusado,cínico... - sorrio,tentando de alguma forma descontrair

- Não vai precisar,eu sei me defender sozinha... - ela desce do carro e eu a vejo entrar no prédio

Dou partida no carro e quando já estou a uma certa distância,vejo que ela esqueceu o celular no banco do passageiro

Faço o retorno e quando me aproximo do prédio,vejo um homem discutindo com o porteiro

- Puta que pariu. É ele. - digo para mim mesmo quando percebo que o homem,é Leonardo

Estaciono o carro e me aproximo da portaria. Coloco o celular de Giovanna no bolso.

- EU VOU SUBIR SIM! - Leonardo discute com o porteiro

- Senhor,eu não posso liberar. Baixe o seu tom de voz!

- Vai embora,Nogueira! Sai daqui! - digo e ele que estava de costas,se vira em minha direção

- Quê que tu tá fazendo aqui,Nero?!

O ignoro e me apresento como Tenente ao porteiro

- Eu vou tirar ele daqui,fica tranquilo - digo a Elizeu,o porteiro

Me viro para Leonardo e o pego pela gola da camisa

- Escuta aqui seu merda! Eu não sei como que um porra como você tá na policia,mas não é porque a gente trabalha junto que eu vou passar pano pra você! - o empurro até seu carro - Vaza!Vai embora! É a chance que eu tô te dando!

- Ah é,se não o quê? - Ele se solta e me empurra

Dou o primeiro soco. Ele cai no chão.

- Esse é pelas palavras que eu ouvi você dizer pra Giovanna... - o levanto pela camisa e dou o segundo soco - Esse é pelo braço dela - dou o terceiro soco - Esse é pela cara de pau de você ainda vir aqui...

Elizeu se aproxima pra separar a briga

- Calma,parei... - seguro minha mão que agora dói pela força que apliquei nos golpes - Esse cidadão vai embora agora,né?

Leonardo se levanta do chão desnorteado e vai até seu carro calado,mas percebo o modo com o qual ele me olha. Puro ódio.

- Vai ter volta! - ele diz antes de ir embora

- Interfona lá pra cima,avisa a Antonelli que eu tô aqui - peço ao porteiro

Ele interfona e logo sou autorizado a subir

- O que você tá fazendo aqui? - ela me pergunta assim que abre a porta pra mim

- Vim devolver seu celular - tiro o celular do bolso e a entrego

Percebo que ela olha para minha mão

-O que foi isso?

- Nada demais... - me viro em direção ao elevador para ir embora

- Nero... - olho para ela - fica,fica um pouco.

Ela me permite entrar e eu sento em seu sofá,enquanto aguardo ela trazer gelo para minha mão

Quando ela volta,coloca a bolsa de gelo na região onde dói

- Como que você tá? - pergunto já sabendo a resposta

Ela não consegue me responder e desabafa em lágrimas. Nunca a vi daquela forma.

Não consigo dizer nada. Somente a acolho em um abraço

- Vai ficar tudo bem... - acaricio seus cabelos

Adsumus - GnOnde histórias criam vida. Descubra agora