Eu abro os olhos lentamente e a primeira coisa que vejo é o teto branco do hospital, sinto o cheiro familiar de desinfetante no ar e também uma forte onda de dor percorre meu corpo.
Me sinto tonta, com dor de cabeça, é como se tudo ao meu redor estivesse embaçado. As vozes distantes dos médicos e enfermeiras ecoam nos corredores, mas mal consigo entender o que estão dizendo.
Me mexo na cama e percebo que do lado direito tem um suporte com soro que está na minha veia e no meu peito alguns cabos que levam a um aparelho que mede meus batimentos, minhas mãos estão pálidas e geladas.
Enquanto observo o lugar, um homem meio baixo, de barba longa e pele clara vem em minha direção com uma prancheta.
—Adora Grayskull, certo?
—Isso.
—Me chamo Randor, sou médico e psicólogo, muito prazer. —Ele estende a mão pra mim.
—O prazer é meu. —Aperto a mão dele.
—Posso fazer umas perguntas antes de tudo?
—Claro. —Ajeito minha postura na cama e sinto minha boca seca.
—Vamos lá, você se lembra do que aconteceu? —Ele puxa uma cadeira e se senta ao meu lado.
—Hum, eu me lembro um pouco de ter saído do show com pressa, e aí eu acho que bati em um caminhão...
As poucos minha memória começa a voltar, lembro de pneus cantando no asfalto e das luzes dos faróis em minha direção, mas o resto é só um borrão confuso de imagens.
—Muito bem. —Ele anota na prancheta. —Você não tinha bebido certo?
—Certo.
—Ok, bom, preciso saber o porquê você ficou ansiosa no momento.
—Como você sabe que era ansiedade? —Pergunto, estou confusa ainda sobre como ele sabe meu nome se eu não falei.
—Por sorte, quando seu carro bateu nós estávamos só uns quilômetros atrás, paramos na estrada e te socorremos, percebi que era ansiedade porque seus batimentos estavam acelerados, a respiração estava desregulada e você tremia, sem contar o choro aparente em seu rosto, estávamos colocando você na ambulância quando seus amigos apareceram.
—Hum, saquei, eu fiquei mal por, bem, relacionamentos...
—Entendo, seus amigos estão lá fora esperando você, eles e mais gente.
—Quando eu saio daqui? —Odeio hospitais, não me traz memórias muito boas.
—Talvez logo, você teve alguns machucados no corpo e poucos cortes na cabeça por causa do vidro, mas nada que afete seu dia a dia.
—Entendi.
—Como foi mais pela sua crise, eu aconselho a senhorita passar em um psiquiatra pra que ele te dê um medicamento controlado pra ansiedade ok? —Assinto com a cabeça e ele levanta da cadeira. —Vamos liberar as visitas pra você agora.
—Tá bom, mas eu tenho pelo menos uma previsão de alta? —Pergunto antes de Randor sair da sala.
—Primeiro precisamos cuidar dos seus ferimentos já que alguns não foram tão leves assim, se tudo der certo essa semana ou na outra você já volta pra casa.
—Ok, obrigada. —Ele sorri pra mim e sai deixando a porta entreaberta.
Suspiro me lembrando de Catra, olho volta da cama e aperto um botão vermelho pra chamar a enfermeira, preciso beber uma água.
Pelo o que Randor disse, aparentemente Bow e Glimmer estão aqui, logo vou saber quem também está além deles.
Escuto a porta rangendo mas não virei pra ver quem é ainda, estou mexendo no soro na minha veia que parou de pingar.
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Between Songs | Catradora
FanfictionSaio do bar para tomar um ar e a vejo fumando um cigarro encostada na parede com a cabeça baixa, qualquer um que a olhasse calma desse jeito jamais imaginaria que ela havia iniciado a poucas horas uma discussão das grandes lá dentro. Fiquei só parad...