until i found you

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Passamos praticamente a manhã inteira na praia ouvindo música na JBL e bebendo água de coco.

Glimmer esqueceu de passar o protetor solar e está mais vermelha que uma lagosta, Bow fez amizade com uns caras que estavam no mar pra surfar com eles e eu fiquei pegando algumas conxas na areia e fazendo castelinhos com uma menininha que estava brincando sozinha.

Agora falta só uma hora e meia pro show, estou no banheiro fazendo um delineado básico e decidindo qual blusa vestir, estou entre uma camisa branca de botão e um cropped vermelho tão básico que parece mais um pedaço de pano.

Por enquanto eu só separei a calça, é uma alfaiataria cinza com um tecido mais leve já que está bem quente e o lugar é chique.

—Tá pronta? —Bow entra no quarto do hotel que ficou pra mim já que ele e Glimmer estão na suíte de casal.

—Nossa, você tá lindão ein. —Ele veste uma calça preta e um cropped colado que mistura branco, amarelo, rosa claro e umas florzinhas nas laterais.

—Obrigado, já decidiu com qual blusa vai?

—Tô pensando em usar a vermelha que está aí em cima. —Inclinei a cabeça pra cama e assim que termino o delineado eu pego um iluminador e um blush.

—Mulher, você tem mais cropped do que calcinha no guarda roupa, Jesus.

—Olha quem fala. —Virei só para o olhar de cima a baixo e ri logo em seguida.

—Usa o vermelho, vai ficar bom.

—Acha que a maquiagem tá muito exagerada? —Ele cruza os braços e põe uma das mãos no queixo analisando.

—Falta uns cílios aí né, e penteia essa sobrancelha.

Volto pro banheiro e pego um rímel incolor, penteio a sobrancelha com ele para fixar melhor, uso o curvex e passo o rímel nos olhos também.

—Acha que a Catra vai estar lá? —Bow encosta no batente da porta e me olha pelo grande espelho que uso para terminar a maquiagem.

Só de pensar no nome dela meu corpo já borbulha de ódio.

—Se ela estiver lá eu me mato, odeio essa garota.

—Não sei se é recíproco não ein.

—Como assim? —Viro pra ele com raiva e sento na pia de mármore.

—Ah, sei lá, ela se esforça tanto pra te irritar que parece que gosta de você ou só te odeia pra caralho mesmo.

—Bow, você bebeu? —Pergunto.

—Não né, mas é sério amiga, não sei se você sabia mas o ódio é um sentimento intenso igual o amor, e as vezes a pessoa acaba odiando tanto a outra que chega a se assemelhar a amor.

Olho para ele com as sobrancelhas franzidas, saio do banheiro sem responder e vou para a suíte deles.

—Glimmer, o Bow bebeu hoje?

—Não, porquê? —Ela passa um spray fixador no seu cabelo.

—Ele 'tá de paranóia aqui dizendo que a Catra me ama.

—Não foi isso que eu disse! —Ele aparece no quarto também. —Só falei que o sentimento de ódio é muito intenso e que pode ser confundido com amor, só isso.

—Que? —Glimmer pergunta.

Resmungo voltando pro meu quarto e vejo Bow vindo junto.

—Vai lá com sua namoradinha que eu vou me trocar.

—Ah mas não seja por isso. —Ele me empurra pra dentro do banheiro e joga o cropped pra mim acenando depois, fecho a porta e o coloco.

Não gosto nem de imaginar a possibilidade da Catra gostar de mim, até porque é improvável né, a gente só conversou praticamente por uns dias, ela nem me conhece direito, não é lógico e ela é uma ridícula.

Between Songs | CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora