white mustang

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Saí da casa da Glimmer a pouco tempo, passei o dia lá com ela e com a Ângela, contei o que aconteceu na festa pra elas também, Glimmer ficou pasma com a parte da Catra.

Imagino qual seria a reação dela sabendo que a latina está no meu carro agora.

—Então, vai me contar o que aconteceu?

—Já disse que não é nada...

—Alguma coisa deve ser, se não você não ia estar andando sozinha por ai, de madrugada, chorando e com os braços marcados. —Digo calma prestando atenção na estrada deserta.

Demorei pra reconhecer que era ela, pensei em passar direto mas ela não parecia bem, estava igualzinho um gatinho assutado com alguma coisa, fiquei até surpresa por ela não ter recusado e nem hesitado minha carona depois daquela noite e da minha mensagem.

—Eu vi no Instagram de vocês que ia ter show hoje, você foi? —Estou tentando arrancar alguma informação dela, não sei porque mas eu estou preocupada, com um pressentimento ruim.

—Fui, tava voltando de lá aliás.

—Hum, sabe, se você não me disser o caminho da sua casa a gente vai ficar rondando a cidade inteira. —Ela riu.

—Segue reto por enquanto.

—Ok.

—Olha, você promete não contar pra ninguém? —Ela diz.

—Claro. —Diminuo a velocidade do carro, é estranho dizer isso mas gosto da presença dela.

—Sabe a Scorpia?

—Sua amiga grandona? Sei.

—Depois daquela festa, ela ficou diferente comigo.

—Você tinha dito aquele dia que ela tava estranha desde antes.

—Sim mas, acontece que ela perdeu a cabeça, primeiro ela foi na minha casa, brigou comigo, socou o balcão da minha cozinha e foi embora como se nada tivesse acontecido, aí hoje ela avançou em mim...

—Ela machucou você? —Viro pra ela que enxuga as lágrimas.

Se tem uma sensação que eu conheço bem é a de ser agredida por alguém que você confia, não é atoa que fiquei anos nessa situação.

—Acho que você já percebeu as marcas nos braços né...

—Sei como você se sente, é péssimo não é?

—É, horrível.

—Pois é. —Olho pra ela, Catra está com a cabeça apoiada do vidro, os olhos meio vermelhos e a pontinha do nariz também, ela parece estar com frio então ligo o aquecedor do carro.

—Adora.

—Sim?

—Não sei se quero ir pra casa...

—Ela mora com você?

—Dois apartamentos pra baixo.

—Hum, que bom porque eu meio que errei o caminho a dois quarteirões. —Ela dá uma gargalhada, sorrio por ter feito ela rir, mesmo eu tendo total certeza de que não errei o caminho sem querer.

—Você não é tão chatona quanto eu imaginei sabia?

—Obrigada! Mas então, você tem outro lugar pra ir?

—Eu sei lá, se você quiser me largar em qualquer esquina eu aceito.

—Ah é?

—É.

A rua está vazia, vez ou outra passa um carro aqui e ali mas as calçadas estão escuras demais e com pessoas estranhas entre uma travessa e outra.

Provavelmente é uma péssima ideia o que eu vou fazer? Sim. Vou me arrepender depois? Não sei. Bow e Glimmer vão me matar quando souberem? Com certeza, mas a causa é boa.

Between Songs | CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora